sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O violinista


Anos atrás, o jornal Washington Post colocou em prática uma curiosa e interessante experiência. Convidaram um dos maiores violinistas do mundo, Joshua Bell, para tocar em uma estação de metrô, em Washington, D.C., no momento de maior circulação de passageiros. No entanto Joshua faria sua apresentação sem qualquer aviso prévio ou divulgação. Não anunciaram, por exemplo, que ele utilizaria seu violino de uso pessoal, um Stradivarius, O Gibson ex Huberman, feito em 1713, adquirido por quase 4 milhões de dólares. Tampouco anunciaram que três dias antes, Joshua havia feito uma apresentação no Symphony Hall da cidade de Boston onde os ingressos mais baratos giravam ao redor de 100 dolares.
Sem alarde, Joshua apareceu sozinho na estação L'Enfant Plaza vestido com uma calça jeans, uma simples camiseta e um boné. Dentro da estação ele procurou um local aparentemente seguro, próximo a uma das principais entradas, ao lado de uma lata de lixo. Em seguida, ele abriu a caixa do violino, colocou alguns trocados para "incentivar" possíveis doadores e começou sua inusitada "apresentação"
Durante os próximos 43 minutos, Joshua tocou algumas das mais belas composições escritas para violino, entre elas, Chaconne, a Partita de nº 2 de Johann Sebastian Bach em Ré Menor, uma peça de aproximadamente 14 minutos que é considerada uma das mais difíceis para esse instrumento. Em seguida ele tocou Ave Maria, de Franz Schubert. A acústica da L'Enfant Plaza fez com que o violino de Joshua soasse de maneira exuberante e maravilhosa.
O quadro era perfeito: um dos maiores violinistas do mundo, tocando algumas das mais belas composições, em um dos mais valiosos instrumentos já feito pelo homem.
Uma câmera escondida, porém, registrava cada detalhe. O que aconteceu foi surpreendente: das 1097 pessoas que passaram por ele, 7 pararam para escutá-lo. Após o mini-concerto de 8 peças, Joshua arrecadou US$ 32,17 que vieram de 27 doadores (isso mesmo, alguns deram centavos), sendo que 20 dólares foram dados pela única pessoa que o reconheceu.
Por que as pessoas não pararam para escutá-lo? Elas estavam ocupadas! Elas estavam preocupadas. Elas tinham outras coisas para fazer. Elas simplesmente não perceberam o que estava acontecendo. Tudo o que precisavam fazer era parar, ouvir e apreciar. Desperdiçaram uma oportunidade única.

(do livro "O Maior Presente de Todos" de Kleber O. Gonçalves - Sementes Editorial www.sementeseditorial.com.br

Para muitos, Jesus não era mais do que o filho do carpinteiro; esses, não viram nele, o Pai. (João 14:8-9). Ou, como na parábola do tesouro no campo - para muitos, um simples terreno de certo valor, para outros, um tesouro de valor inestimável. (Mateus 13:44-46)
Ou estamos ocupados demais para perceber e ver quem está parado ao nosso lado.