quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Intensões Secretas II - anjos

 

Pastor M ainda muito pensativo sobre sua conversa com Jesus na semana anterior, acordara com um forte sentimento no coração: Hoje será um dia de trabalho! Todos os dias são dias de trabalho, mas hoje, Pastor M sente que Deus lhe ensinará algo. Então, optou por passar o dia na sala pastoral e ficou em espírito de submissão.


O telefone tocou. Eram pouco mais de 13:00 horas.

Dentre seus membros da igreja, havia uma irmã que, quando presente no culto, sempre tossia muito. Embora acostumado à condição da irmã, Pastor M sempre a levava à presença de Deus em oração dizendo: “Senhor; me ensinaste a amar aqueles que estão comigo; e esse amor eu aprendi quando abri essa igreja, movido por desejos materialistas; e foi nessa condição que conheci a senhora T, que hoje é sua filha pela fé e confissão do Nome do nosso Senhor Jesus Cristo, assim como eu, que antes era um mercenário, mas fui alcançado por tua misericórdia. Assim ele orava constantemente.

Ao telefone, alguém pede que ele vá até o Hospital H para orar pela irmã T, que teve um mal estar na noite anterior e que estava hospitalizada. Seu estado é grave. A visita termina as 15h.
Pastor M precisa de um milagre para chegar em tempo; precisa de um atalho a pé até chegar ao metrô; esse atalho é num bairro caracterizado como um dos mais violentos da região. O ministério, que em seu propósito maior, lhe deixaria rico, não lhe rendeu um carro, mas incendiou seu coração com amor pelos membros de sua igreja.

Agora, correndo em direção à estação do Metrô, que também não é tão perto, seriam mais ou menos uns quarenta minutos a pé; M orou:
Senhor, preciso que me envie seus anjos, perdoe me, sinto como se tivesse tentando o Senhor passando por aqui, mas preciso desse atalho para chegar em tempo. Aqui posso ser assaltado, agredido, sequestrado e até morto! Por sua misericórdia, peço: envie seus anjos.

Pastor M não percebeu nada, mas sentiu paz no coração.



Anjos acompanham M.
AnjoUm conversa com AnjoDois:
- Vamos deixar que ele nos veja!
- Por quê? Em geral não fazemos isto; nós os guardamos; eles nos liberam e nós voltamos ao nosso posto normal.
- Sim; verdade, mas quero dar a ele a visão da nossa presença; sua fé será fortalecida, e ele dará o testemunho sobre a eficácia da oração, para Glória do Pai Altíssimo.


AnjoTrês se deixa notar.
Pastor M em certo momento olhando para o chão; viu seus passos; ou melhor; viu seus sapatos e suas pernas abaixo do joelho, mas estranhou que suas pernas não estavam embaixo do seu corpo, estavam no seu lado direito. Então, sacudiu a cabeça por achar aquilo estranho. De repente viu as mesmas pernas também no lado esquerdo. Pensou estar tendo algum distúrbio da visão. Talvez por estar acelerado e por não ter comido nada. Ele via agora dois pares de pernas à direita e dois pares à esquerda; eram somente as partes das pernas a partir da metade da coxa até os pés.
Resolveu parar por um minuto; tinha uma barra de chocolate na mochila junto com a bíblia; um bloco de notas; canetas; um agasalho e um guarda-chuva.
Nisto que ele parou; aquelas pernas e pés avançaram três passos ultrapassando o; então ele entendeu... Era tudo tão estranho, tanto quanto era tranquilizador; ele estava tendo uma visão... Eram os anjos!
Resolveu olhar para trás, viu um corpo inteiro mas não distinguiu face alguma; quando virou novamente para frente o quarto anjo, o que estava à sua frente; se fez visível pelas costas.


Foi quando esse falou:
- Está surpreso fiel? Em geral vocês pedem ao Pai Altíssimo a nossa presença, mas acabam por confiar mesmo é naquilo que chamam de sorte. né?
- Acho que isto explica nossa pequenez. Vocês sempre vem?

- Sim, sempre somos enviados quando vocês pedem.

- Todas as vezes? E sempre são quatro de vocês?

- Sim, sempre, mas a quantidade de nós, varia, depende do grau de risco que você corre.

- Se o local não é considerado de risco, Deus não os ordena a vir?

AnjoTres respondeu:

Sempre há proteção para vocês, porque a luta contra as forças do mal é constante, mas quando vocês se sentem em risco notório e clamam, então o Pai Eterno nos envia como “reforço” em resposta a sua oração.
E como vocês agem? Pastor M começou colocar suas curiosidades para fora.

AnjoDois respondeu:

- De muitas formas! Podemos entrar na sua frente de modo que os homens que não nos enxergam, não enxerguem você! Ou seja, somos invisíveis a eles e nesse momento você se torna invisível também. Isso os deixa confusos, perguntando a si mesmos se não havia de fato alguém ali, eles coçam a cabeça atordoados. Essa é uma forma que impedimos muitos atos de violência contra fiéis.

AnjoUm complementou:

- Certa vez o Pai Altíssimo nos mandou proteger um fiel que seria assaltado por um bando e talvez seria morto. Nesse dia o Pai Altíssimo nos mandou na mesma quantidade que eles eram e nós nos tornamos visíveis com os mesmos rostos e corpos deles como se estivessem diante de espelhos, mas nossa estatura era bem maior. Ficaram confusos e com medo. O Pai confunde os adversários.

- Por que você diz que “talvez aquele fiel seria morto”? Vocês não sabem?

AnjoTrês respondeu:

- Não somos oniscientes, sabemos apenas aquilo que o Pai revela a nós; por exemplo, você está aqui nesse local, meio assustado; você não sabe se será atacado, tampouco sabe se será morto. Nós também não sabemos; apenas estamos aqui; mas saiba que temos a força para neutralizar qualquer ataque que você sofra. Quanto a ciência de todas as coisas, só o Pai Eterno tem essa ciência.


- Certa vez eu me fiz visível em figura de uma policial diante de um agressor de mulheres, ele era um homem alto e forte, aparentemente tinha dois metros de altura. Disse o AnjoDois.

- E, na figura de policial feminino você intimidou um agressor de mulheres?

- A natureza humana reconhece autoridade, isto o Pai Eterno colocou dentro deles, portanto eu estava naquela figura justamente para que o agressor me visse, acima de tudo como uma autoridade sobre ele – ele não via uma mulher no real sentido da visão; ele via a autoridade terrena. Respondeu o Anjo.

AnjoUm complementou:

- O mesmo acontece com vocês na batalha contra os inimigos. Eles olham para vocês, mas obedecem a autoridade maior que há no Nome de Jesus Cristo – por isso é vital que usem a autoridade do Nome dele. O Nome dele é como a presença viva dele.

Pastor M parecia estar se divertindo quando perguntou:

- Vocês já se mostraram em forma de carro tanque ou em cavalos como aqueles dos grandes guerreiros dos filmes? Poxa, parece divertido.

Os quatro anjos responderam ao mesmo tempo com um tom de voz mais assertivo:

- Não! Não é divertido! A realidade de uma guerra espiritual é ignorada por milhares de fiéis, mas o Pai conta cada centímetro do campo de batalha; e é uma batalha tão seria quanto real. É guerra! Em geral quando estamos visíveis, assumimos a figura humana, e é por isso que vocês quase nunca percebem que estamos ali; embora devessem ter a certeza, pois pediram nossa presença ao Altíssimo. Tanques de guerra são tecnologias dos homens e os animais estão sujeitos ao homem; por isso, quando aparecemos visíveis; temos a figura daquele que cava seus próprios males - o próprio homem. Essa é a ordem que temos.

- Não existem brincadeirinhas no exército celestial. Disse o AnjoQuatro.

- Vocês podem me levar a um lugar extremamente perigoso para me dar uma demonstração?

- Não. Não podemos!

- Por quê? Vocês são programados? Não tem liberdades?

- O que eu quis dizer é que não temos permissão. Disse novamente o AnjoQuatro.

-Por duas razões: Não podemos expor você ao perigo. E não fazemos demonstrações arbitrárias para mostrar nossa força e roubar a Glória devida somente ao Pai Eterno. Entenda: A guerra é real! Não podemos fazer essas demonstrações pois o adversário pode levar vantagem sobre você.

- Sobre mim? Mesmo tendo vocês comigo? Perguntou Pastor M, sem entender bem as palavras do anjo.

- Sim! Nossa proteção é certa, mas ela também tem a ver como o grau de sua santidade! Levar você para um campo de batalha mais sangrento para sermos exibicionistas seria um ato de desobediência de nossa parte e seria um reflexo de uma vaidade sua...entende? Você cairia no seu próprio laço! Nós seríamos o seu reflexo e o inimigo venceria a nós todos.

- Como assim? (Pastor M ficou meio envergonhado)

- Somente um fiel carnal desejaria isso. Crentes carnais não entendem a guerra por isso acham que podem se expor ao risco como aqueles filhos de Ceva, como está escrito na Palavra de Deus. Essa carnalidade seria sua fraqueza e seria a força do adversário. Entenda: Em campos de batalha mais sangrentos há demônios mais poderosos e embora possamos vencer qualquer demônio, É a sua estatura espiritual e não a nossa que vai garantir sua Vitória. Se você é exposto a um ataque maior do que sua estatura espiritual possa suportar nós agimos instantaneamente por ordem do Eterno. Mas se você mesmo se expõe além de sua fé; sua própria vaidade traz sua derrota; será um duro aprendizado! Tudo é muito sério no trabalho do Pai Altíssimo. Explicou pacientemente o AnjoDois.

- Caso eu sofra um ataque maior que a força da minha estatura, vocês podem agir livremente e instantaneamente?

- Sim; é nossa missão na terra, dentre outras.

-E se vocês falharem?

- Nunca falhamos, é o poder dado pelo Senhor dos Exércitos que está em nós.

- Entendi que posso estar em perigo ou não. E, num caso em que não há perigo, vocês vão embora?

-Vamos quando você nos libera. (disse o anjo)

- Como assim? Geralmente eu nem vejo vocês! Como que eu libero se não estou vendo?

- Quando você agradece ao Pai, nós somos liberados.

Pastor M estava maravilhado com tudo que estava ouvindo.

- Explique ainda: Se eu peço ajuda onde não há perigo, pode acontecer de Deus não responder?

- Ele responde sim; Ele nos manda do mesmo jeito. Manda porque você pediu. Disse o AnjoTrês.


- Mas se não há perigo, ele manda vocês virem do mesmo jeito?

-  Sim. O perigo nesse caso é o seu medo. Vou explicar melhor: Nesse lugar, o que você pode temer?
Roubo, sequestro, agressão, homicídio. Tudo isso, não é? Mesmo que na realidade nada disso vá te acontecer; nós somos enviados por causa do seu medo e na proporção do seu medo. Hoje somos quatro defensores. Quatro possibilidades, quatro anjos. Explicou o AnjoUm.

- Como assim? Mesmo que não aconteça? Se não vai acontecer; por que Deus manda vocês?

- Porque você pediu!

- Mas ele sabe que não precisa. Disse o pastor.

- Sim! Mas você pediu proteção e Ele tem a alegria de nos enviar. Quando chegamos, você sente uma paz que nem sempre sabe de onde veio. É a presença do espírito do Pai em nós.

- E vocês não se sentem usados desnecessariamente?

- Não! Nunca nos sentimos assim! Vou explicar: O Pai Altíssimo tem alegria de atender você e nós temos a alegria de obedecer às ordens dada pelo Pai.

- Mas se não existe perigo; vocês não me socorreram de verdade.

-Socorremos sim! Do seu próprio medo!

-E aqueles que não tem entendimento? Que são inexperientes, que não buscam por meio da oração e da Palavra?

- Lembra de Paulo? (disse o anjo) A graça do Pai Eterno está sobre eles. Esse seu exemplo não é como o exemplo de Paulo que estava em constante comunhão com o Pai, a resposta do Pai é universal: “Minha graça é suficiente sobre você; nem mais nem menos”. Essa graça está sobre todos. Disse o AnjoDois.

- E se eu não peço um anjo ao mesmo tempo que estou num local tranquilo?

- Ainda assim estamos presentes a certa distância como vigilantes em suas guaridas.

- Por quê? Se não há perigo visível!

- Por causa do leão que ruge buscando alguém para tragar.

- Então vocês defendem todos?

- Todos que fizeram a confissão! “Acampamos ao redor dos que O temem e os livramos”

- Então nunca defendem um ímpio?

AnjoQuatro respondeu:
- Esse é um mistério que você vai entender agora; milhões deles são defendidos tanto quanto são os fiéis - até mesmo assim como você; bem de perto como agora.

- Mesmo?

- Sim; quando há intercessão por eles; de parentes e amigos fiéis. Mas nota um detalhe: Por toda a vida de um fiel, o Pai garante a proteção mesmo quando não estão 100% firmes ou quando esses tem uma vida entre espinhos, Ele os defende por causa da Nova Aliança no sangue do Nosso Senhor. A condição para eles é não sair do caminho; é a perseverança! Um dia esses terão a experiência de refinamento espiritual. Mas o Pai não deixa de protegê-los por serem "meninos na experiência". Mas para os ímpios; o livramento para esses sempre está condicionado à intercessão que o Pai Altíssimo recebe; se essas orações cessarem; o adversário consegue levar suas vidas

- Levar?

- Sim - o anjo da morte está presente nesse momento; e nós também. Isto é um exemplo de batalha como aquela relatada duas vezes com a presença de Miguel um dos mais destacados entre nós.
Se essas orações cessam em favor deles nós não nos apresentamos ali nesse momento...então a morte prevalece.

- E já aconteceu de vocês estarem ali e perderem o combate ocasionando na morte do ímpio?

- Não; nenhuma vez. Respondeu o AnjoUm.

- Como já disse; nós vamos por ordem do Pai Altíssimo e essa ordem sempre se deve à oração que chegou ao trono dele. Não há falhas na oração, assim como, obviamente nenhuma falha procede do Pai. Se estamos ali; a Vitória já aconteceu. Pelo poder dEele.

- Mas.... Há casos de morte de justos que vai até para os principais jornais...

- Esses casos nunca se torna em perda para o trabalho do Pai; em geral são como pequenos martírios - redundam em força para os irmãos vivos.

- Essas mortes específicas de justos são casos particulares sob total controle do Pai Eterno.

- Entendi essa, mas fiquei com outra dúvida. Disse o pastor. - Já vi muitos fiéis passarem por grandes provações...e vocês disseram que sempre estão presentes. Como se explica?

AnjoDois respondeu:


- Entenda! Um fiel que ora e se firma nas Escrituras, tem nossa cobertura mesmo quando não pede e essa cobertura é proporcional ao perigo.

- Proporcional?

- Sim, mas para você entender a proporcionalidade faça o cálculo do exército de Gideão. Era um exército de 300 homens que derrotou 135.000 midianitas. Em poder somos um para 4.500 inimigos. Nesse caso, agora somos quatro protetores equivalendo a 18.000 homens guerreiros naturais. É importante que os fiéis conheçam a Palavra de Deus. Nós ficamos tristes quando a Palavra é desprezada pelos fiéis na terra. E, também quando não oram. Orações são nossa Central de chamados no reino do Pai.

Então, Se não oramos vocês ficam ociosos?

- Não! Nunca estamos ociosos. Há muito trabalho na nossa missão.

 - E, se oramos muito, vocês ficam cansados de trabalhar por nós?

- Não! Amamos trabalhar para o Pai Altíssimo! Ininterruptamente.


Pastor M quis saber um pouco mais sobre os ímpios.

- Entendi que um ímpio recebe livramentos quando há orações intercessoras por eles. Quer dizer, que, se um ímpio orar espontaneamente, não será atendido? - O Pai não os atende, pelo fato de os pecados deles impedirem que vocês triunfem em favor deles?


- Essa resposta é simples, mas é dolorosa; em geral a voz deles é que não chega por causa dos seus pecados. Suas orações ecoam para dentro de seus egos pois amam o pecado. Eles não tem o que vou chamar aqui de espírito de invocação com diz a Palavra de Deus: “aba” (Pai). Eles não O tem como “Pai”. Não O respeitam, não O buscam. Eles fazem um grito de socorro a um Deus que eles não temem nem adoram. É um grito pelo medo; saindo da boca de um estranho, e não o grito de um filho. Para entender melhor ainda; digo que eles chamam pelo Pai na mesma forma e com as mesmas palavras que invocam qualquer entidade espiritual. Mas o efeito de uma intercessão é que nesse momento eles são envoltos em graça e misericórdia. Quando encerramos nosso trabalho momentâneo, eles ficam novamente entregues aos seus desejos, seus perigos, suas escolhas.

- Então eles morrerão?

- É por isso que as orações não podem cessar; nunca!

O Anjo respondeu mudando o tom de sua voz. Parecia preocupado.

- Qual seu nome? Aliás, como se chamam vocês todos? Perguntou M.

- Nossos nomes celestiais não são importantes aqui na terra. Ha um só nome que o Pai elevou ao poder e excelência na terra: O nome de Jesus, seu filho. Esse é o nome mais importante que se pronuncia na terra
Quando ouvimos esse nome; nos dobramos. O seu próprio nome diante do Pai Eterno, não é esse; esse é seu nome terreno dado pelos seus pais. O Pai reconhece seu nome terreno, mas esse não é seu verdadeiro nome diante dEle. Ele te revelará no último dia. É por causa dos nomes que você não pode nos chamar diretamente e, também nós não podemos vir diretamente porque você é identificado pelo outro nome que só o Pai conhece. Isto está escrito! Recebemos as ordens específicas e é o Pai que nos mostra o fiel a quem vamos socorrer. Os estranhos não têm nome. Nós só os socorremos quando o Pai Altíssimo atende uma intercessão em favor dos tais. Em geral para nós eles são estranhos e nós, também para eles.

Pastor M ficou entusiasmado com essa revelação.

- Quer dizer que vocês podem vir livrar um traficante por exemplo?

- Já fizemos isso milhões vezes. Muitas mortes foram impedidas porque havia oração por eles; são filhos; cônjuges; irmãos; pais; sobrinhos, amigos; fiéis que oram por eles.

- Chegamos ao seu local! Interveio o AnjoQuatro.

Pastor M estava tão envolvido na conversa que perdera a noção do tempo.

- A essa altura já perdi o horário de visita!

- Não! Ainda não começou o horário de visitas.

- Como assim? Estamos conversando há horas...

- Talvez, se considerássemos o seu relógio de pulso e o movimento da terra. Mas, o Pai domina sobre todas as coisas. Tudo que conversamos enquanto caminhamos até aqui aconteceu dentro do tempo que você tinha para chegar. O relógio que mediu esse tempo não foi o seu relógio, foi o relógio de Deus.

- Você não precisa entender isto agora! – Vá! Você precisa orar pela serva de Deus.

Imediatamente o pastor se viu na recepção do hospital.

- Boa tarde, nós viemos visitar a paciente T no quarto 316; “graças a Deus chegamos em tempo”.

A recepcionista respondeu:

- Tudo bem; mas os outros visitantes deverão chegar nos próximos cinco minutos, pois todos devem se dirigir à outra recepção dentro do horário.

O pastor então notou que os anjos não estavam mais ali; pois ele já tinha dado “graças”.

 

·         Esse texto foi escrito quando eu saia para um compromisso. Eu tirava da carteira os cartões magnéticos de bancos pois pensava: “Caso sofra algum assalto, os cartões terão ficado aqui em casa”. Ao mesmo tempo pensei: “É melhor ter algum dinheiro na carteira, porque, “caso sofra algum assalto, terei algum dinheiro para os assaltantes levar”. Então senti fortemente uma advertência: “Se Deus pode permitir um assalto quando tem pouco dinheiro na carteira, para que não sofra prejuízo, Deus também pode impedir qualquer assalto quando você tenha qualquer outra quantia e, também tantos quantos forem os cartões magnéticos que tiver”. Logo vi, que eu estava sendo insensato; confundindo prudência com falta de fé. Confundindo tudo com tudo e demonstrando somente a falta de fé – que desagrada a Deus. Quando então saí; tive a inspiração do que escrevi acima.

 

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Do documentário "Chama Flamejante"

 


                                       Desiderio Erasmo e a Reforma Protestante

No  final  do  século  XIV  a Igreja  Católica Romana  comissionou  um  homem  chamado Erasmo, para compilar a partir dos sete manuscritos gregos que ele tinha disponíveis, um texto recebido, um texto comumente recebido que eles chamaram de "Textus receptus". (*)

Desiderio Erasmo, de Rotterdam, Holanda, erudito, monge, amante da língua grega, e, um notável erudito, que seria para sua época o que (Albert) Einstein seria para a nossa. Se você recebesse uma carta de Erasmo, você não a guardaria apenas, você iria emoldurá-la e a guardaria como herança para outras gerações. Ele era o porta-voz da elite intelectual. Ele estava interessado na reforma, mas para ele, a reforma significaria a purificação exterior do exercício da corrupção. Ele não estava interessado em mudanças doutrinarias, ele se opunha a qualquer tipo de Reforma que levasse a uma cisão, portanto, mais tarde haveria uma separação entre Lutero e Erasmo; mas ele foi um instrumento importante ao produzir esta... eu diria... ferramenta; porque ele preparou - e foi publicada em 1516 - a edição do texto padrão do Novo Testamento em grego. Os homens poderiam avaliar por si mesmos (aqueles que tinham essa capacidade) as diferenças entre os textos. E este texto grego de Erasmo, que naquele momento (graças à prensa de tipos móveis uma ou duas gerações anteriores) teve ampla distribuição e ficou acessível ao estudo, tornou-se a base de praticamente todas as traduções bíblicas importantes do século 16, nas línguas maternas dos povos. Embora eu discorde de Erasmo em muitas coisas, pois há muitos aspectos conflitantes no que ele acredita... Para ele, o cristianismo era apenas uma questão da ação da maneira de viver. Ele diria que: "A doutrina simplesmente divide; a vida demonstra". Mas não há vida cristã aceitável a Deus que não flua primeiramente de uma crença na verdade bíblica: Justificação pela fé; cada fiel é um pregador; a autoridade das escrituras, etc... Então eu tenho que assumir uma postura doutrinária antes de viver uma vida cristã. Erasmo era muito a favor da reforma, a qual se referia como a eliminação da corrupção, da ignorância de pregadores, monges e freiras e da vida imoral de alguns, e, assim por diante; mas ele nunca percebeu que a raiz da reforma era a regeneração. Ele queria melhorar e purificar... mas isso é uma demão de tinta numa casa tomada por cupins. A aparência fica melhor, mas os fundamentos continuam deficientes. (**)


Digitação das falas de:

* Dr. David Beale                                                                                                                              Teacher of Church History & Bible Bob - Jones University

** Dr Ed Panosian                                                                                                                             Teacher of Church History  -  Bob Jones University 

Documentário:                                                                                                                                  "Chama Flamejante" - História da Bíblia - BV Filmes - Disco 1 - a partir de 00:34:13

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Necromancia - Possível no caso de Samuel?




Saul – Samuel – Necromancia

 

Introdução.

Defender Deus! Não cabe ao homem que Ele criou! Ele não precisa! Essa tentativa vai revelar duas coisas intimamente ligadas: A grandeza de Deus e a pequenez do homem. Os limites que foram colocados sobre o homem, não se aplicam a Deus pois Deus não tem limites. Deus não age contra sua própria natureza, por mais que (no entendimento de muitos) possa parecer que sim.        Há um texto (poderiam ser mostrados centenas) que mostra o Deus altíssimo numa dimensão que está além da nossa compreensão: (em Lucas 20:27-38) Jesus fala sobre a ressurreição dos mortos: Os saduceus se apresentaram diante dele com uma questão a ser esclarecida: Acerca da Lei do levirato: Uma mulher casou-se, ficou viúva, seu cunhado a tomou para si, para suscitar descendente ao falecido, esse morreu também sem deixar filho; sucessivamente morreram seis irmãos que foram primeiramente cunhados dessa mulher e tornaram-se seus maridos, um a cada vez, sucedendo o falecido, todos morreram sem suscitar descendente ao primeiro. Por fim, morreu também a mulher! Os saduceus perguntaram: Se os sete a possuíram, a qual deles ela pertencerá na ressurreição dos mortos? Essa questão tinha um tom irônico, pois eles não acreditavam na ressurreição. Em outras palavras eles diziam assim: “Se a ressurreição existe, Deus tem um problema para resolver”! Jesus, após responder acerca de uma suposta união conjugal no céu, completou depois dizendo: “E que os mortos hão de ressuscitar, Moises o indicou no trecho referente à sarça, quando chama ao Senhor, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. Ora, Deus não é Deus de mortos, e, sim, de vivos; porque para ele todos vivem”.

Todos estão vivos perante Deus!       Esse é um conceito que só se recebe por fé!

O texto de 1º Samuel 28 é, talvez, o que causa mais polêmica na bíblia! Saul estava prestes a travar uma batalha contra os filisteus. Saul foi tomado de medo e estremecimento ao ver o acampamento dos inimigos – ele precisava de uma palavra – Saul precisava falar com Samuel antes de dar um passo na direção do inimigo na batalha! Mas, Samuel havia “morrido”.

Qual pode ser a ação de um morto em meio aos vivos? Essa é a grande polêmica!

 Samuel “subiu por invocação de uma médium, a pedido de Saul?

Sobre Saul:

Saul era o homem segundo o coração do homem, um rei que foi reivindicado por homens que disseram: “Queremos ter um rei sobre nós, como o têm as nações”! Saul foi ungido rei num momento em que Israel queria ser “como as nações” – o povo pensava que estava sem direção e se esqueceu que Deus era seu rei! Saul era um homem que não conhecia a Deus; ele foi um rei a altura do coração do povo! Saul veio a ser uma pequena bomba relógio para Israel. Samuel ungiu Saul a mando de Deus que, por sua vez, atendeu ao pedido do povo. Saul não tinha uma relação com Deus.

Sobre Samuel:

Samuel foi um homem cuja mãe o pediu insistentemente a Deus, e que, para Deus foi devolvido por ela, livre e espontaneamente. Em outras palavras, Ana pediu um filho, não para ela, mas para pertencer ao próprio Deus. Ele foi um profeta gerado no ventre de uma mulher que conhecia Deus pela oração.

 A loucura de Saul poderia ser desastrosa para o reino que viria:

Quando se lê Mateus 1:17 entende-se que o plano de Deus está dividido em quatro eventos marcantes:

1- O chamado de Abrão; 2- O chamado de Davi; 3 - O cativeiro babilônico e 4 - a ressurreição de Jesus. São três grupos de quatorze gerações cada. Saul foi o primeiro rei de uma dinastia que estava iniciando, e, que, teria uma marca no plano de Deus.

O reino de Davi – estava prestes a iniciar – Israel passaria por uma transição:

Davi foi um homem segundo o coração de Deus, foi ungido rei pelo profeta Samuel, a mando de Deus, e pelo desejo de Deus, não pelo desejo do povo.

De um lado, o povo!      Acima do povo, Deus!     Entre Deus e o povo, Samuel, que, por sua vez estava entre dois homens: Saul e Davi!      Deus apontaria o destino de Israel.

O canal da intermediação:

Saul precisava falar com Samuel; logo ele pediu que seus servos lhe trouxessem uma mulher necromante – para que o “morto” Samuel lhe falasse através dos lábios dela!

Definições:

Médium: Segundo o espiritismo, o intermediário entre os vivos e a alma dos mortos. (Aurélio Buarque de Holanda Ferreira; 1975)

Necromante: Pessoa que pratica a necromancia; pessoa que invoca os mortos. (Aurélio; 1975).”

Jesus disse: “Deus não é Deus dos mortos, porque para Ele, todos vivem!

A médium de En-Dor:

Saul em seu zelo pela Lei de Deus, havia desterrado todos os médiuns e adivinhos. Mas, em seu momento de medo dos filisteus, consultou o Senhor, porém o Senhor não falou, nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas.

Saul pede aos seus servos que lhe apontem uma necromante.

O consulente:

Saul se disfarça, despe-se de suas roupas reais e coloca outras roupas (!) para se encontrar com a sua mediadora. Nesse ato de disfarce, Saul renuncia a Deus (ênfase minha), apesar de buscar a voz do profeta de Deus ou a voz de Deus pelo profeta, ele tira de si as roupas que o identificam como rei de Israel ungido de Deus.

 Então a mulher, que não o identificou como o rei de Israel, lhe perguntou:

Quem lhe farei subir?

Notável é que Saul estava em total confusão mental ao pensar que falaria com Deus por esse canal. O Próprio Saul havia desterrado os médiuns por saber que suas práticas eram condenadas por Deus. O médium não tem um espírito mensageiro subordinado a si; o médium é ferramenta do espírito que o usa. Ele lhe diz: Faça-me subir a Samuel.

Nota.: Se esses “guias” que usam seus instrumentos humanos, fossem subordinados aos tais, não haveria nenhum problema quando “um homem instrumento” decidisse “dispensar seus serviços”, mas não é o que acontece. O “homem instrumento” é subordinado ao “guia”. Se o homem instrumento decide abandonar essa “sociedade”, o tal é considerado como obstinado e desertor, então, instaura-se a guerra – requerendo uma intervenção mais forte. Paralelamente podemos ver a história dos hebreus no Egito e a guerra pela libertação do poder do faraó. E podemos ler Romanos 6:11-23 que diz que o pecador se torna dominado pelo pecado e não dominador sobre aquele.

A invocação:

A bíblia não revela que a mulher iniciou qualquer ritual de invocação. Ela pode ter feito uma invocação, ou não! Vendo a mulher a Samuel, leva um susto! Por que a necromante levou um susto? Porque seu “mestre” não se manifestou. Até esse momento, eram protagonistas Saul e a necromante; a partir de então, Deus intervém, mandando Samuel para repreender o rei de Israel.  Quando a mulher vê Samuel, ela leva um susto, então fica claro que algo estranho para ela aconteceu! Ela conhecia o espírito que lhe apareceria, ela era instrumento daquele espírito que a possuía para responder às indagações de seus consulentes. A mulher conhecia Saul (por isso ele disfarçou-se) mas não conhecia Samuel, ela apenas descreveu sua aparência: “Um homem envolto em um manto” e isto foi suficiente para Saul (que conhecia Samuel). Nota-se que Deus interveio no momento que a mulher pergunta: “Por que me enganaste? Pois tu mesmo és Saul! Nesse momento, Deus tirou a máscara de Saul diante da mulher, e bloqueou o ritual dela impedindo a manifestação de seu mestre espiritual – pois o reino de Israel seria impactado pela mensagem do demônio que falaria por intermédio dela. Daí vem outra pergunta: Samuel aparece por invocação a mulher? Ou por intervenção de Deus?

Nota.: Olhando para a figura da serpente amaldiçoada (“...sobre teu ventre andarás...”), os demônios são espíritos sem corpos, necessitam dos homens para agir. Há uma demanda de corpos humanos para serem usados por esses espíritos, mas qual é o tamanho da oferta? Esses demônios querem se manifestar, há uma hierarquia espiritual das trevas que os obriga a se manifestar, por isso eles precisam desses “canais necromantes”. Acredito que a mulher, além de assustada, ficou também amedrontada porque sabia que teria problemas com “seu mestre”. Aqui vale outra paralela: Aquela que diz que um valente pode ser amarrado em sua casa e ter saqueados todos os seus bens (Mateus 12:29 e Lucas 12:21-22). O “valente” foi amarrado e amordaçado (não pôde vir, tampouco falar).

 O impacto:

Saul queria ouvir o profeta. Saul estava em tamanha decadência espiritual, que aceitaria qualquer instrução que lhe chegasse aos ouvidos, e isto seria desastroso para si, para o reino e seu povo, o Israel de Deus. Daí a defesa de que Deus (e não Satanás) interveio enviando Samuel para repreendê-lo. Além do mais, Samuel, embora morto para Saul, não era um morto para Deus. Não apareceu ali um “morto” e sim um “vivo de Deus”. Estava para vir um reino muito importante no plano de Deus, o reino de Davi. (“...tirou o reino da tua mão e o deu ao teu companheiro Davi” (1º Samuel 28:17b)). Jesus é o Leão de Judá (Judá é neto de Abraão), a raiz de Davi. (Apocalipse 5:5). Deus não permitiria que um demônio desse instruções (veja João 8:44 e 10:10) que impactasse no reino que viria.

O reino de Saul já estava acabado – nota que Samuel não lhe deu instruções da parte de Deus, Samuel somente o repreendeu duramente. Não havia mais lugar para Saul no plano de Deus.

Nota.: Não se sabe da manifestação visível de um ente falecido em seções espíritas. Sabe-se (pelos que acreditam e buscam “tais recursos”) que o ente falecido fala pela psicografia mediúnica, ou pela voz modificada do médium. Nesse caso, fica mais fácil explicar o susto da necromante. Penso que ela não teria uma visão (não esperava ver ninguém) e sim que ela apenas diria palavras em nome do suposto morto invocado.

A necromancia em si é uma obra abstrata, Deus condena aqueles que recorrem a ela, Saul foi condenado por isso. Mas a bíblia não diz que Samuel apareceu por invocação da mulher.  Pelo que se sabe da necromancia, o mentor fala através da boca daquele que é o canal e não diretamente com o consulente como se vê nesse caso, pois Samuel falou diretamente com Saul, ignorando por completo a mulher, que se tornou uma expectadora assustada.

Deus dá liberdade ao homem para trilhar até os caminhos da morte e dos terríveis pecados, se este o queira, mas intervém quando a ação de um homem (diga-se aqui, um líder) pode causar impacto nos seus planos para a humanidade (temos muitos exemplos: Atalia, Jezabel, Acazias, Pasur, os falsos profetas  e o próprio Saul, entre outras dezenas de pessoas).

Sobre a identidade de Samuel e do espírito mentor:

A polemica em torno desse texto é:    ra Samuel ou um espírito se passando por Samuel?

A bíblia relata poucos diálogos diretos entre Satanás e alguém, mas é interessante destacar que em todos os casos, Satanás está revelado e manifesto como tal:       A serpente falou com Eva – Eva sabia que ele era a serpente.    Satanás falou com Deus em relação a Jó – Satanás não tentou (se fosse possível enganar Deus) se passar por outro. Satanás falou com Jesus no deserto – Satanás não tentou (se fosse possível enganar Jesus) se passar por outro. A personificação espiritual e a proposta em cada caso, apontam realmente para o ser espiritual que estava em cena; diga-se: Há sintonia entre a proposta e o personagem. Em alguns eventos de expulsão de demônios, esses se manifestaram em palavras: “Que temos nós (os demônios) contigo?” Não está claro na bíblia que houvesse um ser se passando por Samuel! Na verdade, é mais difícil provar que não era ele do que admitir que era ele. O texto em discussão cai na análise pessoal de cada leitor.

Nota.: O maior problema dos homens é a ignorância sobre Deus. Ou conhecem bem pouco sobre ele ou não conhece nada sobre ele. O conhecimento de Deus começa pela leitura incansável da Palavra escrita; juntando conceito a conceito; revelação a revelação, partes pequenas com partes grandes, e, assim, o todo se faz, gradativamente. Para entender uma parte ínfima de uma partícula também ínfima de Deus e preciso “tirá-lo” de dentro da caixinha da lógica e limites humanos.

Trata-se de defender a existência da prática necromante? Trata-se de defender a permissão para a prática? Trata-se de defender que Deus abriu uma exceção à prática? Deus não impediu Saul de ir e de falar com a mulher! Isto está na esfera da liberdade que Deus deu ao homem. Mas Deus não permitiu que um espírito estranho falasse ao rei de Israel (ele ainda era rei). Só Deus sabe quais desastres advinham de uma situação como essa, pois Saul estava disposto a ouvir e seguir instruções!

 Em defesa de Deus:

Todos que defendem que Saul estava diante de um espírito enganador, o fazem “em defesa de Deus”. Deus, que condena a prática da necromancia, não poderia se manifestar por invocação mediúnica! De fato, não poderia! E Deus não se manifestou pela invocação da médium! Então o que aconteceu ali foi uma intervenção!

Vamos atentar a um texto que relata a semelhante intervenção de Deus muitas décadas depois:

Muito similar:

1º Reis 1:1-8 (Esse texto mostra uma intervenção de Deus nos dias do profeta Elias). Numa rebelião de Moabe contra Israel, o rei Acazias caiu pelas grades de um quarto alto, em Samaria, e adoeceu. Ele enviou mensageiros para que perguntasse a um demônio, Baal Zebube, deus de Ecron, se ele seria sarado de seu mal. Mas o anjo do Senhor, revelou a Elias o propósito de Acazias e lhe mandou interceptar os mensageiros e levar um recado ao rei: “Porventura não há Deus em Israel, para que você vá consultar a Baal-Zebube? Por isso, saiba que você morrerá, não se levantará desta cama! Quando os mensageiros voltaram, o rei perguntou: “Por que voltastes?” Os mensageiros disseram que foram interceptados por um homem que lhes mandaram trazer tal advertência ao rei!

Nota-se a semelhança da ação de Deus quando o rei pergunta: Qual era a aparência do homem? Após darem a descrição de um homem, vestido de pelos e com os lombos cingidos com um cinto de couro, o rei diz: “É Elias, o tesbita!”   

Saul também perguntou para a mulher qual era a aparência do santo que subia. Quando ela o descreve, Saul entende que é Samuel. Curiosamente a mulher não descreve o rosto, ou os cabelos brancos, nem a estatura. A pequena descrição que ela deu, foi suficiente.

Baal-Zebube não recebeu os mensageiros, portanto não pode dar resposta nenhuma ao rei, tal qual o espírito que usava a médium de En-Dor não pôde falar com Saul. E, se Baal-Zebube era um “deus”, como seria sua resposta? Seria através de um agente espiritual, um profeta de Baal, não haveria visão aos olhos de ninguém, somente palavras. Pela segunda vez, Deus foi ao encontro de um rei desequilibrado.

Era Samuel?

Olhando somente para o texto. Verso 12: “Vendo a mulher a Samuel...”; Verso 15: “Samuel disse a Saul...”; Verso 16: “Então disse Samuel...”.

Uma linguagem de profeta de Deus que fala por Deus.

Voltando aos versos 16-20: A linguagem de “Samuel” é realmente uma linguagem de profeta. E por fim, Saul cai com rosto em terra; um homem que esteve em confronto com o verdadeiro Deus!

No verso 15, Samuel faz uma pergunta que é interessante: “Por que me inquietaste, fazendo-me subir?” (ARA, ARC e Thompson) “Por que você me perturba, trazendo-me aqui?” (Bíblia judaica); “Por que você me perturbou, fazendo-me subir?” (NVI). Naturalmente esta não seria a pergunta feita por um demônio, pois esse “guia espiritual” viria prontamente! Não seria uma importunação.

 Os interesses dos espiritualistas:

O contexto em geral não dá força aos interesses espiritualistas em relação a essa prática, apesar de que em nenhum momento se questione a existência da prática, não seria inteligente usar esse texto da bíblia em favor da necromancia. E os próprios méritos da personalidade da pessoa (Saul) que buscou esse recurso não fortalece a propaganda. O próprio Saul era tomado de um espírito atormentador que era expulso ao toque da harpa de Davi.

Nota.: Falamos da soberania de Deus acima de tudo! Quanto a esse espírito atormentador sobre Saul, a bíblia relata da seguinte forma: “No dia seguinte, um espírito maligno da parte de Deus, se apossou de Saul, que teve uma crise de raiva em casa...” (1 Samuel 18:10). Em 1 Samuel 19:9 menciona-se novamente: “... o espírito maligno da parte do Senhor tornou sobre Saul...” Em 1 Samuel 19:18-24 temos um relato não menos curioso, pois nesse, Saul é tomado pelo Espirito de Deus (o mesmo que estava sobre Samuel e os demais profetas em Ramá) e este, profetizou.  Sobretudo Deus é soberano!

Portanto, percebe-se que a condição desequilibrada do rei faz parecer natural que busque tais práticas mesmo. Não se trata de provar que a necromancia existe; não precisamos  provar que o Espirito de Deus NÃO se manifesta por meio dessas invocações; o interesse dos mediúnicos seria provar que Deus aprova a prática; mas o desenrolar e o desfecho desse evento só mostrou um homem sendo repreendido mais uma vez. Não precisamos negar que era Samuel para “defender Deus”! Podemos afirmar justamente que era Samuel porque Deus interveio, para evitar o desastre.

Olhando para o diálogo que foi desenvolvido, fica claro que os interesses dos espiritualistas não são satisfeitos pois as palavras de Samuel tinham foco na relação de Deus com seu povo, Israel e com o seu rei ungido, Saul, que estava em decadência espiritual e política (um demônio não falaria do modo como Samuel falou).     Os “defensores de Deus” poderiam dizer: “Se era Samuel, então a necromancia é eficaz e é permitida por Deus! É claro que ela é eficaz! É eficaz de acordo os interesses de quem recorre a ela. E, nem os necromantes, nem os consulentes estão preocupados em distinguir quem está falando com eles, se são anjos, homens ou demônios! Quando uma pessoa vai buscar esse “contato”, ela está longe de querer “testar” ou provar a identidade do morto consultado; ela “tem certeza” de estar “falando” com o morto querido...

Mas...

E quanto à permissão de Deus? De fato, Deus dá ao homem a liberdade de fazer o que quer, sem lhe negar a certeza de que tudo que o homem faz lhe é creditado na conta. Permitir não é aprovar! No mundo há milhões de locais para a prática necromante; e Deus não lhes lança uma bomba atômica!

O teste de um verdadeiro profeta.      Nenhuma frase do relato bíblico sugere que não seja Samuel. As palavras de 28:15 a 28:20 são de um diálogo no qual “Samuel” fala como “Samuel”, de modo que, uma falsa identidade ali, é apenas sugestiva.

As frases:      “Samuel perguntou a Saul: Por que você me perturbou, fazendo-me subir?”; “Disse Samuel: Por que você me chamou, já que o Senhor se afastou de você e se tornou seu inimigo?”; “O Senhor fez o que predisse por meu intermédio...” E o verso 20 diz que Saul caiu estendido ao chão, aterrorizado pelas palavras de Samuel”. Por último, o capítulo 31 monstra Saul caindo diante dos Filisteus, exatamente como “Samuel” lhe revelou que seria em 28:19. De acordo com o teste de um verdadeiro profeta de Deus, as palavras se cumpriram.

Conclusão.

Samuel esteve ali, falando com Saul. Essa foi a permissão de Deus (pelo tamanho e pelos efeitos desse evento), pois Saul, apesar de seus desequilíbrios, era seu ungido! Davi teve duas oportunidades de matar Saul, mas não o fez; antes ele disse: “Longe de mim, tocar no ungido do Senhor”! Da mesma forma, Deus lhe poupou maiores dores quando lhe permitiu falar com Samuel. Cabe lembrar que o pacto de Deus com Abraão era eterno e repleto de bençãos para o povo escolhido, portanto qualquer intervenção que vá de encontro com seus propósitos, será destruída. A rejeição de Deus para com Saul se deu um pouco antes desse deslize, mas foi essa consulta espiritual que selou sua condenação perante Deus. Todavia vale destacar: Foi o ato de buscar uma sessão espirita, somado ao ato de negar pelo disfarce sua posição real (ênfase minha), o ato de se fazer consulente daquela que fora condenada por ele mesmo por suas práticas mediúnicas, e NÃO, pela aparição de Samuel, que Saul foi condenado. O que houve ali foi uma ação da soberania divina.

Não foi o propósito desse pequeno artigo dizer SE era ou SE não era Samuel presente ali, sim mostrar que ERA SIM Samuel e porque foi necessário que ele viesse. Não obrigatoriamente por ter sido “chamado” por uma necromante, mas porque Deus ama seu povo que estava sujeito aquele rei.

1 Crônicas 10:10, sobre morte de Saul, diz: “Puseram as armas de Saul no templo de seu deus (Dagom, dos filisteus) e a sua cabeça afixaram na casa de Dagom. (Deus não interveio nessa ação abominável (e vergonhosa para Israel) por parte dos filisteus). E nos versos 13-14 diz: Assim morreu Saul por causa da sua transgressão cometida contra o Senhor, por causa da palavra do Senhor, a que ele não guardara; e também por ter interrogado e consultado uma necromante, e não ao Senhor, que por isso o matou e transferiu o reino a Davi, filho de Jessé.

Tentar “defender Deus” é mais difícil do que aceitar os eventos que fogem à logica humana, mas que se explicam pelo fato de ser Deus soberano sobre tudo o que criou.

A frase grifada acima diz que Deus MATOU Saul [...]. Poderíamos “defender” Deus e dizer que quem matou Saul foram os filisteus; ou ainda poder-se-ia dizer que nem Deus, nem os filisteus matou Saul, pois este lançou-se sobre a própria espada; mas está escrito na bíblia que “Deus matou Saul”.

Em outro texto (que daria outro debate ainda mais complexo, mas que traz a lume a soberania de Deus) 1 Reis 22:1-40. Falando de outro rei.

1 Reis 22:20-22 Perguntou o Senhor: “Quem enganará a Acabe, para que suba, e caia (morra) em Ramote-Gileade? Um dizia desta maneira, e outro de outra. Então saiu um espírito, e se apresentou diante do Senhor, e disse: “Eu o enganarei”. Perguntou-lhe o Senhor: “Com quê?”  Respondeu ele: “Sairei e serei espírito mentiroso na boca de todos os seus profetas”. Disse o Senhor: “Tu o enganaras, e ainda prevalecerás; sai e faze o assim. “Um espírito mentiroso com a concordância de Deus?” Lá está escrito que SIM.

Para fechar: Romanos 11:33-36

Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria, como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos e quão inescrutáveis os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro lhe deu a Ele para que lhe venha a ser restituído? Porque dele e por meio dele e para ele são todas as coisas. A ele pois a gloria eternamente. Amém.


quarta-feira, 13 de maio de 2020

O Crente Carnal

O CRENTE CARNAL

(Trecho do livro "O homem espiritual" de Watchaman Nee) 

O Senhor Jesus, ao ir à cruz, levou sobre si não só nossos pecados, mas também nossos seres. Paulo enunciou este fato ao proclamar «que nosso velho homem foi crucificado com ele». O verbo «crucificado», no original, está em tempo aoristo*, o qual denota que nosso velho homem foi uma vez e para sempre crucificado com Ele. Como a cruz de Cristo é um fato consumado, assim também nosso ser crucificado com Ele é também um fato consumado.

 * aoristo grego tempo verbal que exprime a ação pura e simples sem que dele, se cogite duração ou acabamento. O aoristo indicativo exprime um fato passado, do qual a duração breve ou longa não tem nenhum interesse para o sujeito falante. Em realidade, ao empregar o aoristo o sujeito falante objetiva apenas a ação em si mesma, sem lhe importar o grau de acabamento.                                                                                                   (Nota da tradutora)

 Apropriação:

Em Deus nossa carne já foi crucificada

Temos que nos apropriar deixando o Espírito Santo fazer isto ser uma experiencia visível e exterior.

Em Deus nós morremos com Cristo para com ele ser ressuscitados.

Temos que nos apropriar deixando o Espírito Santo fazer isto ser experiencia visível e exterior

Como Paulo, todos os crentes poderiam ser cheios com o Espírito Santo no momento de acreditar e no batismo (comparar Atos 9:17, 18). 

Por desgraça, muitos ainda estão controlados pela carne como se não tivessem morrido e ressuscitado. 

Estes não acreditaram de verdade no fato consumado da morte e a ressurreição de Cristo por eles, nem obraram sinceramente segundo a chamada do Espírito Santo a seguir o princípio da morte e da ressurreição. Segundo a obra consumada de Cristo já morreram e foram ressuscitados, e segundo sua responsabilidade como crentes deveriam morrer ao eu e viver para Deus, mas na prática não o fazem. Estes crentes podem ser considerados anormais. Sem dúvida, não devemos pensar que esta anormalidade é exclusiva de nosso tempo. Faz muitíssimo tempo o apóstolo Paulo se encontrou em uma situação semelhante entre crentes. Os cristãos de Corinto eram um exemplo. Ouçam o que lhes disse: “E eu, irmãos não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a criancinhas em Cristo. Leite vos dei por alimento, e não comida sólida, porque não a podíeis suportar; nem ainda agora podeis; porquanto ainda sois carnais; pois, havendo entre vós inveja e contendas, não sois porventura carnais, e não estais andando segundo os homens?” (1Corintios 3:1-3).

Aqui o apóstolo divide a todos os cristãos em duas classes: os espirituais e os carnais. Os cristãos espirituais não têm nada de extraordinário: são simplesmente normais. São os carnais os que saem do normal, os que são anormais. Os de Corinto eram deveras cristãos, mas eram carnais, não espirituais. Nesse capítulo Paulo afirma três vezes que eram homens carnais. Pela sabedoria recebida do Espírito Santo, o apóstolo compreendia que tinha que identificá-los antes de poder lhes oferecer a mensagem que necessitavam. A regeneração bíblica é um nascimento pelo qual a parte mais íntima do ser do homem, o espírito, profundamente oculto, é renovado e habitado pelo Espírito de Deus. Tem que passar um tempo até que o poder desta nova vida alcance o exterior: ou seja, até que se estenda do centro até a circunferência. Por isso não podemos esperar encontrá-lo forte nos jovens nem a experiência dos pais, manifestadas na vida de um bebê em Cristo. Embora um crente recentemente nascido possa comportar-se fielmente, amando ao Senhor e distinguindo-se com seu zelo, ainda necessita tempo para ter ocasião de saber mais da maldade do pecado e do eu e para saber mais da vontade de Deus e dos caminhos do Espírito. Por muito que possa amar ao Senhor ou amar à verdade, este novo crente ainda anda no mundo dos sentimentos e dos pensamentos e ainda não foi provado nem refinado com fogo. Um cristão recém-nascido não pode evitar ser carnal. Embora esteja cheio do Espírito Santo, mesmo assim não conhece a carne. Como pode alguém ser libertado das obras da carne se não reconhecer que essas obras nascem da carne? Por isso, considerando sua autêntica condição, os cristãos que são crianças recém-nascidas são em geral da carne.

A Bíblia não espera que os novos cristãos sejam espirituais instantaneamente, mas se depois de muitos anos continuam sendo crianças, então sua situação é verdadeiramente muito lamentável. Paulo mesmo diz aos coríntios que, no princípio, os tinha tratado como homens da carne porque eram meninos recém-nascidos em Cristo e que agora quando lhes escrevia deveriam ser já adultos. Em vez disso, tinham esbanjado suas vidas, continuavam sendo meninos e por isso ainda eram carnais. Para ser transformado de carnal a espiritual não é necessário tanto tempo como pensamos atualmente. Os crentes de Corinto procediam de um ambiente pagão categoricamente pecaminoso. Ao fim de uns poucos anos o apóstolo já via que tinham sido meninos por muito tempo. Tinham estado muito tempo na carne, porque então já tinham que ser espirituais. O propósito da redenção de Cristo é eliminar tudo o que obstaculize o controle do Espírito Santo sobre toda a pessoa para que desse modo possa ser espiritual. Esta redenção não pode falhar jamais porque o poder do Espírito Santo é superabundante. Da mesma maneira que um pecador carnal pode converter-se em um crente regenerado, um crente regenerado, mas carnal pode ser transformado em um homem espiritual. O que é lamentável é encontrar cristãos que não realizaram nenhum progresso em sua vida espiritual ao longo de vários anos e até décadas! E estes mesmos se assombram quando encontram alguém que, ao fim de uns anos, empreende uma vida do espírito.

 

Consideram isso como algo muito estranho e não veem que se trata simplesmente de algo normal, do normal crescimento desta vida. Quanto tempo faz que creem no Senhor? São espirituais? Não devemos nos tornar meninos velhos, entristecendo o Espírito Santo e prejudicando a nós mesmos. Todos os regenerados deveriam ambicionar um desenvolvimento espiritual, permitindo que o Espírito Santo governe sobre tudo, para que em um período de tempo relativamente curto possa nos levar ao que Deus dispôs para nós. Não devemos perder o tempo sem fazer progressos. Então, quais são as razões para não crescer? Possivelmente há duas. Por um lado, pode ser devido à negligência dos que, tendo a seu cargo as almas dos jovens crentes, possivelmente só lhes falam da graça de Deus e de sua posição em Cristo, mas se esquecem de animá-los a procurar experiências espirituais. (Melhor dizendo, possivelmente os que têm outros sob seu cuidado, também desconhecem a vida no Espírito. Como podem semelhantes pessoas guiar outros a uma vida mais abundante?) Por outro lado, pode ser porque aos próprios crentes não interessam os assuntos espirituais. Supõem que basta estar salvo, ou não têm apetite espiritual ou simplesmente não estão dispostos a pagar o preço para poder avançar. Como consequência deplorável disto, a igreja está repleta de meninos grandes. Quais são as características dos carnais? A mais destacada é que continuam sendo meninos muito tempo. A duração da infância não deveria passar de uns poucos anos. Quando uma pessoa nasce de novo ao acreditar que o Filho de Deus expiou seus pecados na cruz, simultaneamente deveria acreditar que foi crucificado com Cristo, para que assim o Espírito Santo possa libertá-lo do poder que a carne exerce em nós. Naturalmente, se desconhecer este fato, permanecerá na carne durante muitos anos. A segunda característica dos carnais é que são incapazes de assimilar o ensino espiritual. «Vos alimentei com leite, não com comida sólida; porque não estavam preparados.» Os coríntios se orgulhavam enormemente de seu conhecimento e de sua sabedoria. De todas as Igrejas desse período, a de Corinto era provavelmente a mais instruída. Paulo, em sua carta, dá graças a Deus por seu grande conhecimento (1:5). Se Paulo lhes pregava um sermão espiritual podiam compreender cada palavra. No entanto, toda sua compreensão estava na mente. Embora soubessem tudo, estes coríntios não tinham o poder de expressar na vida o que sabiam. Muito provavelmente hoje em dia há muitos crentes que sabem tanto e tão bem, que até podem pregar a outros, mas que ainda não são espirituais. O autêntico conhecimento espiritual não se encontra em pensamentos maravilhosos e misteriosos, mas sim na experiência espiritual real através da união da vida do crente com a verdade. Aqui a inteligência não serve, e o anseio pela verdade também é insuficiente. O indispensável é um caminho de total obediência ao Espírito Santo, que é o único que nos ensina de verdade. Todo o resto é a simples transmissão de conhecimento de uma mente a outra. Estes dados não tornam espiritual alguém que seja carnal. Pelo contrário, na realidade sua carnalidade transformará em carnal todo seu conhecimento «espiritual». O que necessita não é mais ensino espiritual, mas sim um coração obediente que esteja disposto a ceder sua vida ao Espírito Santo e que ande pelo caminho da cruz segundo o mandamento do Espírito. Um maior ensino espiritual só reforçará sua carnalidade e servirá para que se engane e se considere espiritual. Por acaso não diz a si mesmo: «De que maneira poderia saber tantas coisas espirituais se não fosse espiritual?» No entanto, o autêntico questionamento deveria ser: «Quanto sabe deveras da vida, e quanto do que sabe é um produto da mente?» Que Deus tenha misericórdia de nós. Paulo escreveu sobre mais outra evidência da carnalidade: que «havendo ciúmes e rivalidades entre vós, não são da carne e se comportam como os outros homens?» O pecado do ciúme e da rivalidade é uma prova eminente de carnalidade. Na igreja de Corinto abundavam as dissensões, coisa que fica confirmada com afirmações tais como «Eu sou de Paulo; ou Eu de Apolo; ou Eu sou de Cefas; ou Eu de Cristo.» (1Co. 1:12). Inclusive os que diziam «sou de Cristo» também eram carnais, porque o espírito da carne sempre e em todas as partes é ciumento e litigioso. Estes eram indefectivelmente carnais ao declarar-se cristãos com essa atitude de espírito. Por muito bonita que soe a palavra, qualquer jactância sectária não passa de balbucios de um bebê. As divisões na igreja são devidas exclusivamente à falta de amor e à carnalidade.

(Trecho do livro "O homem espiritual" de Watchaman Nee)