sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Cidadão do Reino 1 - Dores de parto

Ganhar almas! Quão honrável é! Mas qual é o preço disto? Por alma vamos definir: Pessoas; pessoas tiradas de todo tipo de escravidão do pecado, quer sejam: da idolatria, de imoralidades, de vícios; de feitiçarias; da prostituição; da promiscuidade; do adultério; do roubo; dos homicídios; da cobiça; de desvios comportamentais de toda natureza. Ou de estados, quer sejam: do medo; da incredulidade; da tristeza, do desespero; da angustia. De prisões, quer sejam: do ódio; da dor; da mágoa etc. etc. etc; mas ainda estava esquecendo de falar (nem dá pra enumerar) toda a casta de demônios que nutrem esses e ao mesmo tempo se nutrem desses males nas pessoas; e realmente isso é uma pequena listinha de uma lista interminável que também não explica o todo...
Há uma pergunta que é muito difícil de responder:
O que é mais difícil? Ganhar ou discipular uma alma? Fazer dela uma alma cidadã do reino de Deus; convicta do lugar de onde saiu e para o lugar (vida eterna) que se destina, ou transforma-la numa alma religiosa??
O apóstolo Paulo enfrentou as duas coisas: Ganhar um povo que estava presos nos rudimentos do mundo e também sob influencia dos habitantes locais que cultuavam a natureza (os judeus habitantes da Galácia) e trabalhar na transformação desses.


Texto: Gálatas 4:19 Filhinhos, por quem de novo sofro as dores do parto, até ser Cristo formado em vós.
Voltando um pouco no contexto: Gálatas 3:26-27 Pois todos vós sois filho de Deus mediante a fé em Cristo Jesus; porque todos quantos fostes batizados em Cristo, de Cristo vos revestistes. (Paulo está dizendo que, quando nos batizamos em Cristo, nos revestimos de Cristo; logo, Deus olha para nós e vê em nós, Filhos! Pois o Espirito de seu filho Jesus (o Espirito que clama Aba! O espirito de filho que chama Deus de Pai Gálatas 4:6) está agora em nós. E Paulo ainda diz que na relação de filho não há distinção entre ser judeu, grego, escravo, livre, homem, mulher, porque todos (filhos) são um em Cristo Jesus. Gálatas 3:28. E se somos de Cristo, somos descendentes de Abraão (pois Cristo é o descendente de Abraão) e herdeiros de todas as promessas feitas a Abraão (Gálatas 4:6-7).
Paulo faz uma analogia entre a nossa imaturidade espiritual e a menoridade de um herdeiro: “Enquanto o herdeiro é menor, em nada difere de escravo (mesmo sendo o herdeiro o senhor de tudo) mas está sob tutores e curadores por um tempo determinado por seu pai (biológico).
Assim também nos, (analogicamente) quando éramos “menores” estávamos sujeitos aos rudimentos do mundo.
Agora, tendo Cristo morrido por nós, saímos da condição de “menores herdeiros” tendo sido resgatados (desses rudimentos) do domínio da lei para assumirmos a condição de filho maior (agora diferente de escravo). Paulo escreveu: “Vindo a plenitude do tempo” (o tempo predeterminado pelo Pai – aqui o Pai Eterno) (Gálatas 4:4ª).
Paulo volta um pouco antes da nossa condição de filhos ao dizer:
“Outrora, porém, não conhecendo a Deus, servíeis a deuses que por natureza não o são (nada são); e adverte: “mas agora que conheceis a Deus, ou antes sendo conhecidos de Deus, como estais voltando outra vez aos rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis ainda escravizar-vos (dos quais quereis novamente ser escravos)? Paulo fez nova analogia entre o escravo da terra (um serviçal) e o escravo da cegueira espiritual(um prisioneiro espiritual).
Paulo havia gerado os gálatas em Cristo (4:13-4), mas estava preocupado com o estado espiritual destes ao dizer: “Receio de vós tenha eu trabalhado em vão para convosco (4:11).
 “Há todo um contexto em que Paulo enfrenta uma dupla ameaça envolvendo aqueles que tentaram perverter o evangelho de Cristo; misturando conceitos de pureza da doutrina e pureza da conduta; fé e obras; legalismo judaizante, retornando a observância de dias, meses, anos, épocas etc.; Paulo mostra a verdade do poder santificador do Espirito Santo e da riqueza da vida à disposição do cristão quando ele é governado por Aquele que nele habita. (Introdução ao Livro de Gálatas; Bíblia Scofield, edição 1967, p 1194 adaptado)
O novo nascimento é um processo! Formar o caráter de Cristo no novo convertido é um processo! Não é tarefa fácil! Não é barato! Paulo parecia estar dizendo: “Vamos começar tudo de novo, até ser Cristo formado em vós”. Isso é profundo, pois a dor é semelhante à de um parto, mas o processo é o de formação (gestação) e essa gestação não forma um homem natural e sim um homem espiritual à imagem e semelhança do Senhor (ou seja: não é um processo de formar ossos no ventre e sim de transformar um ser já amadurecido em cidadão do reino e para o Reino de Deus).
Cristo nos fez livres e para andarmos em liberdade – Ele não espera e não deseja que voltemos ao jugo da escravidão. (Gálatas 5:1).
Hoje é dia 27/05/2018!
O que aconteceu com o evangelho? Nada! Ele ainda é o mesmo - o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crer!
Algo aconteceu com os homens! Tenho aprendido que o evangelho é o caminho de volta; de volta para a "casa"; de volta à imagem e semelhança de Deus. A volta é gradativa e tende a nos tornar mais santos, portanto, livres do pecado.
Mas; o que aconteceu?
À medida que avançamos no caminho, os coisas humanas vão perdendo o sentido e as coisas espirituais de Deus tomam forma; em outras palavras, o homem natural vai sendo absorvido pelo homem espiritual e a natureza terrena se transformando; a carne é vencida na batalha contra o espírito. A igreja parece ter perdido esse foco (lembrei-me de Raquel, esposa de Jacó, que ao sair da "escravidão familiar", levou consigo os deuses de seu pai), pois caminha para uma nova vida levando consigo os mundanismos na bagagem, por não conseguir viver sem eles, ou por negar-se a habituar à vida espiritual onde Deus é o único Senhor. Paulo escreveu: "...prossigo para o alvo, para o premio da soberana vocação de Deus...", mas o versículo começa assim: "esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que estão diante de mim..." (Filipenses 3:12-14).
Vivemos dias nos quais o pecado parece ter se multiplicado, mas não é bem assim, o pecado sempre esteve "por perto"; foram os homens que diminuíram a "altura dos muros" ou os "rompeu" permitindo que as serpentes e outras feras passagem para o "lado de cá". E assim vamos perdendo nossa identidade.
O centro da espiral é nosso ponto de partida! Num processo natural nossa nova natureza deve se distanciar geometricamente da velha...
Ou pense num trem que partiu do seu bairro de moradia rumo a uma terra muito distante! nos primeiros metros e talvez no primeiro quilometro de distancia, você conhece e reconhece tudo ao redor, depois "é um mundo novo - um mundo de coisas novas e desconhecidas para você".
A igreja "espiritualmente saudável" é formada por homens que vivem a nova vida em Cristo, portanto nada os identifica mais com o passado carnal e mundano! Essa é a igreja do coração de Deus; mas não é a igreja que os homens formaram. À medida que avança, fica amedrontada com o que vê pelas janelas do "trem" e sente-se confusa em sua nova natureza.
Pedro não suportou a experiencia de andar sobre a água!
A mulher de Ló não resistiu a tentação de olhar para trás!
Israel, por mais de três vezes desejou voltar à opressão do faraó!
Rute e Orpa foram dois exemplos: De seguir uma nova vida ou voltar aos "deuses do passado".
Paulo foi um exemplo de conversão e recomeço (a partir do zero) de uma nova vida!

A igreja de hoje teme perder a popularidade ou seja lá o que for; portanto, pra não "se sentir só"; levou consigo os "deuses" (como Raquel) do misticismo por meio de amuletos, águas santas, espadinhas magicas, chavinhas que abrem portas, correntes disto ou daquilo, lenços, rosas, viagens poderosas, porções de terra (de Israel) pregações baseadas na autopromoção, promessas de "minas de ouro", certificados dá "fé" e outras esquisitices.
Não só sabemos que Deus não precisa dessas feitiçarias, como as odeia com ódio consumado!

Voltemos às palavras de Paulo:
"Meus filhos, por quem de novo sinto as dores do parto, até Cristo ser formado em vós..."
Antes, ele começou sua carta aos gálatas dizendo sobre Cristo:
Que Ele morreu por nós para nos desarraigar deste mundo perverso!
Essas raízes (que aqui vou chamar de habitualidades, práticas e costumes) que (ainda) nos prendem ao mundo, devem ser arrancadas sem deixar "pedacinhos dentro da terra" e devem ser queimadas!

Vamos começar tudo de novo!
Vamos nos converter de verdade; nascer de novo (de novo) e viver por fé!
Se não for assim; grande vergonha é o que nos aguarda!
Maldito seja o falso evangelho!