quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Necromancia - Possível no caso de Samuel?




Saul – Samuel – Necromancia

 

Introdução.

Defender Deus! Não cabe ao homem que Ele criou! Ele não precisa! Essa tentativa vai revelar duas coisas intimamente ligadas: A grandeza de Deus e a pequenez do homem. Os limites que foram colocados sobre o homem, não se aplicam a Deus pois Deus não tem limites. Deus não age contra sua própria natureza, por mais que (no entendimento de muitos) possa parecer que sim.        Há um texto (poderiam ser mostrados centenas) que mostra o Deus altíssimo numa dimensão que está além da nossa compreensão: (em Lucas 20:27-38) Jesus fala sobre a ressurreição dos mortos: Os saduceus se apresentaram diante dele com uma questão a ser esclarecida: Acerca da Lei do levirato: Uma mulher casou-se, ficou viúva, seu cunhado a tomou para si, para suscitar descendente ao falecido, esse morreu também sem deixar filho; sucessivamente morreram seis irmãos que foram primeiramente cunhados dessa mulher e tornaram-se seus maridos, um a cada vez, sucedendo o falecido, todos morreram sem suscitar descendente ao primeiro. Por fim, morreu também a mulher! Os saduceus perguntaram: Se os sete a possuíram, a qual deles ela pertencerá na ressurreição dos mortos? Essa questão tinha um tom irônico, pois eles não acreditavam na ressurreição. Em outras palavras eles diziam assim: “Se a ressurreição existe, Deus tem um problema para resolver”! Jesus, após responder acerca de uma suposta união conjugal no céu, completou depois dizendo: “E que os mortos hão de ressuscitar, Moises o indicou no trecho referente à sarça, quando chama ao Senhor, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. Ora, Deus não é Deus de mortos, e, sim, de vivos; porque para ele todos vivem”.

Todos estão vivos perante Deus!       Esse é um conceito que só se recebe por fé!

O texto de 1º Samuel 28 é, talvez, o que causa mais polêmica na bíblia! Saul estava prestes a travar uma batalha contra os filisteus. Saul foi tomado de medo e estremecimento ao ver o acampamento dos inimigos – ele precisava de uma palavra – Saul precisava falar com Samuel antes de dar um passo na direção do inimigo na batalha! Mas, Samuel havia “morrido”.

Qual pode ser a ação de um morto em meio aos vivos? Essa é a grande polêmica!

 Samuel “subiu por invocação de uma médium, a pedido de Saul?

Sobre Saul:

Saul era o homem segundo o coração do homem, um rei que foi reivindicado por homens que disseram: “Queremos ter um rei sobre nós, como o têm as nações”! Saul foi ungido rei num momento em que Israel queria ser “como as nações” – o povo pensava que estava sem direção e se esqueceu que Deus era seu rei! Saul era um homem que não conhecia a Deus; ele foi um rei a altura do coração do povo! Saul veio a ser uma pequena bomba relógio para Israel. Samuel ungiu Saul a mando de Deus que, por sua vez, atendeu ao pedido do povo. Saul não tinha uma relação com Deus.

Sobre Samuel:

Samuel foi um homem cuja mãe o pediu insistentemente a Deus, e que, para Deus foi devolvido por ela, livre e espontaneamente. Em outras palavras, Ana pediu um filho, não para ela, mas para pertencer ao próprio Deus. Ele foi um profeta gerado no ventre de uma mulher que conhecia Deus pela oração.

 A loucura de Saul poderia ser desastrosa para o reino que viria:

Quando se lê Mateus 1:17 entende-se que o plano de Deus está dividido em quatro eventos marcantes:

1- O chamado de Abrão; 2- O chamado de Davi; 3 - O cativeiro babilônico e 4 - a ressurreição de Jesus. São três grupos de quatorze gerações cada. Saul foi o primeiro rei de uma dinastia que estava iniciando, e, que, teria uma marca no plano de Deus.

O reino de Davi – estava prestes a iniciar – Israel passaria por uma transição:

Davi foi um homem segundo o coração de Deus, foi ungido rei pelo profeta Samuel, a mando de Deus, e pelo desejo de Deus, não pelo desejo do povo.

De um lado, o povo!      Acima do povo, Deus!     Entre Deus e o povo, Samuel, que, por sua vez estava entre dois homens: Saul e Davi!      Deus apontaria o destino de Israel.

O canal da intermediação:

Saul precisava falar com Samuel; logo ele pediu que seus servos lhe trouxessem uma mulher necromante – para que o “morto” Samuel lhe falasse através dos lábios dela!

Definições:

Médium: Segundo o espiritismo, o intermediário entre os vivos e a alma dos mortos. (Aurélio Buarque de Holanda Ferreira; 1975)

Necromante: Pessoa que pratica a necromancia; pessoa que invoca os mortos. (Aurélio; 1975).”

Jesus disse: “Deus não é Deus dos mortos, porque para Ele, todos vivem!

A médium de En-Dor:

Saul em seu zelo pela Lei de Deus, havia desterrado todos os médiuns e adivinhos. Mas, em seu momento de medo dos filisteus, consultou o Senhor, porém o Senhor não falou, nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas.

Saul pede aos seus servos que lhe apontem uma necromante.

O consulente:

Saul se disfarça, despe-se de suas roupas reais e coloca outras roupas (!) para se encontrar com a sua mediadora. Nesse ato de disfarce, Saul renuncia a Deus (ênfase minha), apesar de buscar a voz do profeta de Deus ou a voz de Deus pelo profeta, ele tira de si as roupas que o identificam como rei de Israel ungido de Deus.

 Então a mulher, que não o identificou como o rei de Israel, lhe perguntou:

Quem lhe farei subir?

Notável é que Saul estava em total confusão mental ao pensar que falaria com Deus por esse canal. O Próprio Saul havia desterrado os médiuns por saber que suas práticas eram condenadas por Deus. O médium não tem um espírito mensageiro subordinado a si; o médium é ferramenta do espírito que o usa. Ele lhe diz: Faça-me subir a Samuel.

Nota.: Se esses “guias” que usam seus instrumentos humanos, fossem subordinados aos tais, não haveria nenhum problema quando “um homem instrumento” decidisse “dispensar seus serviços”, mas não é o que acontece. O “homem instrumento” é subordinado ao “guia”. Se o homem instrumento decide abandonar essa “sociedade”, o tal é considerado como obstinado e desertor, então, instaura-se a guerra – requerendo uma intervenção mais forte. Paralelamente podemos ver a história dos hebreus no Egito e a guerra pela libertação do poder do faraó. E podemos ler Romanos 6:11-23 que diz que o pecador se torna dominado pelo pecado e não dominador sobre aquele.

A invocação:

A bíblia não revela que a mulher iniciou qualquer ritual de invocação. Ela pode ter feito uma invocação, ou não! Vendo a mulher a Samuel, leva um susto! Por que a necromante levou um susto? Porque seu “mestre” não se manifestou. Até esse momento, eram protagonistas Saul e a necromante; a partir de então, Deus intervém, mandando Samuel para repreender o rei de Israel.  Quando a mulher vê Samuel, ela leva um susto, então fica claro que algo estranho para ela aconteceu! Ela conhecia o espírito que lhe apareceria, ela era instrumento daquele espírito que a possuía para responder às indagações de seus consulentes. A mulher conhecia Saul (por isso ele disfarçou-se) mas não conhecia Samuel, ela apenas descreveu sua aparência: “Um homem envolto em um manto” e isto foi suficiente para Saul (que conhecia Samuel). Nota-se que Deus interveio no momento que a mulher pergunta: “Por que me enganaste? Pois tu mesmo és Saul! Nesse momento, Deus tirou a máscara de Saul diante da mulher, e bloqueou o ritual dela impedindo a manifestação de seu mestre espiritual – pois o reino de Israel seria impactado pela mensagem do demônio que falaria por intermédio dela. Daí vem outra pergunta: Samuel aparece por invocação a mulher? Ou por intervenção de Deus?

Nota.: Olhando para a figura da serpente amaldiçoada (“...sobre teu ventre andarás...”), os demônios são espíritos sem corpos, necessitam dos homens para agir. Há uma demanda de corpos humanos para serem usados por esses espíritos, mas qual é o tamanho da oferta? Esses demônios querem se manifestar, há uma hierarquia espiritual das trevas que os obriga a se manifestar, por isso eles precisam desses “canais necromantes”. Acredito que a mulher, além de assustada, ficou também amedrontada porque sabia que teria problemas com “seu mestre”. Aqui vale outra paralela: Aquela que diz que um valente pode ser amarrado em sua casa e ter saqueados todos os seus bens (Mateus 12:29 e Lucas 12:21-22). O “valente” foi amarrado e amordaçado (não pôde vir, tampouco falar).

 O impacto:

Saul queria ouvir o profeta. Saul estava em tamanha decadência espiritual, que aceitaria qualquer instrução que lhe chegasse aos ouvidos, e isto seria desastroso para si, para o reino e seu povo, o Israel de Deus. Daí a defesa de que Deus (e não Satanás) interveio enviando Samuel para repreendê-lo. Além do mais, Samuel, embora morto para Saul, não era um morto para Deus. Não apareceu ali um “morto” e sim um “vivo de Deus”. Estava para vir um reino muito importante no plano de Deus, o reino de Davi. (“...tirou o reino da tua mão e o deu ao teu companheiro Davi” (1º Samuel 28:17b)). Jesus é o Leão de Judá (Judá é neto de Abraão), a raiz de Davi. (Apocalipse 5:5). Deus não permitiria que um demônio desse instruções (veja João 8:44 e 10:10) que impactasse no reino que viria.

O reino de Saul já estava acabado – nota que Samuel não lhe deu instruções da parte de Deus, Samuel somente o repreendeu duramente. Não havia mais lugar para Saul no plano de Deus.

Nota.: Não se sabe da manifestação visível de um ente falecido em seções espíritas. Sabe-se (pelos que acreditam e buscam “tais recursos”) que o ente falecido fala pela psicografia mediúnica, ou pela voz modificada do médium. Nesse caso, fica mais fácil explicar o susto da necromante. Penso que ela não teria uma visão (não esperava ver ninguém) e sim que ela apenas diria palavras em nome do suposto morto invocado.

A necromancia em si é uma obra abstrata, Deus condena aqueles que recorrem a ela, Saul foi condenado por isso. Mas a bíblia não diz que Samuel apareceu por invocação da mulher.  Pelo que se sabe da necromancia, o mentor fala através da boca daquele que é o canal e não diretamente com o consulente como se vê nesse caso, pois Samuel falou diretamente com Saul, ignorando por completo a mulher, que se tornou uma expectadora assustada.

Deus dá liberdade ao homem para trilhar até os caminhos da morte e dos terríveis pecados, se este o queira, mas intervém quando a ação de um homem (diga-se aqui, um líder) pode causar impacto nos seus planos para a humanidade (temos muitos exemplos: Atalia, Jezabel, Acazias, Pasur, os falsos profetas  e o próprio Saul, entre outras dezenas de pessoas).

Sobre a identidade de Samuel e do espírito mentor:

A polemica em torno desse texto é:    ra Samuel ou um espírito se passando por Samuel?

A bíblia relata poucos diálogos diretos entre Satanás e alguém, mas é interessante destacar que em todos os casos, Satanás está revelado e manifesto como tal:       A serpente falou com Eva – Eva sabia que ele era a serpente.    Satanás falou com Deus em relação a Jó – Satanás não tentou (se fosse possível enganar Deus) se passar por outro. Satanás falou com Jesus no deserto – Satanás não tentou (se fosse possível enganar Jesus) se passar por outro. A personificação espiritual e a proposta em cada caso, apontam realmente para o ser espiritual que estava em cena; diga-se: Há sintonia entre a proposta e o personagem. Em alguns eventos de expulsão de demônios, esses se manifestaram em palavras: “Que temos nós (os demônios) contigo?” Não está claro na bíblia que houvesse um ser se passando por Samuel! Na verdade, é mais difícil provar que não era ele do que admitir que era ele. O texto em discussão cai na análise pessoal de cada leitor.

Nota.: O maior problema dos homens é a ignorância sobre Deus. Ou conhecem bem pouco sobre ele ou não conhece nada sobre ele. O conhecimento de Deus começa pela leitura incansável da Palavra escrita; juntando conceito a conceito; revelação a revelação, partes pequenas com partes grandes, e, assim, o todo se faz, gradativamente. Para entender uma parte ínfima de uma partícula também ínfima de Deus e preciso “tirá-lo” de dentro da caixinha da lógica e limites humanos.

Trata-se de defender a existência da prática necromante? Trata-se de defender a permissão para a prática? Trata-se de defender que Deus abriu uma exceção à prática? Deus não impediu Saul de ir e de falar com a mulher! Isto está na esfera da liberdade que Deus deu ao homem. Mas Deus não permitiu que um espírito estranho falasse ao rei de Israel (ele ainda era rei). Só Deus sabe quais desastres advinham de uma situação como essa, pois Saul estava disposto a ouvir e seguir instruções!

 Em defesa de Deus:

Todos que defendem que Saul estava diante de um espírito enganador, o fazem “em defesa de Deus”. Deus, que condena a prática da necromancia, não poderia se manifestar por invocação mediúnica! De fato, não poderia! E Deus não se manifestou pela invocação da médium! Então o que aconteceu ali foi uma intervenção!

Vamos atentar a um texto que relata a semelhante intervenção de Deus muitas décadas depois:

Muito similar:

1º Reis 1:1-8 (Esse texto mostra uma intervenção de Deus nos dias do profeta Elias). Numa rebelião de Moabe contra Israel, o rei Acazias caiu pelas grades de um quarto alto, em Samaria, e adoeceu. Ele enviou mensageiros para que perguntasse a um demônio, Baal Zebube, deus de Ecron, se ele seria sarado de seu mal. Mas o anjo do Senhor, revelou a Elias o propósito de Acazias e lhe mandou interceptar os mensageiros e levar um recado ao rei: “Porventura não há Deus em Israel, para que você vá consultar a Baal-Zebube? Por isso, saiba que você morrerá, não se levantará desta cama! Quando os mensageiros voltaram, o rei perguntou: “Por que voltastes?” Os mensageiros disseram que foram interceptados por um homem que lhes mandaram trazer tal advertência ao rei!

Nota-se a semelhança da ação de Deus quando o rei pergunta: Qual era a aparência do homem? Após darem a descrição de um homem, vestido de pelos e com os lombos cingidos com um cinto de couro, o rei diz: “É Elias, o tesbita!”   

Saul também perguntou para a mulher qual era a aparência do santo que subia. Quando ela o descreve, Saul entende que é Samuel. Curiosamente a mulher não descreve o rosto, ou os cabelos brancos, nem a estatura. A pequena descrição que ela deu, foi suficiente.

Baal-Zebube não recebeu os mensageiros, portanto não pode dar resposta nenhuma ao rei, tal qual o espírito que usava a médium de En-Dor não pôde falar com Saul. E, se Baal-Zebube era um “deus”, como seria sua resposta? Seria através de um agente espiritual, um profeta de Baal, não haveria visão aos olhos de ninguém, somente palavras. Pela segunda vez, Deus foi ao encontro de um rei desequilibrado.

Era Samuel?

Olhando somente para o texto. Verso 12: “Vendo a mulher a Samuel...”; Verso 15: “Samuel disse a Saul...”; Verso 16: “Então disse Samuel...”.

Uma linguagem de profeta de Deus que fala por Deus.

Voltando aos versos 16-20: A linguagem de “Samuel” é realmente uma linguagem de profeta. E por fim, Saul cai com rosto em terra; um homem que esteve em confronto com o verdadeiro Deus!

No verso 15, Samuel faz uma pergunta que é interessante: “Por que me inquietaste, fazendo-me subir?” (ARA, ARC e Thompson) “Por que você me perturba, trazendo-me aqui?” (Bíblia judaica); “Por que você me perturbou, fazendo-me subir?” (NVI). Naturalmente esta não seria a pergunta feita por um demônio, pois esse “guia espiritual” viria prontamente! Não seria uma importunação.

 Os interesses dos espiritualistas:

O contexto em geral não dá força aos interesses espiritualistas em relação a essa prática, apesar de que em nenhum momento se questione a existência da prática, não seria inteligente usar esse texto da bíblia em favor da necromancia. E os próprios méritos da personalidade da pessoa (Saul) que buscou esse recurso não fortalece a propaganda. O próprio Saul era tomado de um espírito atormentador que era expulso ao toque da harpa de Davi.

Nota.: Falamos da soberania de Deus acima de tudo! Quanto a esse espírito atormentador sobre Saul, a bíblia relata da seguinte forma: “No dia seguinte, um espírito maligno da parte de Deus, se apossou de Saul, que teve uma crise de raiva em casa...” (1 Samuel 18:10). Em 1 Samuel 19:9 menciona-se novamente: “... o espírito maligno da parte do Senhor tornou sobre Saul...” Em 1 Samuel 19:18-24 temos um relato não menos curioso, pois nesse, Saul é tomado pelo Espirito de Deus (o mesmo que estava sobre Samuel e os demais profetas em Ramá) e este, profetizou.  Sobretudo Deus é soberano!

Portanto, percebe-se que a condição desequilibrada do rei faz parecer natural que busque tais práticas mesmo. Não se trata de provar que a necromancia existe; não precisamos  provar que o Espirito de Deus NÃO se manifesta por meio dessas invocações; o interesse dos mediúnicos seria provar que Deus aprova a prática; mas o desenrolar e o desfecho desse evento só mostrou um homem sendo repreendido mais uma vez. Não precisamos negar que era Samuel para “defender Deus”! Podemos afirmar justamente que era Samuel porque Deus interveio, para evitar o desastre.

Olhando para o diálogo que foi desenvolvido, fica claro que os interesses dos espiritualistas não são satisfeitos pois as palavras de Samuel tinham foco na relação de Deus com seu povo, Israel e com o seu rei ungido, Saul, que estava em decadência espiritual e política (um demônio não falaria do modo como Samuel falou).     Os “defensores de Deus” poderiam dizer: “Se era Samuel, então a necromancia é eficaz e é permitida por Deus! É claro que ela é eficaz! É eficaz de acordo os interesses de quem recorre a ela. E, nem os necromantes, nem os consulentes estão preocupados em distinguir quem está falando com eles, se são anjos, homens ou demônios! Quando uma pessoa vai buscar esse “contato”, ela está longe de querer “testar” ou provar a identidade do morto consultado; ela “tem certeza” de estar “falando” com o morto querido...

Mas...

E quanto à permissão de Deus? De fato, Deus dá ao homem a liberdade de fazer o que quer, sem lhe negar a certeza de que tudo que o homem faz lhe é creditado na conta. Permitir não é aprovar! No mundo há milhões de locais para a prática necromante; e Deus não lhes lança uma bomba atômica!

O teste de um verdadeiro profeta.      Nenhuma frase do relato bíblico sugere que não seja Samuel. As palavras de 28:15 a 28:20 são de um diálogo no qual “Samuel” fala como “Samuel”, de modo que, uma falsa identidade ali, é apenas sugestiva.

As frases:      “Samuel perguntou a Saul: Por que você me perturbou, fazendo-me subir?”; “Disse Samuel: Por que você me chamou, já que o Senhor se afastou de você e se tornou seu inimigo?”; “O Senhor fez o que predisse por meu intermédio...” E o verso 20 diz que Saul caiu estendido ao chão, aterrorizado pelas palavras de Samuel”. Por último, o capítulo 31 monstra Saul caindo diante dos Filisteus, exatamente como “Samuel” lhe revelou que seria em 28:19. De acordo com o teste de um verdadeiro profeta de Deus, as palavras se cumpriram.

Conclusão.

Samuel esteve ali, falando com Saul. Essa foi a permissão de Deus (pelo tamanho e pelos efeitos desse evento), pois Saul, apesar de seus desequilíbrios, era seu ungido! Davi teve duas oportunidades de matar Saul, mas não o fez; antes ele disse: “Longe de mim, tocar no ungido do Senhor”! Da mesma forma, Deus lhe poupou maiores dores quando lhe permitiu falar com Samuel. Cabe lembrar que o pacto de Deus com Abraão era eterno e repleto de bençãos para o povo escolhido, portanto qualquer intervenção que vá de encontro com seus propósitos, será destruída. A rejeição de Deus para com Saul se deu um pouco antes desse deslize, mas foi essa consulta espiritual que selou sua condenação perante Deus. Todavia vale destacar: Foi o ato de buscar uma sessão espirita, somado ao ato de negar pelo disfarce sua posição real (ênfase minha), o ato de se fazer consulente daquela que fora condenada por ele mesmo por suas práticas mediúnicas, e NÃO, pela aparição de Samuel, que Saul foi condenado. O que houve ali foi uma ação da soberania divina.

Não foi o propósito desse pequeno artigo dizer SE era ou SE não era Samuel presente ali, sim mostrar que ERA SIM Samuel e porque foi necessário que ele viesse. Não obrigatoriamente por ter sido “chamado” por uma necromante, mas porque Deus ama seu povo que estava sujeito aquele rei.

1 Crônicas 10:10, sobre morte de Saul, diz: “Puseram as armas de Saul no templo de seu deus (Dagom, dos filisteus) e a sua cabeça afixaram na casa de Dagom. (Deus não interveio nessa ação abominável (e vergonhosa para Israel) por parte dos filisteus). E nos versos 13-14 diz: Assim morreu Saul por causa da sua transgressão cometida contra o Senhor, por causa da palavra do Senhor, a que ele não guardara; e também por ter interrogado e consultado uma necromante, e não ao Senhor, que por isso o matou e transferiu o reino a Davi, filho de Jessé.

Tentar “defender Deus” é mais difícil do que aceitar os eventos que fogem à logica humana, mas que se explicam pelo fato de ser Deus soberano sobre tudo o que criou.

A frase grifada acima diz que Deus MATOU Saul [...]. Poderíamos “defender” Deus e dizer que quem matou Saul foram os filisteus; ou ainda poder-se-ia dizer que nem Deus, nem os filisteus matou Saul, pois este lançou-se sobre a própria espada; mas está escrito na bíblia que “Deus matou Saul”.

Em outro texto (que daria outro debate ainda mais complexo, mas que traz a lume a soberania de Deus) 1 Reis 22:1-40. Falando de outro rei.

1 Reis 22:20-22 Perguntou o Senhor: “Quem enganará a Acabe, para que suba, e caia (morra) em Ramote-Gileade? Um dizia desta maneira, e outro de outra. Então saiu um espírito, e se apresentou diante do Senhor, e disse: “Eu o enganarei”. Perguntou-lhe o Senhor: “Com quê?”  Respondeu ele: “Sairei e serei espírito mentiroso na boca de todos os seus profetas”. Disse o Senhor: “Tu o enganaras, e ainda prevalecerás; sai e faze o assim. “Um espírito mentiroso com a concordância de Deus?” Lá está escrito que SIM.

Para fechar: Romanos 11:33-36

Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria, como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos e quão inescrutáveis os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro lhe deu a Ele para que lhe venha a ser restituído? Porque dele e por meio dele e para ele são todas as coisas. A ele pois a gloria eternamente. Amém.