sábado, 25 de janeiro de 2020

Iniquidade - Pecado - Transgressão



Texto introdutório     Mateus 24:1-13

Em Mateus 24:12 está escrito:

E, por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos.       Não há dúvida; já estamos vivendo plenamente esta fase do cristianismo.       Muitos consideram a iniquidade neste texto como sendo uma referência aos pecados do mundo.    Nesse caso, analisemos desde o versículo 1:  

Foi o tipo de conversa que se iniciou casualmente e que tomou grandes proporções pelo teor das revelações. Jesus saía do templo quando foi abordado pelos seus discípulos: “...aproximaram-se dele os seus discípulos para lhe mostrar as construções do templo”. Jesus diz: “Estão vendo estas pedras? Não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada”.

Então os discípulos fazem outra pergunta em particular: "Dize-nos quando sucederão essas coisas e que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século”.

Nota.:  A partir daí Jesus está conversando com eles sobre esses três eventos: A destruição do tempo; Sua vinda e a Consumação do século (o fim da era cristã – o fim da geração presente – fim da “era de peixes” (!)).    Essa é uma conversa particular: De Jesus com seus discípulos.  Não havia simples curiosos ali; todos eram seguidores de Jesus.

Vede que ninguém vos engane. Porque muitos virão eu meu nome dizendo: “Eu sou o Cristo”, e enganarão a muitos. Jesus está se referindo aos falsos cristos que virão para aqueles que estão esperando pelo Cristo! Portanto quem poderia ser enganado? Obviamente, aquele que espera pelo Cristo verdadeiro.

Verso 9: “Então sereis atribulados, e vos matarão. Sereis odiados de todas as nações, por causa do meu nome. (Isto já estamos vivendo em “solido e colorido” – os preceitos bíblicos estão sendo a causa de uma guerra  espiritual visível a olho nu – basta ver a mídia secular –  a bíblia (e a igreja cristã) sendo encurralada e forçada a aceitar (calada) a tudo e a todos “em nome do amor”.

Verso 10: Nesse tempo, muitos hão de se escandalizar, trair e odiar uns aos outros; levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos. Nota que Jesus está falando de coisas que acontecerão no meio do povo dele. Como assim? Em relação ao mundo, essas revelações caiem na esfera do óbvio: “engano; traição; ódio; falsidade ideológica” – são características obvias deste mundo – se não, o mundo não seria o mundo! Mas não são comuns ao povo de Deus! Porém, acontecerá...

Pulando o verso 12! Diz o verso 13: Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo. Essas palavras foram ditas para os seguidores: “perseverança em meio a todas essas pressões e, por fim, a salvação”. O termo “perseverança” e seu significado (nesse texto) não harmoniza com os ímpios.

Agora vamos ao verso 12: “E, por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos”. Jesus estava falando de “amor” e “esfriamento” em relação ao mundo?? Não! Jesus refere-se ao esfriamento espiritual – que nada tem a ver com o mundo e sim com a vida espiritual dos que confessam seu nome. Jesus não está se referindo ao amor deste mundo e sim ao amor que une pessoas sob a mesma fé e por causa de um só ato que foi o amor dele por nós ao morrer por nós. O mundo nada tem com esse amor citado no verso 12.

Portanto: O Senhor está falando do aumento da iniquidade no meio do povo dele, levando quase todos ao esfriamento e à apostasia.     A apostasia é um dos sinais que antecedem a vinda do homem do pecado, o iniquo. Aqui, o termo Iniquidade, definitivamente está se referindo à situação da igreja cristã.

Não sei quantos se atentam ao detalhe de que a palavra iniquidade está mais ligada aos piedosos do que aos ímpios e declaradamente perdidos desta terra, embora tenha na bíblia, textos referindo-se aos dois grupos.

A palavra pecado está relacionado aos ímpios que pecam desde seu nascimento e, também aos salvos que, mesmo sendo salvos, ainda estão sujeitos a pecar. E pecam.

Vamos analisar as três palavras e interpretá-las:

Transgressão – Pecado - Iniquidade

 Transgressão:   Antes dela vamos a uma palavra que parece ser da mesma família:   A agressão.

Numa agressão você colide; confronta; bate de frente; fere e é ferido; causa dano e sofre dano; estraga e sofre estrago! Assim, sem buscar no dicionário, dizemos que agredir é colidir, confrontar, bater de frente, ferir, causar dano, causar estrago.

Como comparação, dizemos que aquele que transgrede é:

Aquele que não colide! Mas, passa por cima de algo; ou passa de largo por algo; ignora um limite ou uma regra; faz o que não deve; ou não faz o que deve.

A transgressão está ligada a uma regra, uma lei, particular que pode ser universal ou regional; e está ligada ao outro – a quem, e com quem você se resolve mediante pagamento de multa.

O que é lei num local, pode não ser em outro; assim alguém pode ser transgressor dentro de uma fronteira e não ser em outra.

Biblicamente:  Na bíblia a palavra comumente está casada com a lei: “transgressor da lei” (referindo-se aos hebreus que estavam sob a Lei de Moises). Ou sozinha: “transgressor” (referindo-se a qualquer pessoa).

A transgressão é inerente ao ímpio e ao justo.  A transgressão é uma prática contra a lei; a regra; a norma.

A transgressão não é a expressão direta de um pecado específico, mas reflete a postura obstinada de alguém.  (obstinação = agir pelo próprio querer, seguir sua própria vontade) e a propensão à desobediência.

O transgressor é aquele que decidiu não cumprir ordens e/ou não seguir regras – Ele passa por cima ou passa de largo – finge que não vê – ignora – finge que não sabe.

Na bíblia, a maioria expressiva das menções da palavra “transgressão” está ligada a Lei de Moises, e não tem nenhuma ligação com o povo gentio (as nações). A palavra “transgressor” sozinha, se refere a qualquer pessoa que transgrede uma regra.

 Pecado:   O pecado é inerente ao ímpio e ao justo.

Na vida do ímpio, o pecado é a expressão máxima de toda sua natureza, o pecado é uma prática constante desde seu nascimento.

Na vida do justo, o pecado é evento fortuito (sem detalhar, dizemos que o pecado na vida do justo não é uma prática, nem uma constante). Na conversão (linha divisória) de um homem, todos os pecados [ * ] são perdoados [ * ]desde o nascimento até o momento de seu batismo [ * ]. O que chamamos de evento do pecado aplica-se ao pecado cometido depois da conversão.

Vamos dizer que o pecado é todo ato ou comportamento ou omissão que vai contra a santidade e os demais atributos de Deus. Quando o homem age em contrário a tudo que Deus lhe determinou como padrão daquilo que o faz Sua imagem e semelhança. Tomamos os dez mandamentos (sendo o sábado um caso particular aos judeus) como matriz para entender a natureza de todos os pecados.

O ímpio é chamado de pecador porque peca desde o seu nascimento.

O homem piedoso também peca, mas o adjetivo “pecador” não mais se aplica ele, pois o pecado na vida dele é evento e não prática.

 Iniquidade         A iniquidade é a falta de equidade

Equidade = igualdade – dentro do contexto jurídico é tratar e julgar segundo uma lei, seguindo um padrão para todos os indivíduos - a lei é uma linha reta a ser seguida.

Padrão – a melhor definição de padrão aqui é dizer que “tudo é igualzinho” – algo que sempre segue um mesmo molde.

Biblicamente:    O iniquo “sai do padrão” ou “tira Deus do padrão” ou “ignora o padrão” ou “abandona o padrão”. (do julgamento de Deus e das consequências do pecado) É o que foge à regra do juiz, esquecendo-se ou ignorando o padrão de Deus – muito embora, não negue a fé e continue (até mesmo) em cargos importantes dentro da igreja.

A justiça de Deus é um padrão – A justiça de Deus é um padrão de equidade (redundância sim). Ou seja: Deus pune porque tem que punir. Ou Deus justifica (absolve) quando o “réu” se põe em posição de ser perdoado. Deus não foge ao padrão quando deve punir e não foge ao padrão quando deve justificar.

Em Lucas temos um texto que fala de um juiz iniquo.

Por que esse adjetivo foi dado a ele? Porque ele agia com deslealdade à lei – ele não usava de equidade e padrão, não julgava segundo a reta justiça.   Quando a viúva pedia que ele jugasse sua causa, ela tinha de fato uma causa, mas “seguindo seus próprios padrões”, ele se recusava a fazer justiça na causa dela – até que foi vencido pela importunação (e não pelo dever e imparcialidade).

Agora vamos tornar claro o que é iniquidade.

Primeiramente vamos pontuar que a iniquidade está mais ligada ao piedoso do que ao ímpio. Na bíblia vemos a palavra iniquidade mais ligada ao povo de Deus do que às nações. Em alguns versículos vemos as três palavras mencionadas juntamente: “iniquidade, justiça, equidade”. O conceito de iniquidade quando aplicada ao ímpio, está no mesmo conceito da palavra “pecado”. Por quê? Porque iniquidade é pecado.  Quando se refere ao ímpio, a palavra mais usual é sempre: “pecado”; mas, em relação ao justo há uma diferença – algo específico para o termo “iniquidade”.

Falando do COMUM e do NORMAL.

Podemos afirmar que os pecados na área sexual, imoralidades, promiscuidades se tornaram comuns, mas eles não são considerados como práticas normais, nem para o mundo, nem (obviamente) para a igreja.

Adultério atualmente, é comum; mas (pelo menos por enquanto) nem no mundo secular, a traição é vista como normal.

Idolatria é marca registrada do Brasil, muito comum. Mas idolatria não é atividade normal para os cristãos, por ser condenada por Deus.

Poderia enumerar dezenas de pecados que se tornaram comuns no mundo, mas ainda assim não considerados como normais.    

Para reflexão da igreja: (atitudes que não podem ser consideradas nem comuns e nem normais)

Subornar instrutor de autoescola para tirar CNH é comum e normal para o mundo...

Fazer criatividades na declaração de imposto de renda é comum e normal para o mundo

Burlar meios para ter direito a benefícios do Governo é comum e normal para o mundo

Ter um comercio e fazer pedaladas fiscais é comum e normal para o mundo

Sexo livre é comum e normal para o mundo

O aborto como livre escolha para a mulher é assunto em evidencia no mundo!

Usar o nome de Deus em memes, piadinhas e até deboches é comum e normal para o mundo

Vestir-se sensualmente e indecentemente é comum e normal para o mundo

Alguns (ou muitos) atos que não eram para ser comuns, estão se tornando comuns dentro da igreja e estão se tornando também normais

Isto é iniquidade

O pecador é sempre pecador – ainda que seja também chamado de iniquo – ele é ímpio por natureza – sua linha divisória do pecado é sua morte – ele nasce no pecado e continua pecando até que morra - e a morte sela seu destino, indo este para diante de Deus em juízo com todos seus pecados acumulados.

Todo pecador por natureza é um ímpio.

Quando o piedoso (o justo; o crente; o salvo) comete um pecado, esse pecado é eventual e não lhe taxa como pecador – pois ele tem linha divisória (a conversão zerou o seu passado - diferente do ímpio que não tem seu passado zerado quando morre).  Mas, quando o piedoso (justo; crente; salvo) faz do pecado eventual uma prática na sua vida, isso é iniquidade. A partir da conversão –  estando na prática de um pecado (ou mais) ele nem é chamado de pecador e nem de ímpio – ele é iniquo.

Iniquidade está ligada a uma ação: Alguns versículos expressam bem isso ao trazer o verbo praticar junto com a palavra iniquidade (“os que praticam a iniquidade”).

Iniquidade é a prática do pecado – Iniquidade é continuidade de um pecado – Iniquidade é tornar um pecado um ato constante – sem tratá-lo – deixá-lo “correr solto”. E por que a iniquidade é mais inerente ao povo de Deus do que ao mundo? Porque o iniquo ("crente pecador") sabe que está pecando e sente pesar por isso. O ímpio não tem consciência do pecado ou simplesmente ignora qualquer consequência do pecado.

(Não estamos dizendo que o ímpio não conhece as leis, as regras, a Palavra de Deus, a bíblia – estamos dizendo que tudo isso é coisa sem nenhum  valor para ele – ele despreza a Deus e a bíblia, portanto peca sem temor - e nem considera que tenha feito nada errado).

(Mas o iniquo é aquele que conhece as leis, as regras, a Palavra de Deus, a bíblia – mas leva uma vida de pecado, apesar de ter temor de Deus).

Explicando melhor: Caracteriza-se como iniquidade o pecado quando se torna normal no ambiente onde não se espera “vê-lo”.

Exemplificando no ímpio é no crente.

Matriz e derivado

Em relação ao ímpio, todos os seus pecados são matrizes – e sempre que ele cometer esses pecados, sempre o caracterizamos como pecador (e não como iniquo), pois não há linha divisória para o pecado do ímpio. O ímpio nasce no pecado e continua pecando até que morra ou se converta.

Um ímpio é um pecador não nascido de novo, em sua natureza original (pecado) e que está “feliz” com seu estado (matriz) de pecador.

O iniquo têm consciência de estar cometendo “erros”. Ele simplesmente deixa “a vida levar”, como se o comum fosse normal.    Enfim:

A iniquidade é inerente ao crente e à igreja (um crente pode ser iniquo – uma igreja pode ser iniqua).

O iniquo:   Exemplos de crentes iníquos.

1)      Um cristão sincero que vê pornografia se masturbar (se for casado, nesse momento comete o pecado do adultério) – em resumo, ele profana o próprio corpo – esse é seu pecado matriz (e é evento) .

Quando caracterizamos a iniquidade? Quando esse irmão passa a conviver com esse pecado ao ponto de se tornar normal para ele, ou seja, ele ignora que há um padrão de justiça de Deus (condenação) para esse tipo de pecado, então ele, continua na pratica da profanação de seu corpo e ainda mantem a confissão da fé cristã. Nota importante: Ele tem plena consciência de estar pecando e sabe que há um juízo de Deus para seu ato, mas ele simplesmente não trata o problema. Davi clamou no Salmo 51: “Perdoa a iniquidade do meu pecado”. Parece redundante, né? Mas não é! Davi está dizendo, perdoa me pelo meu pecado repetitivo, pela prática repetitiva desse pecado, sou reincidente e reincidente (a diferença é que aqui, Davi está pondo um “basta” nessa situação). O pecado estava tão comum a ponto de “quase” tornar coisa normal.

Outro exemplo:

2)      Um (a) irmão (a) tem uma relação extraconjugal. Esse irmão tem cargo na igreja (ou não). O pecado do adultério passa a ser parte da vida dele, ele não trata o problema, apesar de ter consciência de estar pecando. Seu pecado matriz é adultério. Sua iniquidade é adultério mantido e não tratado – é a convivência com Deus e com o pecado, como se fosse coisa normal.

3)      Um irmão é procurado pela polícia, por ter roubado um carro no passado – esse é o carro que ele usa para vir a igreja... Ele tem consciência que precisa se ajustar com a justiça terrena – mas nada faz – leva vida “normal” com a igreja e consigo mesmo. ( [ * ] nesse caso, quando pusemos os colchetes lá no alto do texto  fica claro que alguns pecados são zerados no sentido de que esse pecador foi aceito na familia de Deus, mas algumas pendencias terrenas devem ser baixadas).

4)      Um crente pode estar numa relação conjugal não legalizada (inclusive com filhos – que a bíblia considera como bastardos) e ainda pode ter mais filhos de outras relações de “sexo livre” anteriores; e achar que não precisa fazer nada a respeito, seguindo uma vida “cristã. Seu pecado matriz é fornicação. Sua iniquidade é fornicação continuada ( [ * ] nesse caso, quando pusemos os colchetes aí no alto do texto  fica claro que alguns pecados são zerados no sentido de que esse pecador foi aceito na familia de Deus, mas algumas pendencias terrenas devem ser baixadas).

5)      Um crente pode alimentar um ou mais vícios ao mesmo tempo que confessa a fé cristã. Seu pecado  matriz é a profanação e destruição do corpo (o templo); e sua iniquidade é a profanação continuada do templo (o corpo).

O que é uma igreja iniqua?

No mesmo entendimento da iniquidade do crente como um pecado mantido, não tratado e que passou a ser normal para ele (ele pensa que não precisa fazer nada, pois, em seu entendimento, ele está “bem” com Deus) , assim, uma igreja é iniqua quando é consciente desses pecados no meio do seu rebanho e igualmente, não faz nada – convive como se fosse coisa normal (Se Deus não mandou fogo consumidor sobre ela, faz parecer que está tudo bem, tudo normal – ela também se sente “bem com Deus”)

Exemplos:

1) Uma liderança denominacional pode ter ciência de ter vários pastores em adultério e não trata o problema. Ela é iniqua – cumplice dos pastores adúlteros.

2) Outra liderança denominacional pode ter ciência de que o tesoureiro rouba o Caixa da igreja, mas não toma nenhuma atitude por ser ele um dos maiores dizimistas. Ela é iniqua – cumplice do desvio de recursos da igreja.

3) Outra liderança denominacional pode ter ciência de que metade dos jovens da igreja que namoram, tem vida sexual ativa; algumas jovens engravidaram; mas, alguns são filhos de membros notáveis na igreja; enfim, ela não faz nada! Ela é uma igreja cumplice da fornicação.

4)  Outra liderança pode ter ciência de que alguns membros do coral se odeiam e não se falam (esses que “adoram a Deus” odiando os irmãos) – mas essa igreja (iniqua) leva como coisa corriqueira (ela diz que é normal que as pessoas se desentendam).

 

Tudo que era comum, passa a ser normal. A igreja iniqua passa a ser cumplice de seus membros pecadores.

Sem falar dos vícios de bebidas, tabaco, casos jurídicos não resolvidos; e outras tantas coisas... Pecados não tratados são iniquidades. A igreja iniqua banaliza e sucateia a justiça de Deus – trazendo Deus ao nível dos homens para não precisar passar seus homens pelo fogo purificador.

Para fechar o entendimento da iniquidade.

Iniquidade é pecado continuado quando se refere ás falhas do justo.

Tanto o homem iniquo como a igreja iniqua; fazem vista grossa ao padrão de justiça de Deus – apesar de ter consciência dos pecados cometidos, ignoram o fato de que Deus tem uma régua de fio reto, uma balança justa, um padrão de justiça imparcial e um caráter que não muda.

O fato de Deus não fazer a terra se abrir para engolir os pecadores, faz com que esses se sintam confortáveis.

Estamos congregando num tipo de igreja que se tornou comum – o grande problema é considerar que ela é normal.

 

Salmos 25:11              Por causa do teu nome, Senhor, perdoa a minha iniquidade, que é grande. Todos nós temos a justa opinião de que não há pecadinho e pecadão; mas a iniquidade tem tamanho. Um crente pode estar numa iniquidade de pecado imoral há seis meses e outro pode estar no mesmo pecado há quatro anos. Aqui há uma diferença quantitativa de pecado acumulado (iniquidade e grande iniquidade).

Salmos 31:10              Gasta-se a minha vida na tristeza, e os meus anos em gemidos; debilita-se a minha força, por causa da minha iniquidade, e os meus ossos se consomem.      Pense no pecado como uma ferida – quando ele é confessado, a ferida é curada e cicatrizada. Quando o pecado é mantido e torna repetitivo como um modo de vida, ele é iniquidade e se torna em ferida aberta – pense na mulher hemorrágica – numa analogia - sua força se esvaía. A iniquidade suga nossas forças e enfraquece nossos ossos.

Salmos 32:1-4             Na mesma intensidade de 31:10 o salmista fala de pecado e iniquidade e do envelhecimento de seus ossos pelo seu constante gemido todo o dia – “porque a tua mão pesava sobre mim e o meu vigor se tornou em sequidão de estio” – Este texto leva a mesma  linha de interpretação – pecado de todo o dia; peso da mão de Deus dia e noite e a sequidão de estio que faz analogia a seca de toda uma estação do ano.

Salmos 38:1-6             Expressões que representam continuidade e ação do presente: “cravam-se em mim as tuas setas” “a tua mão recai sobre mim”  “não há parte sã na minha carne”   “não há saúde nos meus ossos”   “Pois já se elevam acima de minha cabeça as minhas iniquidades; como fardos pesados excedem as minhas forças” Esse último lamento também nos leva ao entendimento, que não existe tamanho do pecado, mas a pratica da iniquidade (pecado mantido como se fosse normal) tem “tamanho” podendo crescer acima da minha estatura o avolumar-se como a carga de um container sendo amarrado as minhas costas, excedendo minhas forças, quase quebrando minha coluna. “sinto-me encurvado e sobremodo abatido, ando de luto o dia todo”   Em 38:17 ele diz: “pois estou prestes a tropeçar; a minha dor está sempre perante mim – confesso a minha iniquidade; suporto tristeza por causa (da continuidade) do meu pecado” O iniquo tem consciência da sua condição, enquanto o ímpio peca como modo normal de vida. Por isso dizemos que o termo “iniquidade” está mais ligado ao crente e do que ao ímpio.      Salmos 51:3          “Pois eu conheço as minhas transgressões e o meu pecado está sempre diante de mim” “Eu nasci na iniquidade e em pecado me concebeu minha mãe”. Quem é iniquo, sabe que é iniquo. Ele tem um pecado contínuo que é escondido dos outros... mas é consciente.

Entenda:

NO dia tal         ou        DESDE o dia tal

Pecado é evento! O pecado é aquilo que aconteceu NO dia tal e hora tal.

A iniquidade é o pecado “vivo” DESDE o dia tal e a hora tal. Ela não se extingue na morte do pecador iniquo; recaindo sobre seus descendentes. Nesse caso, entendemos que uma iniquidade (de um tataravô) está causando estragos na vida de um descendente, até que essa influência seja quebrada pela confissão de pecados dos antepassados.

Exemplo:     

1 - Se uma pessoa recebeu passe da umbanda uma vez ou mais de uma vez, isso é pecado de contato com demônios, mas é ocasional para essa pessoa (com consequências somente para o tal) e não é levado para os descendentes. Mas se essa pessoa é praticante da religião espírita/umbanda (se morreu vinculado a essa prática), essa é sua iniquidade que será levada para efeito sobre seus descendentes após sua morte.

2 - Se uma pessoa um dia foi a um templo de ídolo e fez uma invocação pedindo um socorro (por exemplo), isso também é um pecado com consequências somente para o tal; mas se ele morre na condição de uma adepto e devoto daquele demônio, o pecado caracteriza como iniquidade (prática de uma pecado) e é levado para os descendentes. É isto que explica a visitação (a justiça de Deus executada) da maldade do pai sobre o filho.

3 – Uma pessoa pode ter tido uma relação extra conjugal ou mais de uma (todas eventualmente) – esse é seu pecado com consequências para si somente. Mas se ele morre durante uma vida adultera ativa, (uma relação conjugal promiscua) essa é sua iniquidade que leva para outras gerações.

 

Salmos 56:7    “Dá-lhes a retribuição segundo a sua iniquidade (de cada um)”. É a iniquidade que atravessa gerações e pode recair sobre os descendentes. Entenda:

Em Êxodo 20:5 e 34:7, quando Deus diz que visitará a iniquidade dos pais nos filhos até quarta geração, Ele está dizendo que o pai morreu na prática de um pecado – ele se refere a esse pecado contínuo e não aos pecados eventuais.  Exemplificando: Meu bisavô pode ter roubado alguém; esse é um evento de pecado dele. Mas, se esse bisavô era um assaltante, que vivia do “rendimento” de seus assaltos diários, essa é sua iniquidade. (Nesse caso o termo iniquidade se aplica a um ímpio) essa é a iniquidade que trará consequências aos descendentes.

 

Nota:               Todo pacto com entidades espirituais é pecado que atravessa gerações. Um pacto é eventual, mas pacto é início de relação. Pacto não se caracteriza como eventual; ele pode ter sido único, num dia tal e hora tal; mas, pacto é relação que pode durar a vida inteira. Um pacto com um demônio caracteriza como relação DESDE e não um evento isolado NO dia tal. Todas as prostitutas que morrem ativas na “profissão” deixam a herança para os descendentes. Todo feiticeiro deixa herança para seus descendentes, todos os viciados em drogas e bebidas embriagantes, todos os promíscuos. E outros tantos exemplos.

 

Salmos 79:8    “Não recordes contra nós as iniquidades de nossos pais; apressem-se ao nosso encontro as tuas misericórdias...” O salmista parece estar dizendo que a ira de Deus está vindo ao encontro dos descendentes do iniquo, portanto clama – que a misericórdia de Deus seja mais rápida e chegue antes do juízo.

Salmos 103:10 “Não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos retribui consoante as nossas iniquidades”. Aqui Davi evoca a graça de Deus. Que Deus não considere retribuir conforme as iniquidades.

Salmos 130:3  “Se observares, Senhor, iniquidades, quem, Senhor, subsistirá?” O salmista fala de iniquidade no plural. Pensemos: Cada iniquidade é um pecado continuado... mantido. Várias iniquidades são vários pecados mantidos e não confessados. 

                      Assim começam se abrir nossos olhos do entendimento a respeito da:

Graça de Deus e da ira de Deus.

 


domingo, 19 de janeiro de 2020

Morte - esse dia chega para todos


                                                                    


Paulo escreveu pelo Espirito Santo:

Falo como homem, por causa da fraqueza da vossa carne. Assim como oferecestes os vossos membros para a escravidão da impureza, e da maldade para a maldade, assim oferecei agora os vossos membros para servirem a justiça para a santificação. Porque quanto éreis escravos do pecado, estáveis isentos em relação a justiça. Naquele tempo que resultados colhestes? Somente as coisas de que agora vos envergonhais; porque o fim delas é a morte. Agora, porem, libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação, e por fim a vida eterna; porque o salario do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor.

Hoje temos que falar de um assunto que corre naturalmente para muitos e causa mal estar em outros – A morte.

Talvez tenhamos que atingir aqueles que nunca tenham se exposto ao assunto, ou tenham fortemente evitado o assunto: “o dia da morte”.

O evento da morte está envolto em mistério – fato é que ninguém dentre os mortos, voltou aqui para dizer exatamente o que aconteceu depois que seus olhos se fecharam na terra.

E, apesar de ser arrepiante para outros muitos, não há como fugir desta realidade:

Todos morreremos um dia.

Todos nós temos (falamos num simbolismo) aquele calendário da vida no qual cada dia está dentro de um quadradinho como um jogo de damas. Quando o relógio marca 00:00 horas, faz-se um “X” num dia que se findou; acrescenta-se um dia ao tempo vivido e diminui-se um dia dos que nos restam até a morte.

Estamos caminhando numa direção certa e inevitável; uns rapidamente outros lentamente, mas é certo que a morte virá – todos tem essa certeza – nenhum homem pode evitar que esse dia chegue.

Eu não tenho propriedade para falar do “depois” – cada um terá o seu “depois”.

O “depois” de cada um depende do “agora”, do hoje.

A morte está ligada ao corpo físico e aos sentidos.

Para qualquer homem comum, a evidência maior de que alguém está vivo é o movimento respiratório – mas você nem verifica a respiração num corpo se nele houver outros movimentos – você sabe que ele está vivo por causa dos movimentos.

Entendamos então: A nós foi dada a vida num sopro divino – o sopro divino é o dispositivo que coloca em movimento todo o resto do corpo.

E o que Deus soprou para dentro de nós? O espírito!

O espírito é a vida!  O corpo é a habitação do espírito – o corpo é a expressão visível da vida! O espírito não é visível, o corpo é visível. O espírito, sendo a vida, não é variável, entenda: Ou vivemos ou morremos!

Se vivemos é porque temos espírito; se o espírito sai de nós, morremos!

Todas as variações ocorrem no corpo!

E o que chamaremos de variação no contexto da mensagem?

É aquilo que nos torna diferentes uns dos outros.

Não estou falando de gênero (M,F,) nem de genética (cor da pele, cor dos olhos, estatura, tipo de cabelo, tom da voz,   pelos ou lisura do corpo, tamanho do nariz e da orelha, tendência a calvície, a obesidade ou raquitismo) nem estou falando de níveis sociais, nem de níveis intelectuais.

Podemos selecionar no mundo 1000 pessoas que sejam nessas características físicas; ainda assim, elas serão diferentes naquilo que quero contextualizar na mensagem:

A diferença que faz nosso destino diante de Deus é o conjunto das nossas ações, reações, decisões, omissões, preferencias e paixões – andamos na direção de algo que está atrás de uma porta.

Para muitos a caminhada é num caminho apertado e o destino se dá na abertura de uma porta estreita. Para outros; um caminho espaçoso apontando uma porta larga no horizonte.

O fechar dos olhos (que aqui chamamos de morte) é simultâneo ao abrir da porta (estreita para a vida ou larga para a perdição) – é por isso que dissemos que cada um tem seu “agora” e terá o seu “depois” – dependendo do caminho escolhido – pois a morte é certa e inevitável – e então tudo que hoje é mistério, deixará de ser!

Por quê um caminho apertado e uma porta estreita?

Porque tem a ver com meus atos individuais e aponta para um único homem (Jesus) e um único destino (vida eterna, direta, sem julgamento).

A salvação é individual – de um para um (Um só Senhor e salvador; um só ato de justiça; uma só confissão; uma só fé; um só batismo) – cada um toma isso para si – individualmente.

Estar nesse grupo é ato de escolha consciente a partir do conhecimento da verdade, o evangelho.

Por quê um caminho espaçoso e uma porta larga? Porque discorre de todos os atos pecaminosos, de todas os atos de corrupção, tanto no corpo como fora do corpo, de todas as consequências do engano e da cegueira, da obstinação e da incredulidade – que se pratica nesta terra.

Estar nesse segundo grupo – é simplesmente “estar” – consciente ou inconsciente. O diabo não exige que você saiba coisa alguma, seja sobre o que você faz ou o que lhe virá depois – ele tem força na sua ignorância e na sua cegueira.

Então virá o grande susto – a oportunidade de dizer que “não sabia”.

Mas Paulo escreveu:

... pois já temos demonstrado que todos... estão debaixo do pecado; como está escrito: Não há justo; nem um sequer; não há quem entenda; não há quem busque a Deus; todos se extraviaram; a uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem; não há nem um sequer. A garganta deles é sepultura aberta; com a língua urdem engano; veneno de víbora está nos seus lábios; a boca eles a tem cheia de maldição e de amargura; são os seus pés velozes para derramar sangue, nos seus caminhos há destruição e miséria; desconhecem o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos. (Romanos 3:9-18)

A propaganda leva a adesão a algo e a antipropaganda induz à rejeição de algo – depende do produto.

Nesse caso:

O caminho apertado e a porta estreita (que são para a vida) sofrem a antipropaganda do mundo para que rejeitando-os, você não chegue ao bom destino.

O caminho espaçoso e a porta larga (para a perdição) tem o apoio do mundo pela propaganda. A propaganda convence!   Dependendo da habilidade do marqueteiro, todas as coisas ruins e todas as práticas vergonhosas da terra podem ser absorvidas e praticadas como sendo boas e aprazíveis – é o poder do convencimento, poder da persuasão! Na verdade, o poder do engano.

Enfim, a morte chega, a porta do destino se abre!

Há quem acredite numa chance depois da morte, depois que a porta se abrir – depois que se constatar que o caminho o levou para um lugar inesperado.

Mas já falamos que o destino de uns e outros se difere em seus atos: o conjunto das ações, reações, decisões, omissões, preferencias e paixões.

Andamos na direção de algo que está atrás de uma porta.

O pecado e a morte estão ligados ao corpo físico; o pecado reina sobre o corpo do pecador. Um rei tem sob seu domínio servos 100% submissos, quem se rebela ou desobedece a esse rei, morre! A morte (física) é a consequência da desobediência; assim é o domínio do pecado sobre o pecador.

Paulo escreveu: “Não reine o pecado sobre o seu corpo mortal” (Romanos 6...)

A morte espiritual – a condenação de um pecador no juízo de Deus é a causa normal e natural por suas escolhas no seu momento “agora”.

Entendendo o normal e o anormal:

Se eu pegar um martelo e um prego grande, e com esse martelo atravessar a minha perna com o prego, será normal doer e sangrar – será anormal se não acontecer sangramento e nem dor. Se do mesmo martelo eu receber várias batidas na cabeça, meu crânio rachará e eu morrerei – não será normal que eu viva a esse traumatismo.

Assim é normal e é esperado como justo que Deus condene um pecador à morte (há uma harmonia entre pecado e morte (condenação).

E Deus não agirá contrário à natureza.

Romanos 4:4 “Ora, ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e, sim, como dívida.

Romanos 6:23 ... porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor.

Todo patrão tem uma obrigação legal – pagar salários aos seus empregados.

Deus tem uma obrigação “legal” de pagar o salário ao pecador! Que salário? A morte,  que nesse caso, é a condenação ao pecador.

Para o pecador – é o pagamento pelos atos praticados nos membros do seu corpo, pois está escrito:

Romanos 6:13 ... nem ofereçais cada um os membros de seu corpo ao pecado como instrumentos de iniquidade; mas oferecei-vos a Deus como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros a Deus como instrumentos de justiça.

Então temos que voltar a um ponto:

Há quem acredite numa chance (um purgatório) depois da morte física – depois que se constatar que o caminho o levou para um lugar inesperado.

Mas se os pecados são cometidos no corpo físico – concebidos num coração físico e maquinados numa massa cefálica física, não há mais nada que se possa fazer após a morte – quando o corpo físico se desfaz – onde os pecados ocorreram e selaram a condenação do pecador.

A palavra de Deus diz que é do coração que procedem: maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias... (Mateus 15:19). Todos esses atos são cometidos em vida física – e são “colocados numa grande mala que será presa ao pecador e será aberta na sala do juízo de Deus”.

Cada um abrirá a sua, e, o que tiver nela não poderá ser apagado.

E o efeito propaganda? Se água fresca faz bem ao meu corpo, não preciso ser persuadido a tomá-la. Mas, se me deixei persuadir a tomar veneno letal em lugar da água, não há mais nada que se possa fazer por mim – a natureza seguira seu curso e eu inevitavelmente morrerei.

 Não temos a opção de não morrer fisicamente. Mas temos a escolha de viver eternamente pelo poder do evangelho. (Romanos 1:16-17) Isto é uma condicional: Se eu der ouvidos ao evangelho e nascer de novo - viverei.

Podemos dizer que a morte física tem domínio sobre nós! É uma certeza que temos! Deus nos deu uma vida limitada ao dia da nossa morte.

Nenhum homem consegue por si só romper as algemas do pecado – portanto, num ritmo natural, todo homem comum está sendo levado á outra morte também – a condenação no juízo de Deus.

O homem precisa de uma intervenção maior – um poder maior do que o poder do pecado e da morte para que possa se salvar.

Cristo, enquanto homem físico, (verbo encarnado) esteve sujeito ao poder da morte por causa do corpo físico (Filipenses 2:5-9) – e de fato ele morreu pelo desígnio de Deus. Mas aquilo (o pecado) que dá direito, força e domínio à morte sobre um homem, não existiu em Jesus; logo, ele morreu por escolha e os pecados que foram colocados sobre ele, não eram dele.

Quando morremos, a morte triunfa sobre nós – é o processo normal – é a natureza.

Quando Cristo morreu, o processo foi inverso; a morte foi aniquilada – porque onde não há pecado não há condenação – se o corpo do pecado está morto – a morte não pode dominar.

No novo nascimento, fazemos morrer nossa natureza apaixonada pelo pecado (Col. 3:5+) e a vida triunfa.

Mas, se o pecado dá direito à morte, e sendo Deus justo na aplicação de sua justiça – o preço tinha que ser pago – Jesus toma sobre si (por escolha) nossos pecados e recebe sobre si o juízo – trazendo justificação para os que creem, para os que se entregam.

Isto chama-se imputação: Numa troca, Jesus toma sobre si meu pecado – paga o preço que era devido a mim – bebeu do cálice da ira de Deus. Então ele imputa em mim: JUSTIFICADO. E eu vivo.

Quando ele diz: “Pai, se possível, passe de mim esse cálice”, ele sabia o que é a ira de Deus.

Quem de nós sabe o que é morrer sem estar salvo?

Paulo escreveu.

Ele tomou o pão e disse: Comei – isto é o meu corpo oferecido por vós

Ele tomou o cálice e disse: Bebei – isto é o meu sangue derramado por vós.

Façam isso em memória de mim – até que eu volte.