Saul –
Samuel – Necromancia
Introdução.
Defender
Deus! Não cabe ao homem que Ele criou! Ele não precisa! Essa tentativa vai
revelar duas coisas intimamente ligadas: A grandeza de Deus e a pequenez do
homem. Os limites que foram colocados sobre o homem, não se aplicam a Deus pois
Deus não tem limites. Deus não age contra sua própria natureza, por mais que (no
entendimento de muitos) possa parecer que sim. Há um texto (poderiam ser mostrados
centenas) que mostra o Deus altíssimo numa dimensão que está além da nossa
compreensão: (em Lucas 20:27-38) Jesus fala sobre a ressurreição dos mortos: Os
saduceus se apresentaram diante dele com uma questão a ser esclarecida: Acerca
da Lei do levirato: Uma mulher casou-se, ficou viúva, seu cunhado a tomou para
si, para suscitar descendente ao falecido, esse morreu também sem deixar filho;
sucessivamente morreram seis irmãos que foram primeiramente cunhados dessa
mulher e tornaram-se seus maridos, um a cada vez, sucedendo o falecido, todos
morreram sem suscitar descendente ao primeiro. Por fim, morreu também a mulher!
Os saduceus perguntaram: Se os sete a possuíram, a qual deles ela pertencerá na
ressurreição dos mortos? Essa questão tinha um tom irônico, pois eles não
acreditavam na ressurreição. Em outras palavras eles diziam assim: “Se a
ressurreição existe, Deus tem um problema para resolver”! Jesus, após responder
acerca de uma suposta união conjugal no céu, completou depois dizendo: “E que
os mortos hão de ressuscitar, Moises o indicou no trecho referente à sarça,
quando chama ao Senhor, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. Ora,
Deus não é Deus de mortos, e, sim, de vivos; porque para ele todos vivem”.
Todos
estão vivos perante Deus! Esse é um
conceito que só se recebe por fé!
O texto de 1º Samuel 28 é, talvez, o que causa mais polêmica na bíblia! Saul estava prestes a travar uma batalha contra os filisteus. Saul foi tomado de medo e estremecimento ao ver o acampamento dos inimigos – ele precisava de uma palavra – Saul precisava falar com Samuel antes de dar um passo na direção do inimigo na batalha! Mas, Samuel havia “morrido”.
Qual
pode ser a ação de um morto em meio aos vivos? Essa é a grande polêmica!
Samuel “subiu por invocação de uma médium,
a pedido de Saul?
Sobre Saul:
Saul
era o homem segundo o coração do homem, um rei que foi reivindicado por homens
que disseram: “Queremos ter um rei sobre nós, como o têm as nações”! Saul foi
ungido rei num momento em que Israel queria ser “como as nações” – o povo pensava
que estava sem direção e se esqueceu que Deus era seu rei! Saul era um homem
que não conhecia a Deus; ele foi um rei a altura do coração do povo! Saul veio
a ser uma pequena bomba relógio para Israel. Samuel ungiu Saul a mando de Deus
que, por sua vez, atendeu ao pedido do povo. Saul não tinha uma relação com
Deus.
Sobre
Samuel:
Samuel
foi um homem cuja mãe o pediu insistentemente a Deus, e que, para Deus foi
devolvido por ela, livre e espontaneamente. Em outras palavras, Ana pediu um
filho, não para ela, mas para pertencer ao próprio Deus. Ele foi um profeta gerado
no ventre de uma mulher que conhecia Deus pela oração.
Quando
se lê Mateus 1:17 entende-se que o plano de Deus está dividido em quatro eventos
marcantes:
1- O
chamado de Abrão; 2- O chamado de Davi; 3 - O
cativeiro babilônico e 4 - a ressurreição de Jesus. São três
grupos de quatorze gerações cada. Saul foi o primeiro rei de uma dinastia que
estava iniciando, e, que, teria uma marca no plano de Deus.
O
reino de Davi – estava prestes a iniciar – Israel passaria por uma transição:
Davi
foi um homem segundo o coração de Deus, foi ungido rei pelo profeta Samuel, a
mando de Deus, e pelo desejo de Deus, não pelo desejo do povo.
De um
lado, o povo! Acima do povo, Deus! Entre Deus e o povo, Samuel, que, por sua
vez estava entre dois homens: Saul e Davi!
Deus apontaria o destino de
Israel.
O
canal da intermediação:
Saul
precisava falar com Samuel; logo ele pediu que seus servos lhe trouxessem uma mulher
necromante – para que o “morto” Samuel lhe falasse através dos lábios dela!
Definições:
Médium:
Segundo o espiritismo, o intermediário entre os vivos e a alma dos mortos.
(Aurélio Buarque de Holanda Ferreira; 1975)
Necromante:
Pessoa que pratica a necromancia; pessoa que invoca os mortos. (Aurélio;
1975).”
Jesus
disse: “Deus não é Deus dos mortos, porque para Ele, todos vivem!
A médium de En-Dor:
Saul
em seu zelo pela Lei de Deus, havia desterrado todos os médiuns e adivinhos. Mas,
em seu momento de medo dos filisteus, consultou o Senhor, porém o Senhor não
falou, nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas.
Saul
pede aos seus servos que lhe apontem uma necromante.
O
consulente:
Saul
se disfarça, despe-se de suas roupas reais e coloca outras roupas (!)
para se encontrar com a sua mediadora. Nesse ato de disfarce, Saul renuncia a
Deus (ênfase minha), apesar de buscar a voz do profeta de Deus ou a voz de Deus
pelo profeta, ele tira de si as roupas que o identificam como rei de Israel
ungido de Deus.
Então a mulher, que não o identificou como o
rei de Israel, lhe perguntou:
Quem
lhe farei subir?
Notável
é que Saul estava em total confusão mental ao pensar que falaria com Deus por
esse canal. O Próprio Saul havia desterrado os médiuns por saber que suas
práticas eram condenadas por Deus. O médium não tem um espírito mensageiro
subordinado a si; o médium é ferramenta do espírito que o usa. Ele lhe diz:
Faça-me subir a Samuel.
Nota.:
Se esses “guias” que usam seus instrumentos humanos, fossem subordinados aos
tais, não haveria nenhum problema quando “um homem instrumento” decidisse
“dispensar seus serviços”, mas não é o que acontece. O “homem instrumento” é
subordinado ao “guia”. Se o homem instrumento decide abandonar essa
“sociedade”, o tal é considerado como obstinado e desertor, então, instaura-se
a guerra – requerendo uma intervenção mais forte. Paralelamente podemos ver a história
dos hebreus no Egito e a guerra pela libertação do poder do faraó. E podemos
ler Romanos 6:11-23 que diz que o pecador se torna dominado pelo pecado e não
dominador sobre aquele.
A
invocação:
A
bíblia não revela que a mulher iniciou qualquer ritual de invocação. Ela pode
ter feito uma invocação, ou não! Vendo a mulher a Samuel, leva um susto! Por que
a necromante levou um susto? Porque seu “mestre” não se manifestou. Até esse
momento, eram protagonistas Saul e a necromante; a partir de então, Deus
intervém, mandando Samuel para repreender o rei de Israel. Quando a mulher vê Samuel, ela leva um susto, então
fica claro que algo estranho para ela aconteceu! Ela conhecia o espírito que
lhe apareceria, ela era instrumento daquele espírito que a possuía para
responder às indagações de seus consulentes. A mulher conhecia Saul (por isso
ele disfarçou-se) mas não conhecia Samuel, ela apenas descreveu sua aparência:
“Um homem envolto em um manto” e isto foi suficiente para Saul (que
conhecia Samuel). Nota-se que Deus interveio no momento que a mulher pergunta:
“Por que me enganaste? Pois tu mesmo és Saul! Nesse momento, Deus tirou a máscara
de Saul diante da mulher, e bloqueou o ritual dela impedindo a manifestação de
seu mestre espiritual – pois o reino de Israel seria impactado pela mensagem do
demônio que falaria por intermédio dela. Daí vem outra pergunta: Samuel aparece
por invocação a mulher? Ou por intervenção de Deus?
Nota.:
Olhando para a figura da serpente amaldiçoada (“...sobre teu ventre
andarás...”), os demônios são espíritos sem corpos, necessitam dos homens para
agir. Há uma demanda de corpos humanos para serem usados por esses espíritos,
mas qual é o tamanho da oferta? Esses demônios querem se manifestar, há uma
hierarquia espiritual das trevas que os obriga a se manifestar, por isso eles
precisam desses “canais necromantes”. Acredito que a mulher, além de assustada,
ficou também amedrontada porque sabia que teria problemas com “seu mestre”.
Aqui vale outra paralela: Aquela que diz que um valente pode ser amarrado em
sua casa e ter saqueados todos os seus bens (Mateus 12:29 e Lucas 12:21-22). O
“valente” foi amarrado e amordaçado (não pôde vir, tampouco falar).
Saul
queria ouvir o profeta. Saul estava em tamanha decadência espiritual, que
aceitaria qualquer instrução que lhe chegasse aos ouvidos, e isto seria
desastroso para si, para o reino e seu povo, o Israel de Deus. Daí a defesa de
que Deus (e não Satanás) interveio enviando Samuel para repreendê-lo. Além
do mais, Samuel, embora morto para Saul, não era um morto para Deus. Não
apareceu ali um “morto” e sim um “vivo de Deus”. Estava para vir um reino
muito importante no plano de Deus, o reino de Davi. (“...tirou o reino da tua
mão e o deu ao teu companheiro Davi” (1º Samuel 28:17b)). Jesus é o Leão de
Judá (Judá é neto de Abraão), a raiz de Davi. (Apocalipse 5:5). Deus não
permitiria que um demônio desse instruções (veja João 8:44 e 10:10) que
impactasse no reino que viria.
O
reino de Saul já estava acabado – nota que Samuel não lhe deu instruções da
parte de Deus, Samuel somente o repreendeu duramente. Não havia mais lugar para
Saul no plano de Deus.
Nota.:
Não se sabe da manifestação visível de um ente falecido em seções espíritas.
Sabe-se (pelos que acreditam e buscam “tais recursos”) que o ente falecido fala
pela psicografia mediúnica, ou pela voz modificada do médium. Nesse caso, fica
mais fácil explicar o susto da necromante. Penso que ela não teria uma visão
(não esperava ver ninguém) e sim que ela apenas diria palavras em nome do
suposto morto invocado.
A
necromancia em si é uma obra abstrata, Deus condena aqueles que recorrem a ela,
Saul foi condenado por isso. Mas a bíblia não diz que Samuel apareceu por
invocação da mulher. Pelo que se sabe da
necromancia, o mentor fala através da boca daquele que é o canal e não
diretamente com o consulente como se vê nesse caso, pois Samuel falou
diretamente com Saul, ignorando por completo a mulher, que se tornou uma
expectadora assustada.
Deus
dá liberdade ao homem para trilhar até os caminhos da morte e dos terríveis
pecados, se este o queira, mas intervém quando a ação de um homem (diga-se
aqui, um líder) pode causar impacto nos seus planos para a humanidade (temos
muitos exemplos: Atalia, Jezabel, Acazias, Pasur, os falsos profetas e o próprio Saul, entre outras dezenas de pessoas).
Sobre a identidade de Samuel e do espírito mentor:
A polemica em torno desse texto é: ra Samuel ou um espírito se passando por Samuel?
A
bíblia relata poucos diálogos diretos entre Satanás e alguém, mas é
interessante destacar que em todos os casos, Satanás está revelado e manifesto
como tal: A serpente falou com Eva
– Eva sabia que ele era a serpente. Satanás
falou com Deus em relação a Jó – Satanás não tentou (se fosse possível enganar
Deus) se passar por outro. Satanás falou com Jesus no deserto – Satanás não
tentou (se fosse possível enganar Jesus) se passar por outro. A personificação
espiritual e a proposta em cada caso, apontam realmente para o ser
espiritual que estava em cena; diga-se: Há sintonia entre a proposta e o
personagem. Em alguns eventos de expulsão de demônios, esses se manifestaram em
palavras: “Que temos nós (os demônios) contigo?” Não está claro na bíblia que
houvesse um ser se passando por Samuel! Na verdade, é mais difícil provar que
não era ele do que admitir que era ele. O texto em discussão cai na análise
pessoal de cada leitor.
Nota.:
O maior problema dos homens é a ignorância sobre Deus. Ou conhecem bem pouco
sobre ele ou não conhece nada sobre ele. O conhecimento de Deus começa pela
leitura incansável da Palavra escrita; juntando conceito a conceito; revelação
a revelação, partes pequenas com partes grandes, e, assim, o todo se faz,
gradativamente. Para entender uma parte ínfima de uma partícula também ínfima
de Deus e preciso “tirá-lo” de dentro da caixinha da lógica e limites humanos.
Trata-se
de defender a existência da prática necromante? Trata-se de defender a
permissão para a prática? Trata-se de defender que Deus abriu uma exceção à
prática? Deus não impediu Saul de ir e de falar com a mulher! Isto está na
esfera da liberdade que Deus deu ao homem. Mas Deus não permitiu que um
espírito estranho falasse ao rei de Israel (ele ainda era rei). Só Deus sabe
quais desastres advinham de uma situação como essa, pois Saul estava
disposto a ouvir e seguir instruções!
Todos
que defendem que Saul estava diante de um espírito enganador, o fazem “em
defesa de Deus”. Deus, que condena a prática da necromancia, não poderia se
manifestar por invocação mediúnica! De fato, não poderia! E Deus não se manifestou
pela invocação da médium! Então o que aconteceu ali foi uma intervenção!
Vamos
atentar a um texto que relata a semelhante intervenção de Deus muitas décadas
depois:
Muito
similar:
2º
Reis 1:1-8 (Esse texto mostra uma intervenção de Deus nos dias do profeta
Elias). Numa rebelião de Moabe contra Israel, o rei Acazias caiu pelas grades
de um quarto alto, em Samaria, e adoeceu. Ele enviou mensageiros para que
perguntasse a um demônio, Baal Zebube, deus de Ecron, se ele seria sarado de
seu mal. Mas o anjo do Senhor, revelou a Elias o propósito de Acazias e lhe
mandou interceptar os mensageiros e levar um recado ao rei: “Porventura
não há Deus em Israel, para que você vá consultar a Baal-Zebube? Por isso,
saiba que você morrerá, não se levantará desta cama! Quando os mensageiros
voltaram, o rei perguntou: “Por que voltastes?” Os mensageiros disseram que
foram interceptados por um homem que lhes mandaram trazer tal advertência ao
rei!
Nota-se
a semelhança da ação de Deus quando o rei pergunta: Qual era a aparência do
homem? Após darem a descrição de um homem, vestido de pelos e com os
lombos cingidos com um cinto de couro, o rei diz: “É Elias, o tesbita!”
Saul
também perguntou para a mulher qual era a aparência do santo que subia. Quando
ela o descreve, Saul entende que é Samuel. Curiosamente a mulher não descreve o
rosto, ou os cabelos brancos, nem a estatura. A pequena descrição que ela deu,
foi suficiente.
Baal-Zebube
não recebeu os mensageiros, portanto não pode dar resposta nenhuma ao rei, tal
qual o espírito que usava a médium de En-Dor não pôde falar com Saul. E, se
Baal-Zebube era um “deus”, como seria sua resposta? Seria através de um agente
espiritual, um profeta de Baal, não haveria visão aos olhos de ninguém, somente
palavras. Pela segunda vez, Deus foi ao encontro de um rei desequilibrado.
Era
Samuel?
Olhando
somente para o texto. Verso 12: “Vendo a mulher a Samuel...”; Verso 15: “Samuel
disse a Saul...”; Verso 16: “Então disse Samuel...”.
Uma
linguagem de profeta de Deus que fala por Deus.
Voltando
aos versos 16-20: A linguagem de “Samuel” é realmente uma linguagem de profeta.
E por fim, Saul cai com rosto em terra; um homem que esteve em confronto com o
verdadeiro Deus!
No
verso 15, Samuel faz uma pergunta que é interessante: “Por que me inquietaste,
fazendo-me subir?” (ARA, ARC e Thompson) “Por que você me perturba, trazendo-me
aqui?” (Bíblia judaica); “Por que você me perturbou, fazendo-me subir?” (NVI).
Naturalmente esta não seria a pergunta feita por um demônio, pois esse “guia
espiritual” viria prontamente! Não seria uma importunação.
O
contexto em geral não dá força aos interesses espiritualistas em relação a essa
prática, apesar de que em nenhum momento se questione a existência da prática,
não seria inteligente usar esse texto da bíblia em favor da necromancia. E os próprios
méritos da personalidade da pessoa (Saul) que buscou esse recurso não fortalece
a propaganda. O próprio Saul era tomado de um espírito atormentador que era
expulso ao toque da harpa de Davi.
Nota.:
Falamos da soberania de Deus acima de tudo! Quanto a esse espírito atormentador
sobre Saul, a bíblia relata da seguinte forma: “No dia seguinte, um espírito
maligno da parte de Deus, se apossou de Saul, que teve uma crise de
raiva em casa...” (1 Samuel 18:10). Em 1 Samuel 19:9 menciona-se novamente:
“... o espírito maligno da parte do Senhor tornou sobre Saul...” Em 1
Samuel 19:18-24 temos um relato não menos curioso, pois nesse, Saul é tomado
pelo Espirito de Deus (o mesmo que estava sobre Samuel e os demais profetas
em Ramá) e este, profetizou. Sobretudo
Deus é soberano!
Portanto,
percebe-se que a condição desequilibrada do rei faz parecer natural que busque
tais práticas mesmo. Não se trata de provar que a necromancia existe; não
precisamos provar que o Espirito de Deus
NÃO se manifesta por meio dessas invocações; o interesse dos mediúnicos seria
provar que Deus aprova a prática; mas o desenrolar e o desfecho desse evento só
mostrou um homem sendo repreendido mais uma vez. Não precisamos negar que era
Samuel para “defender Deus”! Podemos afirmar justamente que era Samuel porque
Deus interveio, para evitar o desastre.
Olhando
para o diálogo que foi desenvolvido, fica claro que os interesses dos
espiritualistas não são satisfeitos pois as palavras de Samuel tinham foco na
relação de Deus com seu povo, Israel e com o seu rei ungido, Saul, que estava
em decadência espiritual e política (um demônio não falaria do modo como Samuel
falou). Os “defensores de Deus”
poderiam dizer: “Se era Samuel, então a necromancia é eficaz e é permitida por
Deus! É claro que ela é eficaz! É eficaz de acordo os interesses de quem
recorre a ela. E, nem os necromantes, nem os consulentes estão preocupados em
distinguir quem está falando com eles, se são anjos, homens ou demônios! Quando
uma pessoa vai buscar esse “contato”, ela está longe de querer “testar” ou
provar a identidade do morto consultado; ela “tem certeza” de estar “falando”
com o morto querido...
Mas...
E
quanto à permissão de Deus? De fato, Deus dá ao homem a liberdade de fazer o
que quer, sem lhe negar a certeza de que tudo que o homem faz lhe é
creditado na conta. Permitir não é aprovar! No mundo há milhões de locais
para a prática necromante; e Deus não lhes lança uma bomba atômica!
O teste de um verdadeiro profeta. Nenhuma frase do relato bíblico sugere que não seja Samuel. As palavras de 28:15 a 28:20 são de um diálogo no qual “Samuel” fala como “Samuel”, de modo que, uma falsa identidade ali, é apenas sugestiva.
As
frases: “Samuel perguntou a Saul: Por
que você me perturbou, fazendo-me subir?”; “Disse Samuel: Por que você me
chamou, já que o Senhor se afastou de você e se tornou seu inimigo?”; “O Senhor
fez o que predisse por meu intermédio...” E o verso 20 diz que Saul caiu
estendido ao chão, aterrorizado pelas palavras de Samuel”. Por último, o
capítulo 31 monstra Saul caindo diante dos Filisteus, exatamente como “Samuel”
lhe revelou que seria em 28:19. De acordo com o teste de um verdadeiro profeta
de Deus, as palavras se cumpriram.
Conclusão.
Samuel
esteve ali, falando com Saul. Essa foi a permissão de Deus (pelo tamanho e
pelos efeitos desse evento), pois Saul, apesar de seus desequilíbrios, era seu
ungido! Davi teve duas oportunidades de matar Saul, mas não o fez; antes ele
disse: “Longe de mim, tocar no ungido do Senhor”! Da mesma forma, Deus lhe
poupou maiores dores quando lhe permitiu falar com Samuel. Cabe lembrar que o
pacto de Deus com Abraão era eterno e repleto de bençãos para o povo escolhido,
portanto qualquer intervenção que vá de encontro com seus propósitos, será
destruída. A rejeição de Deus para com Saul se deu um pouco antes desse
deslize, mas foi essa consulta espiritual que selou sua condenação perante
Deus. Todavia vale destacar: Foi o ato de buscar uma sessão espirita, somado ao
ato de negar pelo disfarce sua posição real (ênfase minha), o ato de se fazer
consulente daquela que fora condenada por ele mesmo por suas práticas
mediúnicas, e NÃO, pela aparição de Samuel, que Saul foi condenado. O que houve
ali foi uma ação da soberania divina.
Não
foi o propósito desse pequeno artigo dizer SE era ou SE não era Samuel presente
ali, sim mostrar que ERA SIM Samuel e porque foi necessário que ele viesse. Não
obrigatoriamente por ter sido “chamado” por uma necromante, mas porque Deus ama
seu povo que estava sujeito aquele rei.
1
Crônicas 10:10, sobre morte de Saul, diz: “Puseram as armas de Saul no templo
de seu deus (Dagom, dos filisteus) e a sua cabeça afixaram na casa de Dagom.
(Deus não interveio nessa ação abominável (e vergonhosa para Israel) por parte
dos filisteus). E nos versos 13-14 diz: Assim morreu Saul por causa da sua
transgressão cometida contra o Senhor, por causa da palavra do Senhor, a que
ele não guardara; e também por ter interrogado e consultado uma necromante, e
não ao Senhor, que por isso o matou e transferiu o reino a Davi, filho de
Jessé.
Tentar
“defender Deus” é mais difícil do que aceitar os eventos que fogem à logica
humana, mas que se explicam pelo fato de ser Deus soberano sobre tudo o que
criou.
A
frase grifada acima diz que Deus MATOU Saul [...]. Poderíamos “defender” Deus e
dizer que quem matou Saul foram os filisteus; ou ainda poder-se-ia dizer que
nem Deus, nem os filisteus matou Saul, pois este lançou-se sobre a própria
espada; mas está escrito na bíblia que “Deus matou Saul”.
Em
outro texto (que daria outro debate ainda mais complexo, mas que traz a lume a
soberania de Deus) 1 Reis 22:1-40. Falando de outro rei.
1
Reis 22:20-22 Perguntou o Senhor: “Quem enganará a Acabe, para que suba, e caia
(morra) em Ramote-Gileade? Um dizia desta maneira, e outro de outra. Então saiu
um espírito, e se apresentou diante do Senhor, e disse: “Eu o enganarei”.
Perguntou-lhe o Senhor: “Com quê?”
Respondeu ele: “Sairei e serei espírito mentiroso na boca de todos os
seus profetas”. Disse o Senhor: “Tu o enganaras, e ainda prevalecerás; sai e
faze o assim. “Um espírito mentiroso com a concordância de Deus?” Lá está
escrito que SIM.
Para fechar:
Romanos 11:33-36
Ó
profundidade da riqueza, tanto da sabedoria, como do conhecimento de Deus! Quão
insondáveis são os seus juízos e quão inescrutáveis os seus caminhos! Quem,
pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro
lhe deu a Ele para que lhe venha a ser restituído? Porque dele e por meio dele
e para ele são todas as coisas. A ele pois a gloria eternamente. Amém.
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