Introdução
Yahweh é um Deus de mistérios.
Não é um Deus que se esconde de nós; mas tem sim, seus mistérios. Ele quer
revelar-se, e o faz! Nos textos mais difíceis (para uns, para outros não) ou
nos mais fáceis. A Palavra de Yahweh é um organismo vivo – é na verdade um ser (o
Eu Sou) revelado nela, portanto é inesgotável e está sempre em ação. Quando
lemos, quando ouvimos, quando escrevemos, quando pregamos, quando praticamos a
Palavra, estamos revelando Yahweh aos homens. E se não estamos fazendo nada
disso, ainda assim ele não se torna oculto nem inativo. Yahweh é tão provável e
ativo ao ponto de se revelar no mais profundo silencio e na mais aparente
inatividade! Todos nós faríamos uma lista particular com os nomes daqueles que
consideramos ser os heróis da fé! Homens esses (e mulheres também) por meio dos
quais Yahweh faz ou fez coisas grandiosas. Ninguém se esqueceria de Elias, de
Moisés, de Sansão, Eliseu, Josué...
Ou aqueles que não foram
instrumentos de coisas sobrenaturais visíveis, mas que tiveram intima comunhão
com Yahweh, como Davi, Samuel, Daniel, Débora e Ana. Ou aqueles que só
apareceram uma vez como o profeta Simeão e a profetiza Ana, (Lucas 2) que
tinham tanta intimidade com Yahweh ao ponto de não ter tempo para os homens –
eles eram quase secretos – foram mencionados na Palavra de Yahweh somente no
momento que Jesus nasceu! Certamente voltaram depois para suas vidas
particulares na presença de Yahweh. Onde ninguém os vê e onde poucos veem Yahweh.
Essas pessoas são quase totalmente desconhecidas para nós; mas Yahweh os
conhece bem! Isto nos surpreende.
Sobre a profetiza Ana, a
Palavra diz que era uma viúva de 84 anos que vivera com seu marido por sete
anos. Dedicou então toda sua vida a Yahweh!
Esta
não deixava o templo, mas adorava noite e dia em jejuns e orações. E, chegando
naquela hora, dava graças a Yahweh e falava a respeito do menino a todos os que
esperavam a redenção de Jerusalém (a consolação de Israel - a esperança do profeta Simeão).
Lucas 2:37-38
Não é fácil explicar a vida desta
mulher. Entende-se que ela orava constantemente pela redenção de Jerusalém. O
menino Jesus foi a resposta de Yahweh. Não era o fim de todo seu trabalho – naquele
dia seu trabalho atingiu o meio campo. Desde décadas antes de Jesus, Ana já
vivia o que Jesus declarou três décadas depois de nascer: “Ela vivia fechada em
seu quarto (o templo) orando em secreto ao Deus que vê em secreto”.
O profeta Simeão foi
descrito como um homem justo e piedoso que esperava a
consolação de Israel (a redenção de
Jerusalém – a esperança da profetiza Ana). E o Espírito Santo estava
sobre ele. Sabe-se que em algum momento o Espírito lhe fez uma promessa – que a
consolação de Israel era um fato, ela viria – que ele não morreria sem ver o
Cristo do Senhor.
Quando Jesus completa quarenta
dias – findos os dias chamados de dias da purificação - Maria e José vão ao
templo com o menino Jesus. Como determinava lei de Moises, todo primogênito
deveria ser apresentado ao Senhor. E deveria ser oferecido por ele um
sacrifício de aves – duas rolinhas ou dois pombinhos.
A Profetiza Ana já estava lá (pois
vivia lá – ela seria como uma convidada especial ao que ia acontecer) no
momento que chegam os pais de Jesus. E a Palavra diz que o Espírito moveu
Simeão para que naquele mesmo momento fosse ao templo, pois Yahweh
cumpriria a promessa – a resposta a suas orações.
Simeão
veria a Consolação de Israel;
Ana
veria a redenção de Jerusalém;
Ambos
veriam o menino Jesus!
E foi Yahweh
que providenciou o momento!
Esses são detalhes que mostram
que o Espírito de Yahweh está constantemente em ação (evento, modo e tempo –
tudo harmoniza). Simeão diz: “Agora já posso deixar esta terra; meus
olhos já viram a salvação de Yahweh”. Interessante é que ele coloca os
gentios na frente dos israelitas nesta oração:
Agora,
Senhor, despedes em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque os meus
olhos já viram a tua salvação, a qual preparaste diante de todos os povos: luz
para revelação aos gentios e (luz) para glória do teu povo de Israel. Lucas
2:29-32.
Simeão ainda
prossegue: “Este menino está destinado tanto para ruína como para levantamento
de muitos em Israel – e será alvo de contradição”.
Poderia dizer que todos os
paradigmas seriam colocados na balança de Yahweh. Nem
todos, mas Israel naquele exato momento já não era mais o mesmo.
A Lei de Moises era o coração
do relacionamento de Israel com Yahweh. No contexto do artigo queremos
enfatizar que judeus praticavam uma “religião” de exclusividade e de
monopolismo de Yahweh. Mas o anjo já tinha revelado à Maria que “...ele salvará
o seu povo (da condenação) de seus pecados” O plano de Yahweh era (é) redimir;
e redimir a todos. Jesus não veio festejar nada – ele veio salvar pecadores. Só
Então haveria festejo nos céus...Lucas 15:7.
Para um judeu, a oração de Simeão
pode ter sido estranha quando disse: “...luz para revelação aos gentios...”. Yahweh
tinha plano para os gentios!
Em Mateus 8 e Lucas 7 vemos o
impressionante relado de um centurião cujo servo estava à morte. Quando
Jesus disse que iria até sua casa para curar o servo; o centurião deu uma
demonstração de fé que deixou Jesus admirado! Não sabemos se a admiração se
deu pelas palavras ou por ter sido palavras saídas da boca de um centurião
romano. Analisando somente as palavras podemos supor que aquele homem já
estava no caminho da salvação – a confissão do senhorio de Jesus Cristo sobre
sua vida seria um simples respirar. Analisando as palavras juntamente com o
fato consumado da cura; não fica dúvida nenhuma de que aquele homem (romano –
não podemos esquecer) se dobra a essa nova “religião” que ainda está
nascendo...
O que vemos aqui é o Espírito
Santo agindo na vida de pessoas improváveis considerando suas idades e
seus ministérios quase “extintos” para a época. Mas Yahweh não pode ser
moldado pelo pensamento humano. Sabemos que havia um silencio de profecias
nos quatro séculos passados! E daí? Quem
determina quando Yahweh fala e quando se cala?
O que fica explicito para nós
é que o Espírito Santo age em qualquer tempo, posto que, ele mesmo é atemporal.
E do modo como queira... E em todo lugar... Com qualquer pessoa...
Notem as palavras daquele
simplório cego (ex-cego) em João 9:31:
Sabemos
que Deus não atende a pecadores; mas, pelo contrário, se alguém teme a Deus e
pratica a sua vontade, a este atende.
Há duas considerações nestas
frases: A primeira é particular a Yahweh que
não vê restrições em si mesmo ao atender a quem o busca – salvo a restrição do
pecado – e o homem bem o sabe. A segunda é
particular ao cego: Estas frases não seriam tão impactantes se saíssem
dos lábios dos oponentes fariseus, mas partiram de um homem tido como
desprezível no seu tempo (o Espírito Santo de Yahweh causou um impacto tremendo
na vida dos fariseus com a mensagem evangelística de um pobre cego).
Fica outra
pergunta: Quem Determina como Yahweh age e através de quem Ele age?
Vemos homens e mulheres que
aparentemente não tinham nenhuma relação com Yahweh achegando-se a Ele.
Exemplos são: O eunuco Etíope x Felipe; A mulher siro-fenícia x
Jesus; o já mencionado centurião romano cujo servo estava doente x Jesus;
um judeu rico, fraudulento e chefe dos publicanos (Zaqueu) x Jesus.
Outro judeu a serviço do império romano (Mateus) que se tornou discípulo
de Jesus. Maria Madalena... Os primeiros a adorar o menino Jesus foram
três ilustres estrangeiros...
Algo estava acontecendo (que
não sabemos) na vida particular de cada um desses. Nós só sabemos a “parte dois”,
que é quando eles aparecem nas páginas da bíblia e deixam cada um à sua marca
para as gerações futuras. Esse “algo” era particular a eles e a Yahweh! (para
nossa reflexão).
Cornélio era outro que ninguém
conhecia até que Deus alterasse a agenda de Pedro e dos judeus que andavam com
ele para preencher quase dois capítulos inteiros do livro de Atos dos
Apóstolos.
O que se sabe dele é bem
destacado no início do capítulo 10: “Morava em Cesaréia; centurião da coorte
...piedoso e temente a Deus com toda a sua casa, e que fazia muitas esmolas ao
povo e de contínuo orava a Deus. Curiosamente Jó foi descrito
semelhantemente: “...integro, reto, temente a Yahweh...! Com certeza Cornélio
soube muito do que Jesus fez; e até presenciou milagres, posto que, Jesus atraía
multidões.
A parte que não sabemos sobre
Cornélio está “escondida” na frase que diz que “continuamente orava a Deus”
(um homem que ora entra em outra dimensão – a dimensão de Yahweh).
Deus dá uma visão a Pedro – Logo
começa um “terremoto” na terra (na religiosidade) dos judeus!
Pedro não tem a menor ideia do que vem...
Embora a visão
dada a Pedro seja confessadamente simbólica, a experiencia registrada foi uma
revelação definitiva de que Deus tinha feito uma significativa alteração na forma
como Pedro se relacionava com os gentios. Pedro objetou diante da ordem de
Deus, mas o Espírito de Deus foi insistente em que ele deveria ajustar seu
pensamento e ação com este desafio. Os animais e aves (classificados
como impuros para os cerimoniais judeus) representavam os gentios. Sendo os
judeus “os puros”. Esse grande receptáculo como um lençol desce do céu – e VOZ
que Pedro ouve é a VOZ do próprio YaHWeH. Pedro não fica
em dúvida quanto a quem está falando com ele; mas faz objeção ao que a VOZ diz: “...de modo nenhum Senhor...”
Tudo isto representa um pouco
do nosso modo de ver o plano de Yahweh. Com quem Yahweh deve se relacionar...
Como Yahweh deve agir... Quando Yahweh deve fazer algo... Onde está Yahweh...
Porque Yahweh.... Como assim Yahweh.... Cornélio? Yahweh se enganou? Uma
profetiza velha? Outro velho? Um etíope (que também é eunuco (de pele escura)
... um procônsul romano (Atos 13:6...)
Antes de voltar a Cornélio,
abrimos um parêntesis para Paulo.
Paulo era tão autêntico judeu e fariseu quanto era autêntico
perseguidor dos discípulos e dos novos seguidores da nova “religião”. Ele não
era um perseguidor de Jesus Cristo; não por intensão própria, pois não o
conhecia. Ele era opositor daquilo que os novos cristãos acreditavam e
pregavam, pois era diferente do que ele aprendera como fariseu. Para Paulo, a
voz de um fariseu ferrenho seguidor da lei mosaica era a única voz que devia
ser ouvida, e a voz dos seguidores de Jesus era a única voz a ser calada!
Fazendo isso, Paulo sem o saber tornou-se perseguidor de Cristo e opositor a
Ele. Quando Paulo cai por terra na estrada de Damasco, ele vê por uns segundos
a luz que o cegou e mais uma VOZ: Saulo, Saulo, por que me persegues? Quando
Paulo pergunta: “Quem és? Senhor? Ele confessou que não conhecia a pessoa a
quem perseguia. Jesus lhe dá uma instrução e na sequência dos fatos, Saulo é
hoje o apóstolo dos apóstolos. De perseguidor ele passa a ser seguidor; e o
“perseguido passa a ser seu Senhor, Salvador e Mestre”. Então se dizia a
respeito de Paulo: “Não é este que exterminava em Jerusalém aos que invocavam o
nome de Jesus, e veio aqui precisamente com o propósito de levá-los amarrados
para o julgamento dos principais sacerdotes?” Atos 9;21. Também disseram
depois: “Aquele que antes nos perseguia, agora prega a fé que outrora procurava
destruir” Gálatas 1:23.
Qual o proposito do parêntesis? É mostrar o que parece ser, mas não
é! Mostrar que parece que Deus comete equívocos! Na verdade Deus confunde os
homens e destrói seus equívocos. O primeiro equívoco dos homens é o que pensam
de si mesmos. O segundo equívoco é o que pensam sobre o modo de pensar de Deus.
E nesses equívocos, mesmo os homens considerados como bons, caem na perdição.
Quando Deus ordena a Ananias que vá até Paulo para impor as mãos sobre ele,
Deus revela uma particularidade daquele exato momento da vida de Paulo: Deus
disse a Ananias: “Pois ele
(Paulo) está orando! Atos 9:11
Talvez Cornélio conhecesse o
outro centurião que foi até Jesus pedir em favor de um servo que estava muito
doente. Ou, talvez não o conhecesse, mas tomou conhecimento do fato pois ambos
serviam ao império romano. Com certeza Cornélio presenciou alguns e tomou
conhecimento de outros de tantos feitos de Jesus. Obvio que ele não poderia
gritar aos ventos (aos concidadãos romanos) que algo estava se movendo dentro
dele (coração e mente). Cornélio tem algo em conexão com a história de
Nicodemos que foi ter com Jesus à noite (secretamente) quando outros judeus
estavam acolhidos em suas casas. Cornélio, provavelmente guardou sua fé para si
– e no dia que viesse a se revelar, o próprio Deus se encarregou de lhe enviar
um anjo... (Cornélio era um romano sim – e Deus não estava equivocado como
Pedro tentou argumentar).
Curioso é tentar entender como
eram as contínuas orações de Cornélio... com que palavras... ele ajoelhava? ele
citava promessas da Tora? (absurdo seria – ele não conhecia a Torá (penso) e
nem ao Deus dos judeus (aqui eu me engano – Ele conheceu!) Imagino que
ele começou com um sentimento estranho... e logo venceu o obstáculo ao perceber
que Yahweh não estava preso a dogmas... Talvez tenha tomado conhecimento das
palavras do ex-cego...
“Sabemos
que Deus não atende a pecadores; mas, pelo contrário, se alguém teme a Deus e
pratica a sua vontade, a este atende”.
Daí ele entra em confronto com
essas palavras ao perceber que ele próprio está entre os pecadores e deve ter
ouvido muitas vezes que era desprezível a Yahweh por não ser “um judeu”.
Portanto não seria atendido.
O que fazer? Talvez tenha
estado presente quando Jesus lançou a parábola do fariseu e do publicano (ele
estava representado na classe do publicano). Então ele poderia orar como o
publicano:
“O
publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu,
mas batia no peito dizendo: “Oh Deus, seja misericordioso a mim, um pecador!”
(Lucas 18:9-14).
Pronto:
Confissão! Temor! Serviço!
Considerações finais.
Todos os que foram citados
aqui são os “improváveis”. São improváveis pelas razões estabelecidas na terra,
pelos homens. Os mesmos homens que confessam que Yahweh é soberano sobre todas
as coisas; e que sua vontade prevalece sobre todas a coisas; e que Yahweh age
como, quando e por meio de quem quiser; esses mesmos homens depois dizem que “as
coisas não podem ser bem assim; porque não é bem assim que são as coisas”.
Uma porta se fecha para alguém por muitas razões... homens fecham a portas para
outros homens “em nome da instituição ou entidade” e com base nos artigos dessa,
os mantém do lado de fora.
E Deus
observa em secreto.
Um
homem fechado dentro das portas faz o que ninguém pode impedir...
Trancado...
(...dentro, e não fora...)
ELE
ORA!
E tudo
muda! Porque Deus (só Deus) ouviu.
Atos
10:3-4 ...um anjo de Deus se aproximou
dele e lhe disse:
Cornélio!
Este,
fixando nele os olhos, e possuído de temor, perguntou:
Que é
Senhor?
E o
anjo lhe disse:
As
tuas orações e as tuas esmolas subiram para memória diante de Deus.
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