quinta-feira, 13 de outubro de 2022

Cornélio | Quando Deus quebra nosso paradigmas.

Introdução

Yahweh é um Deus de mistérios. Não é um Deus que se esconde de nós; mas tem sim, seus mistérios. Ele quer revelar-se, e o faz! Nos textos mais difíceis (para uns, para outros não) ou nos mais fáceis. A Palavra de Yahweh é um organismo vivo – é na verdade um ser (o Eu Sou) revelado nela, portanto é inesgotável e está sempre em ação. Quando lemos, quando ouvimos, quando escrevemos, quando pregamos, quando praticamos a Palavra, estamos revelando Yahweh aos homens. E se não estamos fazendo nada disso, ainda assim ele não se torna oculto nem inativo. Yahweh é tão provável e ativo ao ponto de se revelar no mais profundo silencio e na mais aparente inatividade! Todos nós faríamos uma lista particular com os nomes daqueles que consideramos ser os heróis da fé! Homens esses (e mulheres também) por meio dos quais Yahweh faz ou fez coisas grandiosas. Ninguém se esqueceria de Elias, de Moisés, de Sansão, Eliseu, Josué...

Ou aqueles que não foram instrumentos de coisas sobrenaturais visíveis, mas que tiveram intima comunhão com Yahweh, como Davi, Samuel, Daniel, Débora e Ana. Ou aqueles que só apareceram uma vez como o profeta Simeão e a profetiza Ana, (Lucas 2) que tinham tanta intimidade com Yahweh ao ponto de não ter tempo para os homens – eles eram quase secretos – foram mencionados na Palavra de Yahweh somente no momento que Jesus nasceu! Certamente voltaram depois para suas vidas particulares na presença de Yahweh. Onde ninguém os vê e onde poucos veem Yahweh. Essas pessoas são quase totalmente desconhecidas para nós; mas Yahweh os conhece bem! Isto nos surpreende.

 

Sobre a profetiza Ana, a Palavra diz que era uma viúva de 84 anos que vivera com seu marido por sete anos. Dedicou então toda sua vida a Yahweh!

Esta não deixava o templo, mas adorava noite e dia em jejuns e orações. E, chegando naquela hora, dava graças a Yahweh e falava a respeito do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém (a consolação de Israel - a esperança do profeta Simeão). Lucas 2:37-38

Não é fácil explicar a vida desta mulher. Entende-se que ela orava constantemente pela redenção de Jerusalém. O menino Jesus foi a resposta de Yahweh. Não era o fim de todo seu trabalho – naquele dia seu trabalho atingiu o meio campo. Desde décadas antes de Jesus, Ana já vivia o que Jesus declarou três décadas depois de nascer: “Ela vivia fechada em seu quarto (o templo) orando em secreto ao Deus que vê em secreto”.

O profeta Simeão foi descrito como um homem justo e piedoso que esperava a consolação de Israel (a redenção de Jerusalém – a esperança da profetiza Ana). E o Espírito Santo estava sobre ele. Sabe-se que em algum momento o Espírito lhe fez uma promessa – que a consolação de Israel era um fato, ela viria – que ele não morreria sem ver o Cristo do Senhor.

Quando Jesus completa quarenta dias – findos os dias chamados de dias da purificação - Maria e José vão ao templo com o menino Jesus. Como determinava lei de Moises, todo primogênito deveria ser apresentado ao Senhor. E deveria ser oferecido por ele um sacrifício de aves – duas rolinhas ou dois pombinhos.

A Profetiza Ana já estava lá (pois vivia lá – ela seria como uma convidada especial ao que ia acontecer) no momento que chegam os pais de Jesus. E a Palavra diz que o Espírito moveu Simeão para que naquele mesmo momento fosse ao templo, pois Yahweh cumpriria a promessa – a resposta a suas orações.

Simeão veria a Consolação de Israel;

Ana veria a redenção de Jerusalém;

Ambos veriam o menino Jesus!

E foi Yahweh que providenciou o momento!

 

Esses são detalhes que mostram que o Espírito de Yahweh está constantemente em ação (evento, modo e tempo – tudo harmoniza). Simeão diz: “Agora já posso deixar esta terra; meus olhos já viram a salvação de Yahweh”. Interessante é que ele coloca os gentios na frente dos israelitas nesta oração:

Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque os meus olhos já viram a tua salvação, a qual preparaste diante de todos os povos: luz para revelação aos gentios e (luz) para glória do teu povo de Israel. Lucas 2:29-32.



Simeão ainda prossegue: “Este menino está destinado tanto para ruína como para levantamento de muitos em Israel – e será alvo de contradição”.

Poderia dizer que todos os paradigmas seriam colocados na balança de Yahweh. Nem todos, mas Israel naquele exato momento já não era mais o mesmo.

A Lei de Moises era o coração do relacionamento de Israel com Yahweh. No contexto do artigo queremos enfatizar que judeus praticavam uma “religião” de exclusividade e de monopolismo de Yahweh. Mas o anjo já tinha revelado à Maria que “...ele salvará o seu povo (da condenação) de seus pecados” O plano de Yahweh era (é) redimir; e redimir a todos. Jesus não veio festejar nada – ele veio salvar pecadores. Só Então haveria festejo nos céus...Lucas 15:7.

Para um judeu, a oração de Simeão pode ter sido estranha quando disse: “...luz para revelação aos gentios...”. Yahweh tinha plano para os gentios!

Em Mateus 8 e Lucas 7 vemos o impressionante relado de um centurião cujo servo estava à morte. Quando Jesus disse que iria até sua casa para curar o servo; o centurião deu uma demonstração de fé que deixou Jesus admirado! Não sabemos se a admiração se deu pelas palavras ou por ter sido palavras saídas da boca de um centurião romano. Analisando somente as palavras podemos supor que aquele homem já estava no caminho da salvação – a confissão do senhorio de Jesus Cristo sobre sua vida seria um simples respirar. Analisando as palavras juntamente com o fato consumado da cura; não fica dúvida nenhuma de que aquele homem (romano – não podemos esquecer) se dobra a essa nova “religião” que ainda está nascendo...

O que vemos aqui é o Espírito Santo agindo na vida de pessoas improváveis considerando suas idades e seus ministérios quase “extintos” para a época. Mas Yahweh não pode ser moldado pelo pensamento humano. Sabemos que havia um silencio de profecias nos quatro séculos passados! E daí? Quem determina quando Yahweh fala e quando se cala?

O que fica explicito para nós é que o Espírito Santo age em qualquer tempo, posto que, ele mesmo é atemporal. E do modo como queira... E em todo lugar... Com qualquer pessoa...

Notem as palavras daquele simplório cego (ex-cego) em João 9:31:

Sabemos que Deus não atende a pecadores; mas, pelo contrário, se alguém teme a Deus e pratica a sua vontade, a este atende.

Há duas considerações nestas frases: A primeira é particular a Yahweh que não vê restrições em si mesmo ao atender a quem o busca – salvo a restrição do pecado – e o homem bem o sabe. A segunda é particular ao cego: Estas frases não seriam tão impactantes se saíssem dos lábios dos oponentes fariseus, mas partiram de um homem tido como desprezível no seu tempo (o Espírito Santo de Yahweh causou um impacto tremendo na vida dos fariseus com a mensagem evangelística de um pobre cego).

Fica outra pergunta: Quem Determina como Yahweh age e através de quem Ele age?

Vemos homens e mulheres que aparentemente não tinham nenhuma relação com Yahweh achegando-se a Ele. Exemplos são: O eunuco Etíope x Felipe; A mulher siro-fenícia x Jesus; o já mencionado centurião romano cujo servo estava doente x Jesus; um judeu rico, fraudulento e chefe dos publicanos (Zaqueu) x Jesus. Outro judeu a serviço do império romano (Mateus) que se tornou discípulo de Jesus. Maria Madalena... Os primeiros a adorar o menino Jesus foram três ilustres estrangeiros...

Algo estava acontecendo (que não sabemos) na vida particular de cada um desses. Nós só sabemos a “parte dois”, que é quando eles aparecem nas páginas da bíblia e deixam cada um à sua marca para as gerações futuras. Esse “algo” era particular a eles e a Yahweh! (para nossa reflexão).

Cornélio era outro que ninguém conhecia até que Deus alterasse a agenda de Pedro e dos judeus que andavam com ele para preencher quase dois capítulos inteiros do livro de Atos dos Apóstolos.

O que se sabe dele é bem destacado no início do capítulo 10: “Morava em Cesaréia; centurião da coorte ...piedoso e temente a Deus com toda a sua casa, e que fazia muitas esmolas ao povo e de contínuo orava a Deus. Curiosamente foi descrito semelhantemente: “...integro, reto, temente a Yahweh...! Com certeza Cornélio soube muito do que Jesus fez; e até presenciou milagres, posto que, Jesus atraía multidões.

A parte que não sabemos sobre Cornélio está “escondida” na frase que diz que “continuamente orava a Deus” (um homem que ora entra em outra dimensão – a dimensão de Yahweh).

Deus dá uma visão a Pedro – Logo começa um “terremoto” na terra (na religiosidade) dos judeus! Pedro não tem a menor ideia do que vem...

Embora a visão dada a Pedro seja confessadamente simbólica, a experiencia registrada foi uma revelação definitiva de que Deus tinha feito uma significativa alteração na forma como Pedro se relacionava com os gentios. Pedro objetou diante da ordem de Deus, mas o Espírito de Deus foi insistente em que ele deveria ajustar seu pensamento e ação com este desafio. Os animais e aves (classificados como impuros para os cerimoniais judeus) representavam os gentios. Sendo os judeus “os puros”. Esse grande receptáculo como um lençol desce do céu – e VOZ que Pedro ouve é a VOZ do próprio YaHWeH. Pedro não fica em dúvida quanto a quem está falando com ele; mas faz objeção ao que a VOZ diz: “...de modo nenhum Senhor...”

Tudo isto representa um pouco do nosso modo de ver o plano de Yahweh. Com quem Yahweh deve se relacionar... Como Yahweh deve agir... Quando Yahweh deve fazer algo... Onde está Yahweh... Porque Yahweh.... Como assim Yahweh.... Cornélio? Yahweh se enganou? Uma profetiza velha? Outro velho? Um etíope (que também é eunuco (de pele escura) ... um procônsul romano (Atos 13:6...)

Antes de voltar a Cornélio, abrimos um parêntesis para Paulo.

Paulo era tão autêntico judeu e fariseu quanto era autêntico perseguidor dos discípulos e dos novos seguidores da nova “religião”. Ele não era um perseguidor de Jesus Cristo; não por intensão própria, pois não o conhecia. Ele era opositor daquilo que os novos cristãos acreditavam e pregavam, pois era diferente do que ele aprendera como fariseu. Para Paulo, a voz de um fariseu ferrenho seguidor da lei mosaica era a única voz que devia ser ouvida, e a voz dos seguidores de Jesus era a única voz a ser calada! Fazendo isso, Paulo sem o saber tornou-se perseguidor de Cristo e opositor a Ele. Quando Paulo cai por terra na estrada de Damasco, ele vê por uns segundos a luz que o cegou e mais uma VOZ: Saulo, Saulo, por que me persegues? Quando Paulo pergunta: “Quem és? Senhor? Ele confessou que não conhecia a pessoa a quem perseguia. Jesus lhe dá uma instrução e na sequência dos fatos, Saulo é hoje o apóstolo dos apóstolos. De perseguidor ele passa a ser seguidor; e o “perseguido passa a ser seu Senhor, Salvador e Mestre”. Então se dizia a respeito de Paulo: “Não é este que exterminava em Jerusalém aos que invocavam o nome de Jesus, e veio aqui precisamente com o propósito de levá-los amarrados para o julgamento dos principais sacerdotes?” Atos 9;21. Também disseram depois: “Aquele que antes nos perseguia, agora prega a fé que outrora procurava destruir” Gálatas 1:23.

Qual o proposito do parêntesis? É mostrar o que parece ser, mas não é! Mostrar que parece que Deus comete equívocos! Na verdade Deus confunde os homens e destrói seus equívocos. O primeiro equívoco dos homens é o que pensam de si mesmos. O segundo equívoco é o que pensam sobre o modo de pensar de Deus. E nesses equívocos, mesmo os homens considerados como bons, caem na perdição. Quando Deus ordena a Ananias que vá até Paulo para impor as mãos sobre ele, Deus revela uma particularidade daquele exato momento da vida de Paulo: Deus disse a Ananias: “Pois ele (Paulo) está orando! Atos 9:11

Talvez Cornélio conhecesse o outro centurião que foi até Jesus pedir em favor de um servo que estava muito doente. Ou, talvez não o conhecesse, mas tomou conhecimento do fato pois ambos serviam ao império romano. Com certeza Cornélio presenciou alguns e tomou conhecimento de outros de tantos feitos de Jesus. Obvio que ele não poderia gritar aos ventos (aos concidadãos romanos) que algo estava se movendo dentro dele (coração e mente). Cornélio tem algo em conexão com a história de Nicodemos que foi ter com Jesus à noite (secretamente) quando outros judeus estavam acolhidos em suas casas. Cornélio, provavelmente guardou sua fé para si – e no dia que viesse a se revelar, o próprio Deus se encarregou de lhe enviar um anjo... (Cornélio era um romano sim – e Deus não estava equivocado como Pedro tentou argumentar).

Curioso é tentar entender como eram as contínuas orações de Cornélio... com que palavras... ele ajoelhava? ele citava promessas da Tora? (absurdo seria – ele não conhecia a Torá (penso) e nem ao Deus dos judeus (aqui eu me engano – Ele conheceu!) Imagino que ele começou com um sentimento estranho... e logo venceu o obstáculo ao perceber que Yahweh não estava preso a dogmas... Talvez tenha tomado conhecimento das palavras do ex-cego...

“Sabemos que Deus não atende a pecadores; mas, pelo contrário, se alguém teme a Deus e pratica a sua vontade, a este atende”.

Daí ele entra em confronto com essas palavras ao perceber que ele próprio está entre os pecadores e deve ter ouvido muitas vezes que era desprezível a Yahweh por não ser “um judeu”. Portanto não seria atendido.

O que fazer? Talvez tenha estado presente quando Jesus lançou a parábola do fariseu e do publicano (ele estava representado na classe do publicano). Então ele poderia orar como o publicano:

“O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito dizendo: “Oh Deus, seja misericordioso a mim, um pecador!” (Lucas 18:9-14).

Pronto: Confissão! Temor! Serviço!

Considerações finais.

Todos os que foram citados aqui são os “improváveis”. São improváveis pelas razões estabelecidas na terra, pelos homens. Os mesmos homens que confessam que Yahweh é soberano sobre todas as coisas; e que sua vontade prevalece sobre todas a coisas; e que Yahweh age como, quando e por meio de quem quiser; esses mesmos homens depois dizem que “as coisas não podem ser bem assim; porque não é bem assim que são as coisas”. Uma porta se fecha para alguém por muitas razões... homens fecham a portas para outros homens “em nome da instituição ou entidade” e com base nos artigos dessa, os mantém do lado de fora.

E Deus observa em secreto.

Um homem fechado dentro das portas faz o que ninguém pode impedir...

Trancado... (...dentro, e não fora...)

ELE ORA!

E tudo muda! Porque Deus (só Deus) ouviu.

 

Atos 10:3-4    ...um anjo de Deus se aproximou dele e lhe disse:

Cornélio!

Este, fixando nele os olhos, e possuído de temor, perguntou:

Que é Senhor?

E o anjo lhe disse:

As tuas orações e as tuas esmolas subiram para memória diante de Deus.

 

sábado, 11 de dezembro de 2021

ORDENANDO QUE CAIA FOGO DO CEU

Introdução


Se colocarmos em nossos olhos a “retina dos olhos de Deus”, (busquei num dicionário aleatório a função da retina: “
captar a LUZ através da córnea, da pupila e do cristalino, e, por meio do nervo ótico, convertê-la em sinais neurais e enviá-las ao cérebro que a transforma em reconhecimento visual”) captaremos a LUZ, ou seja, veremos o que Ele vê, e como Ele vê e então o nosso cérebro terá o “reconhecimento visual” do que está diante dos nossos olhos na mesma ótica de Deus!

O que está diante dos olhos da igreja, atraindo seu olhar e levando-a a reagir? E em que está sendo transformado o objeto do foco como um reconhecimento visual? 

Não sei se ainda se usam nos consultórios dos psicólogos aquelas figuras enigmáticas que são dadas aos pacientes para que respondam o que veem nelas! Fato é, que, cada paciente dá uma resposta diferente sobre o que vê!

Diante dos olhos da igreja estão as figuras nas mais variadas formas. Deus deu a ela a capacidade da identificação. A primeira figura mostra o campo de batalha; a segunda mostra os inimigos; a terceira mostra as estratégias de cada um, e por fim, os objetivos. Reconhecer, a partir do campo visual é o grande desafio da igreja, para que direcione as armas e atinja o verdadeiro inimigo.


                                                        Fazendo um paralelismo.

No livro de Jeremias, lemos que Deus, no primeiro capítulo lhe dá duas visões e pergunta: O que vês, Jeremias? Vejo uma vara de amendoeira; vejo uma panela virada para o norte. De ambas as visões, foi o próprio Deus quem deu a interpretação daquilo que queria mostrar ao profeta. Numa terra tão polarizada à base de tantas ideias e diferenças, se pedíssemos para Deus olhar para nós e responder o que Ele vê, penso que sua resposta seria: Vejo os homens! Vejo-os empreendendo muitas coisas! Comprando, vendendo, construído, modificando, alegrando-se, plantando e colhendo! Vejo homens pecadores que necessitam da minha glória, sendo justificados gratuitamente por minha graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus (Romanos 3).

Deus ama sua criação e quer salvá-la, por isso proveu um sacrifício para a salvação de TODO aquele que crer. O homem, na contrapartida ao que Deus já fez selecionou por seus próprios padrões de justiça aqueles que, no seu julgamento, podem ser salvos. Assim, temos hoje centenas de tribunais “cristãos” no seio da igreja. Deus nos mostrou um único opositor; mas o homem “caracterizou” o opositor internamente e passou a lutar contra si mesmo; contra aqueles (seus irmãos) que não se enquadram nos “novos” padrões de justiça. Deus disse a Isaías: “Meus pensamentos não são os vossos; meus caminhos não são os vossos” (Isaías 55)

                                                 A ótica do homem e o desejo de Deus

Cornélio era um centurião romano. Quem conhece a narrativa de Atos 10 sabe o desenrolar dos fatos até o momento que alguém diz a Pedro: “Entraste na casa de incircuncisos e comeste com eles” (Atos 11). Cornélio esteve primeiramente “sob a régua de Pedro”; Pedro, tendo se rendido à vontade de Deus, venceu os preconceitos judeus obedecendo ao que Deus queria fazer (mas antes disso, ele tentou negociar para não “pisar em solo romano”). O resultado foi a conversão, o batismo, a descida do Espirito Santo sobre a família e amigos chegados de Cornélio. Mas logo em seguida foi a vez de Pedro se ver diante da “régua” e sobre a balança de seus compatriotas, pelos mesmos motivos.

 

Quem conhece Lucas 9 também entende a narrativa. Primeiramente Jesus flagrou os discípulos numa enquete: “Quem dentre eles seria o maior”. Em seguida, a palavra deles foi: “Mestre, vimos certo homem que em seu nome expelia demônios, mas nós o proibimos porque não anda conosco

 

Próximo a esse texto temos outro em que alguns falavam a Jesus a respeito dos galileus, cujo sangue Pilatos misturara com os sacrifícios que os mesmos realizavam! Esse comentário parecia convencer Jesus de que tais homens eram mais pecadores do que outros. Quem seria pior: Pilatos ou os galileus? Jesus os surpreendeu ao dizer: “Se, porém, não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis”.

Depois Jesus os faz lembrar de uma tragédia do passado: A torre de Siloé que caiu sobre 18 homens... Jesus perguntou: “São esses 18 mais pecadores do que todos os outros que habitam em Jerusalém?” ...Se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis! (Lucas 13).

 

Antes de ser chamado para ser um dos doze discípulos, Mateus era um judeu funcionário do governo romano. Zaqueu era um publicano chefe; e rico! Quando ele se converte sinceramente ao Senhor, ele não muda de ofício; mas corrige os males que praticou no oficio.

 

Próximo ao dia de sua morte, Jesus decide ir a Jerusalém. Antes disso, ele envia mensageiros que o antecedessem. Passando eles por uma aldeia de Samaritanos, foram rejeitados por esses. Ao ouvirem isso, os discípulos Tiago e João (os intempestivos filhos do trovão) perguntam: “Senhor, queres que mandemos fogo do céu para consumi-los?” Essa era visão que muitos ainda alimentam sobre Jesus – Fogo destruidor aos oponentes! Embora, quase sempre quem classificou o oponente foi o homem e não Jesus (é a guerra santa) Jesus responde: “Vós não sabeis de que espirito sois!” (Lucas 9).

Poderia citar ainda outras narrativas que mostram quão facilmente o homem sai da comunhão que Deus deseja desfrutar com os seus. O homem pode ainda estar vendo constantemente “as arvores” (Marcos 8) em vez de ver outros (seus iguais) homens. Quando Deus quiser nos mostrar “arvores”, ele nos colocará diante delas, bem verdes, inconfundíveis. E quando quiser nos mostrar os homens, ele nos mostrará os homens que não tem galhos nem folhas. Se nossa visão está turva, Ele se prontifica a nos revelar o que está diante dos nossos olhos.

Deus só vê uma linha divisória no meio dos homens: A linha do arrependimento! De um lado os redimidos; de outro lado, os pecadores.

 

Quando cristãos impõe tropeços ao avanço da igreja; denegrindo a própria imagem diante dos gregos (gentios) e demonizando os gentios (gregos) diante dos judeus, estão fechando suas portas para tais grupos.

Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus. Como também eu em tudo agrado a todos, não buscando o meu próprio proveito, mas o de muitos, para que assim se possam salvar” (Coríntios 10)

                                                         Paulo falou ao povo gentio

...Noutro tempo estáveis sem Cristo; separados da comunidade de Israel; estranhos as alianças da promessa; sem esperança e sem Deus no mundo. (Efésios 2) Mas pelo sangue de Jesus; esse status muda. Então Paulo denomina essa divisão entre gentios e os judeus como inimizade. Tal qual a “inimizade” separa gentios e judeus; o pecado separa de Deus todos os homens, sem distinção.

Jesus, pelo derramar do seu sangue coloca todos os redimidos num só corpo, a igreja do Deus Vivo, Deus de toda a verdade. (Efésios 2). Paulo desejou que “diligentemente se esforçassem por preservar a unidade do Espirito e o vínculo da paz.

Porquanto há um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos. Quem são “todos”? São todos os redimidos, de qualquer origem! Há um só corpo (a igreja – que é um organismo e não uma organização denominacional). Um só Espirito; Uma só esperança; Um só Senhor; Uma só fé; Um só batismo. Depois Paulo chama os gentios redimidos de coerdeiros com os judeus. Herdeiros das promessas feitas a Abraão. (Efésios 3)

                                                      Paulo falou ao povo judeu

E falou sobre o povo judeu: Pertence-lhes a adoção; a gloria; as alianças; a lei; o culto (os cerimoniais) e as promessas. Deles são os patriarcas e deles descende o Cristo.

Mas diz que “...nem todos os de Israel são de fato israelitas; nem por serem descendência de Abraão são todos seus filhos”

Então prossegue: “...a boa vontade do meu coração a minha suplica a Deus a favor deles é para que sejam salvos. Porquanto desconhecendo a justiça de Deus, e estabelecendo sua própria justiça, não se sujeitaram à que vem de Deus. Porque a finalidade da lei (o objetivo único) é conduzi-lo a Cristo para justiça de todo aquele que crê. (Romanos 10 e Gálatas 3).

...pois todos são filhos de Deus (unicamente) mediante a fé em Cristo Jesus porquanto todos vós que fostes batizados em Cristo, de Cristo vos revestistes (assumindo uma nova imagem – a imagem de Deus). Dessarte, não pode haver JUDEU, nem GREGO (gentio), nem escravo, nem livre, nem homem, nem mulher, pois todos sois um (corpo) em Cristo Jesus. (Gálatas 3).

Tal como o pecado separa de Deus, gregos e judeus, Cristo une todos a Deus num só corpo. (esse é o ministério da reconciliação – 2 Coríntios 5). Assim o corpo (como em Romanos 11) é uma só arvore formada por ramos naturais e enxertados, mas a raiz que nutre o tronco e os galhos é uma só, Cristo!)

Então novamente citamos 1 Coríntios 10 onde Paulo exorta a todos a que não sejam pedra de tropeço para gentios, judeus e à igreja de Deus. Nesse momento, sem dar ênfase ao que é o tropeço, vãos ater à divisão:

1 - Os gentios (também conotativamente chamados de “gregos”) no contexto época da escrita da epistola eram os perdidos (as nações sem Cristo) conforme Efésios 2.

2 - Os judeus no mesmo contexto eram (para si mesmos) os detentores “de Deus” que, por meio da lei e dos cerimoniais, se consideravam ainda os únicos que se relacionavam com o Deus de Abraão.

Mas, o que diz a Palavra de Deus?     ...Porquanto Deus colocou todos debaixo da mesma desobediência (pecado) a fim de usar de misericórdia para com todos. Romanos 11.

E: ...Estamos nós em posição de vantagem? Não! Pois já demonstramos que tanto judeus quanto gentios estão todos subjugados pelo pecado. Romanos 3.

3 – A igreja de Deus. A igreja é o mistério revelado, oculto através dos séculos. Unindo todos num só corpo, a partir da redenção pelo sangue. Agora não há nação, não há povo, não há denominação. Todos formam o único corpo.

Conclusão: O que Deus vê? Ele vê apenas dois grupos e apenas uma linha que os divide: Pecadores e Redimidos separados pela linha do arrependimento.

                                        E o que acontece com a igreja contemporânea?

Ela tropeçou; polarizou-se dentro de si mesma! Dividiu-se ainda mais! Agora ela procura os próprios bodes dentro de si mesma para coloca-los “a esquerda” separando-os das ovelhas (antecipando por conta própria aquilo que Jesus disse que fará)! Mas tornou-se difícil identificar ovelhas e bodes...olhamos para a direita onde só deveria haver ovelhas e encontramos bodes ali; depois olhamos para a esquerda e vemos que há também ovelhas... quase sempre atentas a um retângulo preto (nem sempre preto) de cores vivas; e outros “feeds”; adicionando novos “followers” e dando “unfollow” em outros. 

Nada contra a modernidade. Conquanto ela não tente impor “up grade” ao evangelho, estará tudo bem! A rede social destruiu muitos dos nossos filtros; amansou o bode e tornou arredia a ovelha – confundiu ainda mais o que parecia ser lã! Caso o animal berre e mostre alguma resistência à tosquia não dá para tosquiá-lo; não há lã nele!

... e os que usam deste mundo, como se dele não usassem em absoluto, porque a aparência deste mundo passa (1 Coríntios 7).

 A igreja dentro da igreja; hiper-judeus dentre os judeus comuns; gregos troianos dentre os espartanos, mas todos helenistas; cristãos ao quadrado e cristãos ao cubo.

E Paulo não deixou de exortar sobre o perigo da autodenominação: “Eu sou de Paulo; eu, de Apolo, eu, de Cefas e outros de Cristo” Paulo pergunta: Está Cristo dividido? Não! Mas algo novo e preocupante aconteceu; a divisão que era alimentada pelos usos e costumes e pela linha pentecostal ou tradicional, agora é política e avivada com o “fervor” (político).

Essa não deveria ser a luta da carne contra a carne nem do sangue contra o sangue; é luta contra os principados e potestades...que tem um só objetivo – matar, roubar e destruir o homem que Deus criou! Lembramos do livro de Juízes, nos últimos capítulos, a narrativa da guerra das tribos de Israel, a tribo de Benjamim quase foi extinta pelos próprios irmãos.

A igreja está procurando as hostes e principados do mal dentro de si mesma. Não digo que ela não vai encontrar nada; ela vai encontrar algo sim. O problema nasce na disposição (politica) e na motivação (também) da guerra interna que se travou. Até os mais mansos aprenderam a rugir rapidamente. As armas e lanças de Golias foram tiradas do descanso...para matar irmãos! De um lado, os de “Paulo” contra os de “Apolo”, de outro, os de “Cefas” que lutam com todos...Para que os “filisteus” não passem para dentro do tabernáculo santo. É um combate ao “deus Dagom” contemporâneo. O maior problema é que ficou difícil identificar os que são “de Cristo”. Quando Paulo teve a beira de ser estraçalhado por fariseus e saduceus, ele usou uma estratégia para dividir os opositores – ele falou da esperança da ressurreição – que concorda com a fé farisaica, mas não com a “fé” dos saduceus; então, o que já estava em confusão ficou fora de controle porque fariseus e saduceus se dividiram, passando os primeiros para o lado de Paulo. Atos 23 é uma mostra de como os sábios e os poderosos caem diante de um (um só) homem de Deus.  Era um fariseu sofrendo ataque de vários fariseus em sociedade com saduceus! Eram irmãos contra um irmão. (Particularmente acho que a doutrina dos nicolaítas mencionados em Apocalipse, era próxima a doutrina dos saduceus, ou seja, negam a ressurreição) Apesar de tudo, o final foi bom para Paulo, ele não foi morto.

Mas hoje; não enxergamos à frente uma colheita boa do que já está bem plantado e sendo regado dentro da igreja. Independente de um fariseu ou saduceu abrir mão do que defende, o caos já está instaurado.

O comunismo é apenas um braço, ou um dedinho do mal. Embora seja uma metáfora, pode se dizer que aos olhos da igreja esse dedinho tornou-se nos dois fêmures, o maior ou o único mal a ser combatido, começando pelos irmãos. E o que vai acontecer na manhã seguinte ao grande dia, ninguém sabe!

                                                        Fazendo outra analogia:

No caminho de Emaús (Lucas 24) dois discípulos caminhavam desolados e confusos. No entendimento deles, tudo tinha ruído na morte de Jesus; a fé, a esperança e amor...tudo se desfizera.

...nós esperávamos que fosse ele que havia de redimir a Israel (e era mesmo) mas depois de tudo isso, é já o terceiro dia desde que tais coisas aconteceram

Jesus estava “morto” e, com ele, morreu a esperança de muitos. Eles só não sabiam que estavam falando com o próprio Jesus.

E hoje? Como estão nossas: Fé, esperança, amor e percepção da revelação do Filho de Deus presente entre nós?  O foco e o entendimento deles estavam fora de sintonia com aquilo que aprenderam do mestre ao longo de três anos. Poderíamos abrandar e dizer assim: “Foi o próprio Jesus que os impediu de reconhece-lo! De fato, foi Jesus, mas apenas impediu de reconhece-lo fisicamente, sem plantar neles medo, desanimo e confusão...apenas limitou os olhos físicos naquela fração de tempo. E logo em seguida permitiu que o reconhecessem. Mas eles já tinham se declarado “culpados”.

“Ó néscios e tardos de coração para crer tudo que os profetas disseram”

                                             Isto aconteceu no dia seguinte à ressurreição.

                                                  Como estará o Brasil no dia seguinte?

Será que teremos fechado totalmente as portas da igreja para os “gregos” ou para os “judeus”?

E quanto ao que estão dentro? Será possível restaurar o vínculo da paz e avanço do proposito que são únicos? – Salvar os perdidos, levando-os a conhecer o Deus de toda a verdade? Voltar à normalidade; fazendo o papel da igreja acolhedora, intercessora, casa do pão e casa de Deus... casa de oração! (?)

Contra quem lutamos nesses meses? (verbo no passado)! Contra quem lutamos nesta vida? (verbo no presente)!

Os que se embriagam, é de noite que se embriagam! (1 Tessalonicenses 5) Nós não somos da noite, nem das trevas... A ressaca vem pela manhã, quando perguntaremos:

                                                      O que aconteceu ontem à noite?

Sim! Conhecereis a Verdade (que é Cristo) e a Verdade (que é Cristo) vos libertará! Não dos filisteus, mas dos próprios pecados de cada um (João 8).

A partir do dia seguinte ao grande dia, os “gregos” terão entendido errado: (graças à igreja) Que não há lugar para eles ali... (graças à igreja). E a igreja voltará a pregar com aquela frase curta: Jesus te ama!

 Eis aqui o meu servo (Cristo, o filho), a quem sustenho; o meu escolhido (Cristo, o filho), em quem (em Cristo) se compraz a minha alma; pus o meu espírito sobre ele. ele trará justiça às nações.  Isaias 42


quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Intensões Secretas II - anjos

 

Pastor M ainda muito pensativo sobre sua conversa com Jesus na semana anterior, acordara com um forte sentimento no coração: Hoje será um dia de trabalho! Todos os dias são dias de trabalho, mas hoje, Pastor M sente que Deus lhe ensinará algo. Então, optou por passar o dia na sala pastoral e ficou em espírito de submissão.


O telefone tocou. Eram pouco mais de 13:00 horas.

Dentre seus membros da igreja, havia uma irmã que, quando presente no culto, sempre tossia muito. Embora acostumado à condição da irmã, Pastor M sempre a levava à presença de Deus em oração dizendo: “Senhor; me ensinaste a amar aqueles que estão comigo; e esse amor eu aprendi quando abri essa igreja, movido por desejos materialistas; e foi nessa condição que conheci a senhora T, que hoje é sua filha pela fé e confissão do Nome do nosso Senhor Jesus Cristo, assim como eu, que antes era um mercenário, mas fui alcançado por tua misericórdia. Assim ele orava constantemente.

Ao telefone, alguém pede que ele vá até o Hospital H para orar pela irmã T, que teve um mal estar na noite anterior e que estava hospitalizada. Seu estado é grave. A visita termina as 15h.
Pastor M precisa de um milagre para chegar em tempo; precisa de um atalho a pé até chegar ao metrô; esse atalho é num bairro caracterizado como um dos mais violentos da região. O ministério, que em seu propósito maior, lhe deixaria rico, não lhe rendeu um carro, mas incendiou seu coração com amor pelos membros de sua igreja.

Agora, correndo em direção à estação do Metrô, que também não é tão perto, seriam mais ou menos uns quarenta minutos a pé; M orou:
Senhor, preciso que me envie seus anjos, perdoe me, sinto como se tivesse tentando o Senhor passando por aqui, mas preciso desse atalho para chegar em tempo. Aqui posso ser assaltado, agredido, sequestrado e até morto! Por sua misericórdia, peço: envie seus anjos.

Pastor M não percebeu nada, mas sentiu paz no coração.



Anjos acompanham M.
AnjoUm conversa com AnjoDois:
- Vamos deixar que ele nos veja!
- Por quê? Em geral não fazemos isto; nós os guardamos; eles nos liberam e nós voltamos ao nosso posto normal.
- Sim; verdade, mas quero dar a ele a visão da nossa presença; sua fé será fortalecida, e ele dará o testemunho sobre a eficácia da oração, para Glória do Pai Altíssimo.


AnjoTrês se deixa notar.
Pastor M em certo momento olhando para o chão; viu seus passos; ou melhor; viu seus sapatos e suas pernas abaixo do joelho, mas estranhou que suas pernas não estavam embaixo do seu corpo, estavam no seu lado direito. Então, sacudiu a cabeça por achar aquilo estranho. De repente viu as mesmas pernas também no lado esquerdo. Pensou estar tendo algum distúrbio da visão. Talvez por estar acelerado e por não ter comido nada. Ele via agora dois pares de pernas à direita e dois pares à esquerda; eram somente as partes das pernas a partir da metade da coxa até os pés.
Resolveu parar por um minuto; tinha uma barra de chocolate na mochila junto com a bíblia; um bloco de notas; canetas; um agasalho e um guarda-chuva.
Nisto que ele parou; aquelas pernas e pés avançaram três passos ultrapassando o; então ele entendeu... Era tudo tão estranho, tanto quanto era tranquilizador; ele estava tendo uma visão... Eram os anjos!
Resolveu olhar para trás, viu um corpo inteiro mas não distinguiu face alguma; quando virou novamente para frente o quarto anjo, o que estava à sua frente; se fez visível pelas costas.


Foi quando esse falou:
- Está surpreso fiel? Em geral vocês pedem ao Pai Altíssimo a nossa presença, mas acabam por confiar mesmo é naquilo que chamam de sorte. né?
- Acho que isto explica nossa pequenez. Vocês sempre vem?

- Sim, sempre somos enviados quando vocês pedem.

- Todas as vezes? E sempre são quatro de vocês?

- Sim, sempre, mas a quantidade de nós, varia, depende do grau de risco que você corre.

- Se o local não é considerado de risco, Deus não os ordena a vir?

AnjoTres respondeu:

Sempre há proteção para vocês, porque a luta contra as forças do mal é constante, mas quando vocês se sentem em risco notório e clamam, então o Pai Eterno nos envia como “reforço” em resposta a sua oração.
E como vocês agem? Pastor M começou colocar suas curiosidades para fora.

AnjoDois respondeu:

- De muitas formas! Podemos entrar na sua frente de modo que os homens que não nos enxergam, não enxerguem você! Ou seja, somos invisíveis a eles e nesse momento você se torna invisível também. Isso os deixa confusos, perguntando a si mesmos se não havia de fato alguém ali, eles coçam a cabeça atordoados. Essa é uma forma que impedimos muitos atos de violência contra fiéis.

AnjoUm complementou:

- Certa vez o Pai Altíssimo nos mandou proteger um fiel que seria assaltado por um bando e talvez seria morto. Nesse dia o Pai Altíssimo nos mandou na mesma quantidade que eles eram e nós nos tornamos visíveis com os mesmos rostos e corpos deles como se estivessem diante de espelhos, mas nossa estatura era bem maior. Ficaram confusos e com medo. O Pai confunde os adversários.

- Por que você diz que “talvez aquele fiel seria morto”? Vocês não sabem?

AnjoTrês respondeu:

- Não somos oniscientes, sabemos apenas aquilo que o Pai revela a nós; por exemplo, você está aqui nesse local, meio assustado; você não sabe se será atacado, tampouco sabe se será morto. Nós também não sabemos; apenas estamos aqui; mas saiba que temos a força para neutralizar qualquer ataque que você sofra. Quanto a ciência de todas as coisas, só o Pai Eterno tem essa ciência.


- Certa vez eu me fiz visível em figura de uma policial diante de um agressor de mulheres, ele era um homem alto e forte, aparentemente tinha dois metros de altura. Disse o AnjoDois.

- E, na figura de policial feminino você intimidou um agressor de mulheres?

- A natureza humana reconhece autoridade, isto o Pai Eterno colocou dentro deles, portanto eu estava naquela figura justamente para que o agressor me visse, acima de tudo como uma autoridade sobre ele – ele não via uma mulher no real sentido da visão; ele via a autoridade terrena. Respondeu o Anjo.

AnjoUm complementou:

- O mesmo acontece com vocês na batalha contra os inimigos. Eles olham para vocês, mas obedecem a autoridade maior que há no Nome de Jesus Cristo – por isso é vital que usem a autoridade do Nome dele. O Nome dele é como a presença viva dele.

Pastor M parecia estar se divertindo quando perguntou:

- Vocês já se mostraram em forma de carro tanque ou em cavalos como aqueles dos grandes guerreiros dos filmes? Poxa, parece divertido.

Os quatro anjos responderam ao mesmo tempo com um tom de voz mais assertivo:

- Não! Não é divertido! A realidade de uma guerra espiritual é ignorada por milhares de fiéis, mas o Pai conta cada centímetro do campo de batalha; e é uma batalha tão seria quanto real. É guerra! Em geral quando estamos visíveis, assumimos a figura humana, e é por isso que vocês quase nunca percebem que estamos ali; embora devessem ter a certeza, pois pediram nossa presença ao Altíssimo. Tanques de guerra são tecnologias dos homens e os animais estão sujeitos ao homem; por isso, quando aparecemos visíveis; temos a figura daquele que cava seus próprios males - o próprio homem. Essa é a ordem que temos.

- Não existem brincadeirinhas no exército celestial. Disse o AnjoQuatro.

- Vocês podem me levar a um lugar extremamente perigoso para me dar uma demonstração?

- Não. Não podemos!

- Por quê? Vocês são programados? Não tem liberdades?

- O que eu quis dizer é que não temos permissão. Disse novamente o AnjoQuatro.

-Por duas razões: Não podemos expor você ao perigo. E não fazemos demonstrações arbitrárias para mostrar nossa força e roubar a Glória devida somente ao Pai Eterno. Entenda: A guerra é real! Não podemos fazer essas demonstrações pois o adversário pode levar vantagem sobre você.

- Sobre mim? Mesmo tendo vocês comigo? Perguntou Pastor M, sem entender bem as palavras do anjo.

- Sim! Nossa proteção é certa, mas ela também tem a ver como o grau de sua santidade! Levar você para um campo de batalha mais sangrento para sermos exibicionistas seria um ato de desobediência de nossa parte e seria um reflexo de uma vaidade sua...entende? Você cairia no seu próprio laço! Nós seríamos o seu reflexo e o inimigo venceria a nós todos.

- Como assim? (Pastor M ficou meio envergonhado)

- Somente um fiel carnal desejaria isso. Crentes carnais não entendem a guerra por isso acham que podem se expor ao risco como aqueles filhos de Ceva, como está escrito na Palavra de Deus. Essa carnalidade seria sua fraqueza e seria a força do adversário. Entenda: Em campos de batalha mais sangrentos há demônios mais poderosos e embora possamos vencer qualquer demônio, É a sua estatura espiritual e não a nossa que vai garantir sua Vitória. Se você é exposto a um ataque maior do que sua estatura espiritual possa suportar nós agimos instantaneamente por ordem do Eterno. Mas se você mesmo se expõe além de sua fé; sua própria vaidade traz sua derrota; será um duro aprendizado! Tudo é muito sério no trabalho do Pai Altíssimo. Explicou pacientemente o AnjoDois.

- Caso eu sofra um ataque maior que a força da minha estatura, vocês podem agir livremente e instantaneamente?

- Sim; é nossa missão na terra, dentre outras.

-E se vocês falharem?

- Nunca falhamos, é o poder dado pelo Senhor dos Exércitos que está em nós.

- Entendi que posso estar em perigo ou não. E, num caso em que não há perigo, vocês vão embora?

-Vamos quando você nos libera. (disse o anjo)

- Como assim? Geralmente eu nem vejo vocês! Como que eu libero se não estou vendo?

- Quando você agradece ao Pai, nós somos liberados.

Pastor M estava maravilhado com tudo que estava ouvindo.

- Explique ainda: Se eu peço ajuda onde não há perigo, pode acontecer de Deus não responder?

- Ele responde sim; Ele nos manda do mesmo jeito. Manda porque você pediu. Disse o AnjoTrês.


- Mas se não há perigo, ele manda vocês virem do mesmo jeito?

-  Sim. O perigo nesse caso é o seu medo. Vou explicar melhor: Nesse lugar, o que você pode temer?
Roubo, sequestro, agressão, homicídio. Tudo isso, não é? Mesmo que na realidade nada disso vá te acontecer; nós somos enviados por causa do seu medo e na proporção do seu medo. Hoje somos quatro defensores. Quatro possibilidades, quatro anjos. Explicou o AnjoUm.

- Como assim? Mesmo que não aconteça? Se não vai acontecer; por que Deus manda vocês?

- Porque você pediu!

- Mas ele sabe que não precisa. Disse o pastor.

- Sim! Mas você pediu proteção e Ele tem a alegria de nos enviar. Quando chegamos, você sente uma paz que nem sempre sabe de onde veio. É a presença do espírito do Pai em nós.

- E vocês não se sentem usados desnecessariamente?

- Não! Nunca nos sentimos assim! Vou explicar: O Pai Altíssimo tem alegria de atender você e nós temos a alegria de obedecer às ordens dada pelo Pai.

- Mas se não existe perigo; vocês não me socorreram de verdade.

-Socorremos sim! Do seu próprio medo!

-E aqueles que não tem entendimento? Que são inexperientes, que não buscam por meio da oração e da Palavra?

- Lembra de Paulo? (disse o anjo) A graça do Pai Eterno está sobre eles. Esse seu exemplo não é como o exemplo de Paulo que estava em constante comunhão com o Pai, a resposta do Pai é universal: “Minha graça é suficiente sobre você; nem mais nem menos”. Essa graça está sobre todos. Disse o AnjoDois.

- E se eu não peço um anjo ao mesmo tempo que estou num local tranquilo?

- Ainda assim estamos presentes a certa distância como vigilantes em suas guaridas.

- Por quê? Se não há perigo visível!

- Por causa do leão que ruge buscando alguém para tragar.

- Então vocês defendem todos?

- Todos que fizeram a confissão! “Acampamos ao redor dos que O temem e os livramos”

- Então nunca defendem um ímpio?

AnjoQuatro respondeu:
- Esse é um mistério que você vai entender agora; milhões deles são defendidos tanto quanto são os fiéis - até mesmo assim como você; bem de perto como agora.

- Mesmo?

- Sim; quando há intercessão por eles; de parentes e amigos fiéis. Mas nota um detalhe: Por toda a vida de um fiel, o Pai garante a proteção mesmo quando não estão 100% firmes ou quando esses tem uma vida entre espinhos, Ele os defende por causa da Nova Aliança no sangue do Nosso Senhor. A condição para eles é não sair do caminho; é a perseverança! Um dia esses terão a experiência de refinamento espiritual. Mas o Pai não deixa de protegê-los por serem "meninos na experiência". Mas para os ímpios; o livramento para esses sempre está condicionado à intercessão que o Pai Altíssimo recebe; se essas orações cessarem; o adversário consegue levar suas vidas

- Levar?

- Sim - o anjo da morte está presente nesse momento; e nós também. Isto é um exemplo de batalha como aquela relatada duas vezes com a presença de Miguel um dos mais destacados entre nós.
Se essas orações cessam em favor deles nós não nos apresentamos ali nesse momento...então a morte prevalece.

- E já aconteceu de vocês estarem ali e perderem o combate ocasionando na morte do ímpio?

- Não; nenhuma vez. Respondeu o AnjoUm.

- Como já disse; nós vamos por ordem do Pai Altíssimo e essa ordem sempre se deve à oração que chegou ao trono dele. Não há falhas na oração, assim como, obviamente nenhuma falha procede do Pai. Se estamos ali; a Vitória já aconteceu. Pelo poder dEele.

- Mas.... Há casos de morte de justos que vai até para os principais jornais...

- Esses casos nunca se torna em perda para o trabalho do Pai; em geral são como pequenos martírios - redundam em força para os irmãos vivos.

- Essas mortes específicas de justos são casos particulares sob total controle do Pai Eterno.

- Entendi essa, mas fiquei com outra dúvida. Disse o pastor. - Já vi muitos fiéis passarem por grandes provações...e vocês disseram que sempre estão presentes. Como se explica?

AnjoDois respondeu:


- Entenda! Um fiel que ora e se firma nas Escrituras, tem nossa cobertura mesmo quando não pede e essa cobertura é proporcional ao perigo.

- Proporcional?

- Sim, mas para você entender a proporcionalidade faça o cálculo do exército de Gideão. Era um exército de 300 homens que derrotou 135.000 midianitas. Em poder somos um para 4.500 inimigos. Nesse caso, agora somos quatro protetores equivalendo a 18.000 homens guerreiros naturais. É importante que os fiéis conheçam a Palavra de Deus. Nós ficamos tristes quando a Palavra é desprezada pelos fiéis na terra. E, também quando não oram. Orações são nossa Central de chamados no reino do Pai.

Então, Se não oramos vocês ficam ociosos?

- Não! Nunca estamos ociosos. Há muito trabalho na nossa missão.

 - E, se oramos muito, vocês ficam cansados de trabalhar por nós?

- Não! Amamos trabalhar para o Pai Altíssimo! Ininterruptamente.


Pastor M quis saber um pouco mais sobre os ímpios.

- Entendi que um ímpio recebe livramentos quando há orações intercessoras por eles. Quer dizer, que, se um ímpio orar espontaneamente, não será atendido? - O Pai não os atende, pelo fato de os pecados deles impedirem que vocês triunfem em favor deles?


- Essa resposta é simples, mas é dolorosa; em geral a voz deles é que não chega por causa dos seus pecados. Suas orações ecoam para dentro de seus egos pois amam o pecado. Eles não tem o que vou chamar aqui de espírito de invocação com diz a Palavra de Deus: “aba” (Pai). Eles não O tem como “Pai”. Não O respeitam, não O buscam. Eles fazem um grito de socorro a um Deus que eles não temem nem adoram. É um grito pelo medo; saindo da boca de um estranho, e não o grito de um filho. Para entender melhor ainda; digo que eles chamam pelo Pai na mesma forma e com as mesmas palavras que invocam qualquer entidade espiritual. Mas o efeito de uma intercessão é que nesse momento eles são envoltos em graça e misericórdia. Quando encerramos nosso trabalho momentâneo, eles ficam novamente entregues aos seus desejos, seus perigos, suas escolhas.

- Então eles morrerão?

- É por isso que as orações não podem cessar; nunca!

O Anjo respondeu mudando o tom de sua voz. Parecia preocupado.

- Qual seu nome? Aliás, como se chamam vocês todos? Perguntou M.

- Nossos nomes celestiais não são importantes aqui na terra. Ha um só nome que o Pai elevou ao poder e excelência na terra: O nome de Jesus, seu filho. Esse é o nome mais importante que se pronuncia na terra
Quando ouvimos esse nome; nos dobramos. O seu próprio nome diante do Pai Eterno, não é esse; esse é seu nome terreno dado pelos seus pais. O Pai reconhece seu nome terreno, mas esse não é seu verdadeiro nome diante dEle. Ele te revelará no último dia. É por causa dos nomes que você não pode nos chamar diretamente e, também nós não podemos vir diretamente porque você é identificado pelo outro nome que só o Pai conhece. Isto está escrito! Recebemos as ordens específicas e é o Pai que nos mostra o fiel a quem vamos socorrer. Os estranhos não têm nome. Nós só os socorremos quando o Pai Altíssimo atende uma intercessão em favor dos tais. Em geral para nós eles são estranhos e nós, também para eles.

Pastor M ficou entusiasmado com essa revelação.

- Quer dizer que vocês podem vir livrar um traficante por exemplo?

- Já fizemos isso milhões vezes. Muitas mortes foram impedidas porque havia oração por eles; são filhos; cônjuges; irmãos; pais; sobrinhos, amigos; fiéis que oram por eles.

- Chegamos ao seu local! Interveio o AnjoQuatro.

Pastor M estava tão envolvido na conversa que perdera a noção do tempo.

- A essa altura já perdi o horário de visita!

- Não! Ainda não começou o horário de visitas.

- Como assim? Estamos conversando há horas...

- Talvez, se considerássemos o seu relógio de pulso e o movimento da terra. Mas, o Pai domina sobre todas as coisas. Tudo que conversamos enquanto caminhamos até aqui aconteceu dentro do tempo que você tinha para chegar. O relógio que mediu esse tempo não foi o seu relógio, foi o relógio de Deus.

- Você não precisa entender isto agora! – Vá! Você precisa orar pela serva de Deus.

Imediatamente o pastor se viu na recepção do hospital.

- Boa tarde, nós viemos visitar a paciente T no quarto 316; “graças a Deus chegamos em tempo”.

A recepcionista respondeu:

- Tudo bem; mas os outros visitantes deverão chegar nos próximos cinco minutos, pois todos devem se dirigir à outra recepção dentro do horário.

O pastor então notou que os anjos não estavam mais ali; pois ele já tinha dado “graças”.

 

·         Esse texto foi escrito quando eu saia para um compromisso. Eu tirava da carteira os cartões magnéticos de bancos pois pensava: “Caso sofra algum assalto, os cartões terão ficado aqui em casa”. Ao mesmo tempo pensei: “É melhor ter algum dinheiro na carteira, porque, “caso sofra algum assalto, terei algum dinheiro para os assaltantes levar”. Então senti fortemente uma advertência: “Se Deus pode permitir um assalto quando tem pouco dinheiro na carteira, para que não sofra prejuízo, Deus também pode impedir qualquer assalto quando você tenha qualquer outra quantia e, também tantos quantos forem os cartões magnéticos que tiver”. Logo vi, que eu estava sendo insensato; confundindo prudência com falta de fé. Confundindo tudo com tudo e demonstrando somente a falta de fé – que desagrada a Deus. Quando então saí; tive a inspiração do que escrevi acima.