Texto introdutório Mateus 24:1-13
Em Mateus
24:12 está escrito:
E, por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de
quase todos. Não há dúvida; já
estamos vivendo plenamente esta fase do cristianismo. Muitos consideram a iniquidade neste
texto como sendo uma referência aos pecados do mundo. Nesse caso, analisemos desde o versículo 1:
Foi o tipo de conversa que se iniciou casualmente e que tomou grandes proporções pelo teor das revelações. Jesus saía do templo quando foi abordado pelos seus discípulos: “...aproximaram-se dele os seus discípulos para lhe mostrar as construções do templo”. Jesus diz: “Estão vendo estas pedras? Não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada”.
Então os discípulos fazem outra pergunta em particular: "Dize-nos quando sucederão essas coisas e que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século”.
Nota.: A partir daí Jesus está conversando com eles sobre esses três eventos: A destruição do tempo; Sua vinda e a Consumação do século (o fim da era cristã – o fim da geração presente – fim da “era de peixes” (!)). Essa é uma conversa particular: De Jesus com seus discípulos. Não havia simples curiosos ali; todos eram seguidores de Jesus.
Vede que ninguém vos engane. Porque muitos virão eu
meu nome dizendo: “Eu sou o Cristo”, e enganarão a muitos. Jesus está se
referindo aos falsos cristos que virão para aqueles que estão esperando pelo
Cristo! Portanto quem poderia ser enganado? Obviamente, aquele que
espera pelo Cristo verdadeiro.
Verso 9: “Então sereis atribulados, e vos matarão. Sereis odiados de todas as
nações, por causa do meu nome. (Isto já estamos vivendo em “solido e
colorido” – os preceitos bíblicos estão sendo a causa de uma guerra espiritual visível a olho nu – basta ver a
mídia secular – a bíblia (e a igreja
cristã) sendo encurralada e forçada a aceitar (calada) a tudo e a todos “em
nome do amor”.
Verso 10: Nesse tempo, muitos hão de se escandalizar, trair e odiar uns aos
outros; levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos. Nota que
Jesus está falando de coisas que acontecerão no meio do povo dele. Como assim? Em relação ao mundo, essas revelações caiem na
esfera do óbvio: “engano; traição; ódio; falsidade ideológica” –
são características obvias deste mundo – se não, o mundo não seria o mundo! Mas
não são comuns ao povo de Deus! Porém, acontecerá...
Pulando o verso 12! Diz o verso 13: Aquele, porém, que perseverar até
o fim, esse será salvo. Essas palavras foram ditas para os seguidores: “perseverança
em meio a todas essas pressões e, por fim, a salvação”. O termo
“perseverança” e seu significado (nesse texto) não harmoniza com os ímpios.
Agora vamos ao verso 12: “E, por se multiplicar a iniquidade, o amor se
esfriará de quase todos”. Jesus estava falando de “amor” e “esfriamento” em
relação ao mundo?? Não! Jesus refere-se ao esfriamento espiritual – que nada
tem a ver com o mundo e sim com a vida espiritual dos que confessam seu nome.
Jesus não está se referindo ao amor deste mundo e sim ao amor que une pessoas
sob a mesma fé e por causa de um só ato que foi o amor dele por nós ao morrer
por nós. O mundo nada tem com esse amor citado no verso 12.
Portanto: O Senhor está falando do aumento da iniquidade no meio do povo dele, levando quase todos ao esfriamento e à apostasia. A apostasia é um dos sinais que antecedem a vinda do homem do pecado, o iniquo. Aqui, o termo Iniquidade, definitivamente está se referindo à situação da igreja cristã.
Não sei quantos se atentam ao detalhe de que a palavra iniquidade está mais ligada aos piedosos do que aos ímpios e declaradamente perdidos desta terra, embora tenha na bíblia, textos referindo-se aos dois grupos.
A palavra pecado está relacionado aos ímpios que pecam desde
seu nascimento e, também aos salvos que, mesmo sendo salvos, ainda estão
sujeitos a pecar. E pecam.
Vamos analisar as três palavras e
interpretá-las:
Transgressão – Pecado - Iniquidade
Numa agressão você colide; confronta; bate de frente; fere e
é ferido; causa dano e sofre dano; estraga e sofre estrago! Assim, sem buscar
no dicionário, dizemos que agredir é colidir, confrontar, bater de frente,
ferir, causar dano, causar estrago.
Como comparação, dizemos que aquele que transgrede é:
Aquele que não colide! Mas, passa por cima de algo; ou passa de largo por algo; ignora
um limite ou uma regra; faz o que não deve; ou não faz o que deve.
A transgressão está ligada a uma regra, uma lei, particular
que pode ser universal ou regional; e está ligada ao outro – a quem, e com quem
você se resolve mediante pagamento de multa.
O que é lei num local, pode não ser em outro; assim alguém
pode ser transgressor dentro de uma fronteira e não ser em outra.
Biblicamente: Na bíblia a palavra comumente está casada com a lei: “transgressor da lei” (referindo-se aos hebreus que estavam sob a Lei de Moises). Ou sozinha: “transgressor” (referindo-se a qualquer pessoa).
A transgressão é inerente ao ímpio e ao justo. A transgressão é uma prática contra a lei; a regra; a norma.
A transgressão não é a expressão direta de um pecado específico,
mas reflete a postura obstinada de alguém. (obstinação = agir pelo próprio querer,
seguir sua própria vontade) e a propensão à desobediência.
O transgressor é aquele que decidiu não cumprir ordens e/ou
não seguir regras – Ele passa por cima ou passa de largo – finge que não vê –
ignora – finge que não sabe.
Na bíblia, a maioria expressiva das menções da palavra
“transgressão” está ligada a Lei de Moises, e não tem nenhuma ligação com o
povo gentio (as nações). A palavra “transgressor” sozinha, se refere a qualquer
pessoa que transgrede uma regra.
Na vida do ímpio, o pecado é a expressão máxima de toda sua
natureza, o pecado é uma prática constante desde seu nascimento.
Na vida do justo, o pecado é evento fortuito (sem detalhar,
dizemos que o pecado na vida do justo não é uma prática, nem uma
constante). Na conversão (linha divisória) de um
homem, todos os pecados [ * ] são perdoados [ * ]desde o nascimento até o momento
de seu batismo [ * ]. O que chamamos de evento do pecado aplica-se ao
pecado cometido depois da conversão.
Vamos dizer que o pecado é todo ato ou comportamento ou
omissão que vai contra a santidade e os demais atributos de Deus. Quando o
homem age em contrário a tudo que Deus lhe determinou como padrão daquilo que o
faz Sua imagem e semelhança. Tomamos os dez mandamentos (sendo o sábado um caso
particular aos judeus) como matriz para entender a natureza de todos os
pecados.
O ímpio é chamado de pecador porque peca desde o seu
nascimento.
O homem piedoso também peca, mas o adjetivo “pecador” não
mais se aplica ele, pois o pecado na vida dele é evento e não prática.
Equidade = igualdade – dentro do contexto jurídico é tratar e
julgar segundo uma lei, seguindo um padrão para todos os indivíduos - a
lei é uma linha reta a ser seguida.
Padrão – a melhor definição de padrão aqui é dizer que “tudo
é igualzinho” – algo que sempre segue um mesmo molde.
Biblicamente: O iniquo “sai do padrão” ou “tira Deus do padrão” ou “ignora o padrão” ou “abandona o padrão”. (do julgamento de Deus e das consequências do pecado) É o que foge à regra do juiz, esquecendo-se ou ignorando o padrão de Deus – muito embora, não negue a fé e continue (até mesmo) em cargos importantes dentro da igreja.
A justiça de Deus é um padrão – A justiça de Deus é um padrão
de equidade (redundância sim). Ou seja: Deus pune porque tem que punir. Ou Deus
justifica (absolve) quando o “réu” se põe em posição de ser perdoado. Deus não
foge ao padrão quando deve punir e não foge ao padrão quando deve justificar.
Em Lucas temos um texto que fala de um juiz iniquo.
Por que esse adjetivo foi dado a ele? Porque ele agia com
deslealdade à lei – ele não usava de equidade e padrão, não julgava segundo a
reta justiça. Quando a viúva pedia que ele jugasse sua
causa, ela tinha de fato uma causa, mas “seguindo seus próprios padrões”, ele
se recusava a fazer justiça na causa dela – até que foi vencido pela
importunação (e não pelo dever e imparcialidade).
Agora vamos tornar claro o que é iniquidade.
Primeiramente vamos pontuar que a iniquidade está mais ligada ao piedoso do que ao ímpio. Na bíblia vemos a palavra iniquidade mais ligada ao povo de Deus do que às nações. Em alguns versículos vemos as três palavras mencionadas juntamente: “iniquidade, justiça, equidade”. O conceito de iniquidade quando aplicada ao ímpio, está no mesmo conceito da palavra “pecado”. Por quê? Porque iniquidade é pecado. Quando se refere ao ímpio, a palavra mais usual é sempre: “pecado”; mas, em relação ao justo há uma diferença – algo específico para o termo “iniquidade”.
Falando do COMUM e do NORMAL.
Podemos afirmar que os pecados na área sexual, imoralidades,
promiscuidades se tornaram comuns, mas eles não são considerados como práticas
normais, nem para o mundo, nem (obviamente) para a igreja.
Adultério atualmente, é comum; mas (pelo menos por
enquanto) nem no mundo secular, a traição é vista como normal.
Idolatria é marca registrada do Brasil, muito comum.
Mas idolatria não é atividade normal para os cristãos, por ser condenada por Deus.
Poderia enumerar dezenas de pecados que se tornaram comuns no mundo, mas ainda assim não considerados como normais.
Para reflexão da igreja: (atitudes que não podem ser
consideradas nem comuns e nem normais)
Subornar instrutor de autoescola para tirar CNH é comum e normal para
o mundo...
Fazer criatividades na declaração de imposto de renda é
comum e normal para o mundo
Burlar meios para ter direito a benefícios do Governo é
comum e normal para o mundo
Ter um comercio e fazer pedaladas fiscais é comum e normal
para o mundo
Sexo livre é comum e normal para o mundo
O aborto como livre escolha para a mulher é assunto em evidencia no mundo!
Usar o nome de Deus em memes, piadinhas e até deboches é
comum e normal para o mundo
Vestir-se sensualmente e indecentemente é comum e normal
para o mundo
Alguns (ou muitos) atos
que não eram para ser comuns, estão se tornando comuns dentro da
igreja e estão se tornando também normais
Isto é iniquidade
O pecador é sempre pecador
– ainda que seja também chamado de iniquo – ele é ímpio por natureza – sua linha
divisória do pecado é sua morte – ele nasce no pecado e continua pecando até que morra - e a morte sela seu destino, indo este para diante de Deus em juízo com todos seus pecados acumulados.
Todo pecador por natureza
é um ímpio.
Quando o piedoso (o justo; o crente; o salvo) comete um pecado, esse pecado é eventual e não lhe taxa como pecador – pois ele tem linha divisória (a conversão zerou o seu passado - diferente do ímpio que não tem seu passado zerado quando morre). Mas, quando o piedoso (justo; crente; salvo) faz do pecado eventual uma prática na sua vida, isso é iniquidade. A partir da conversão – estando na prática de um pecado (ou mais) ele nem é chamado de pecador e nem de ímpio – ele é iniquo.
Iniquidade está ligada a uma ação: Alguns versículos expressam bem isso ao trazer o verbo praticar junto com a palavra iniquidade (“os que praticam a iniquidade”).
Iniquidade é a prática do pecado – Iniquidade é continuidade
de um pecado – Iniquidade é tornar um pecado um ato constante – sem tratá-lo
– deixá-lo “correr solto”. E por que a iniquidade é mais inerente ao povo de
Deus do que ao mundo? Porque o iniquo ("crente pecador") sabe que está pecando e sente pesar por
isso. O ímpio não tem consciência do pecado ou simplesmente ignora qualquer
consequência do pecado.
(Não estamos dizendo que o ímpio não
conhece as leis, as regras, a Palavra de Deus, a bíblia – estamos dizendo que
tudo isso é coisa sem nenhum valor para ele – ele despreza a Deus e a bíblia, portanto peca sem temor - e nem considera que tenha feito nada errado).
(Mas o iniquo é aquele que conhece as
leis, as regras, a Palavra de Deus, a bíblia – mas leva uma vida de pecado, apesar de ter temor de Deus).
Explicando melhor: Caracteriza-se como iniquidade o pecado quando se torna normal no ambiente onde não se espera “vê-lo”.
Exemplificando no ímpio é no crente.
Matriz e derivado
Em relação ao ímpio, todos os seus pecados são matrizes – e
sempre que ele cometer esses pecados, sempre o caracterizamos como pecador (e
não como iniquo), pois não há linha divisória para o pecado do ímpio. O ímpio
nasce no pecado e continua pecando até que morra ou se converta.
Um ímpio é um pecador não nascido de novo, em sua natureza
original (pecado) e que está “feliz” com seu estado (matriz) de pecador.
O iniquo têm consciência de estar cometendo “erros”. Ele simplesmente deixa “a vida levar”, como se o comum fosse normal. Enfim:
A iniquidade é inerente ao crente e à igreja (um crente pode
ser iniquo – uma igreja pode ser iniqua).
O iniquo: Exemplos de crentes iníquos.
1)
Um cristão sincero que vê pornografia se masturbar (se for casado, nesse momento comete o pecado do adultério) – em resumo, ele profana o próprio corpo – esse é
seu pecado matriz (e é evento) .
Quando caracterizamos a iniquidade? Quando esse irmão passa a
conviver com esse pecado ao ponto de se tornar normal para ele, ou seja, ele
ignora que há um padrão de justiça de Deus (condenação) para esse tipo de
pecado, então ele, continua na pratica da profanação de seu corpo e ainda mantem a
confissão da fé cristã. Nota importante: Ele tem plena consciência de estar
pecando e sabe que há um juízo de Deus para seu ato, mas ele simplesmente não
trata o problema. Davi clamou no Salmo 51: “Perdoa a iniquidade do meu pecado”.
Parece redundante, né? Mas não é! Davi está dizendo, perdoa me pelo meu pecado
repetitivo, pela prática repetitiva desse pecado, sou reincidente e reincidente
(a diferença é que aqui, Davi está pondo um “basta” nessa situação). O pecado
estava tão comum a ponto de “quase” tornar coisa normal.
Outro exemplo:
2)
Um
(a) irmão (a) tem uma relação extraconjugal. Esse irmão tem cargo na igreja (ou
não). O pecado do adultério passa a ser parte da vida dele, ele não trata o
problema, apesar de ter consciência de estar pecando. Seu pecado matriz é
adultério. Sua iniquidade é adultério mantido e não tratado – é a convivência
com Deus e com o pecado, como se fosse coisa normal.
3)
Um
irmão é procurado pela polícia, por ter roubado um carro no passado – esse é o
carro que ele usa para vir a igreja... Ele tem consciência que precisa se
ajustar com a justiça terrena – mas nada faz – leva vida “normal” com a igreja e consigo mesmo.
4) Um crente pode estar numa relação conjugal não legalizada (inclusive com filhos – que a bíblia considera como bastardos) e ainda pode ter mais filhos de outras relações de “sexo livre” anteriores; e achar que não precisa fazer nada a respeito, seguindo uma vida “cristã. Seu pecado matriz é fornicação. Sua iniquidade é fornicação continuada ( [ * ] nesse caso, quando pusemos os colchetes aí no alto do texto fica claro que alguns pecados são zerados no sentido de que esse pecador foi aceito na familia de Deus, mas algumas pendencias terrenas devem ser baixadas).
5)
Um
crente pode alimentar um ou mais vícios ao mesmo tempo que confessa a fé
cristã. Seu pecado matriz é a profanação
e destruição do corpo (o templo); e sua iniquidade é a profanação continuada do
templo (o corpo).
O que é uma igreja iniqua?
No mesmo entendimento da iniquidade do crente como um pecado
mantido, não tratado e que passou a ser normal para ele (ele pensa que
não precisa fazer nada, pois, em seu entendimento, ele está “bem” com Deus) ,
assim, uma igreja é iniqua quando é consciente desses pecados no meio do seu
rebanho e igualmente, não faz nada – convive como se fosse coisa normal (Se
Deus não mandou fogo consumidor sobre ela, faz parecer que está tudo bem, tudo
normal – ela também se sente “bem com Deus”)
Exemplos:
1) Uma liderança denominacional pode
ter ciência de ter vários pastores em adultério e não trata o problema. Ela é
iniqua – cumplice dos pastores adúlteros.
2) Outra liderança denominacional
pode ter ciência de que o tesoureiro rouba o Caixa da igreja, mas não toma
nenhuma atitude por ser ele um dos maiores dizimistas. Ela é iniqua – cumplice
do desvio de recursos da igreja.
3) Outra liderança denominacional
pode ter ciência de que metade dos jovens da igreja que namoram, tem vida
sexual ativa; algumas jovens engravidaram; mas, alguns são filhos de membros
notáveis na igreja; enfim, ela não faz nada! Ela é uma igreja cumplice da fornicação.
4)
Outra liderança pode ter ciência de que alguns membros do coral se
odeiam e não se falam (esses que “adoram a Deus” odiando os irmãos) – mas essa
igreja (iniqua) leva como coisa corriqueira (ela diz que é normal que as
pessoas se desentendam).
Tudo que era comum, passa a ser normal. A igreja iniqua passa
a ser cumplice de seus membros pecadores.
Sem falar dos vícios de bebidas, tabaco, casos jurídicos não
resolvidos; e outras tantas coisas... Pecados não tratados são iniquidades. A
igreja iniqua banaliza e sucateia a justiça de Deus – trazendo Deus ao nível
dos homens para não precisar passar seus homens pelo fogo purificador.
Para fechar o entendimento da iniquidade.
Iniquidade é pecado continuado quando se refere ás falhas do justo.
Tanto o homem iniquo como a
igreja iniqua; fazem vista grossa ao padrão de justiça de Deus – apesar de ter
consciência dos pecados cometidos, ignoram o fato de que Deus tem uma régua de
fio reto, uma balança justa, um padrão de justiça imparcial e um caráter que
não muda.
O fato de Deus não fazer a terra
se abrir para engolir os pecadores, faz com que esses se sintam confortáveis.
Estamos congregando num tipo de
igreja que se tornou comum – o grande problema é considerar que ela é normal.
Salmos 25:11 Por causa do teu nome, Senhor, perdoa a minha iniquidade, que é grande. Todos nós temos a justa opinião de que não há pecadinho e pecadão; mas a iniquidade tem tamanho. Um crente pode estar numa iniquidade de pecado imoral há seis meses e outro pode estar no mesmo pecado há quatro anos. Aqui há uma diferença quantitativa de pecado acumulado (iniquidade e grande iniquidade).
Salmos 31:10 Gasta-se
a minha vida na tristeza, e os meus anos em gemidos; debilita-se a minha força,
por causa da minha iniquidade, e os meus ossos se consomem. Pense no pecado como uma ferida – quando
ele é confessado, a ferida é curada e cicatrizada. Quando o pecado é mantido e
torna repetitivo como um modo de vida, ele é iniquidade e se torna em ferida
aberta – pense na mulher hemorrágica – numa analogia - sua força se esvaía. A
iniquidade suga nossas forças e enfraquece nossos ossos.
Salmos 32:1-4 Na
mesma intensidade de 31:10 o salmista fala de pecado e iniquidade e do
envelhecimento de seus ossos pelo seu constante gemido todo o dia – “porque a
tua mão pesava sobre mim e o meu vigor se tornou em sequidão de estio” – Este
texto leva a mesma linha de
interpretação – pecado de todo o dia; peso da mão de Deus dia e noite e a
sequidão de estio que faz analogia a seca de toda uma estação do ano.
Salmos 38:1-6 Expressões
que representam continuidade e ação do presente: “cravam-se em mim as tuas
setas” “a tua mão recai sobre mim” “não
há parte sã na minha carne” “não há
saúde nos meus ossos” “Pois já se
elevam acima de minha cabeça as minhas iniquidades; como
fardos pesados excedem as minhas forças” Esse último lamento também nos
leva ao entendimento, que não existe tamanho do pecado, mas a pratica da
iniquidade (pecado mantido como se fosse normal) tem “tamanho” podendo crescer
acima da minha estatura o avolumar-se como a carga de um container sendo
amarrado as minhas costas, excedendo minhas forças, quase quebrando minha
coluna. “sinto-me encurvado e sobremodo abatido,
ando de luto o dia todo” Em 38:17 ele
diz: “pois estou prestes a tropeçar; a minha dor está sempre perante mim –
confesso a minha iniquidade; suporto tristeza por causa (da continuidade) do
meu pecado” O iniquo tem consciência da sua condição,
enquanto o ímpio peca como modo normal de vida. Por isso dizemos que o
termo “iniquidade” está mais ligado ao crente e do que ao ímpio. Salmos 51:3 “Pois eu conheço as minhas transgressões e o meu pecado
está sempre diante de mim” “Eu nasci na iniquidade e em pecado me concebeu minha
mãe”. Quem é iniquo, sabe que é iniquo. Ele tem um pecado contínuo que é
escondido dos outros... mas é consciente.
Entenda:
NO dia tal ou DESDE o dia tal
Pecado é evento! O pecado é aquilo que aconteceu NO dia tal e hora tal.
A iniquidade é o pecado “vivo”
DESDE o dia tal e a hora
tal. Ela não se extingue na morte do pecador iniquo; recaindo sobre
seus descendentes. Nesse caso, entendemos que uma iniquidade (de um tataravô)
está causando estragos na vida de um descendente, até que essa influência seja
quebrada pela confissão de pecados dos antepassados.
Exemplo:
1 - Se uma pessoa recebeu passe da umbanda uma vez ou mais de
uma vez, isso é pecado de contato com demônios, mas é ocasional para essa
pessoa (com consequências somente para o tal) e não é levado para os
descendentes. Mas se essa pessoa é praticante da religião espírita/umbanda (se morreu vinculado a essa
prática), essa é sua iniquidade que será levada para efeito sobre
seus descendentes após sua morte.
2 - Se uma pessoa um dia foi a um templo de ídolo e fez uma
invocação pedindo um socorro (por exemplo), isso também é um pecado com consequências
somente para o tal; mas se ele morre na condição de uma adepto e devoto daquele
demônio, o pecado caracteriza como iniquidade (prática de uma pecado) e é
levado para os descendentes. É isto que explica a visitação (a justiça de Deus
executada) da maldade do pai sobre o filho.
3 – Uma pessoa pode ter tido uma relação extra conjugal ou
mais de uma (todas eventualmente) – esse é seu pecado com consequências para si
somente. Mas se ele morre durante uma vida adultera ativa, (uma relação conjugal promiscua) essa é sua
iniquidade que leva para outras gerações.
Salmos 56:7 “Dá-lhes
a retribuição segundo a sua iniquidade (de cada um)”. É a iniquidade que
atravessa gerações e pode recair sobre os descendentes. Entenda:
Em Êxodo 20:5 e 34:7, quando Deus diz que visitará a
iniquidade dos pais nos filhos até quarta geração, Ele está dizendo que o pai
morreu na prática de um pecado – ele se refere a esse pecado contínuo e não aos
pecados eventuais. Exemplificando: Meu
bisavô pode ter roubado alguém; esse é um evento de pecado dele. Mas, se esse
bisavô era um assaltante, que vivia do “rendimento” de seus assaltos diários, essa é
sua iniquidade. (Nesse caso o termo iniquidade se aplica a um ímpio) essa é a
iniquidade que trará consequências aos descendentes.
Nota: Todo
pacto com entidades espirituais é pecado que atravessa gerações. Um pacto é eventual, mas pacto é início
de relação. Pacto não se caracteriza como eventual; ele pode ter sido único,
num dia tal e hora tal; mas, pacto é relação que pode durar a vida inteira. Um
pacto com um demônio caracteriza como relação DESDE e não um evento isolado NO
dia tal. Todas as prostitutas que morrem ativas na “profissão” deixam a herança
para os descendentes. Todo feiticeiro deixa herança para seus descendentes, todos os viciados em drogas e bebidas embriagantes, todos os promíscuos. E
outros tantos exemplos.
Salmos 79:8 “Não
recordes contra nós as iniquidades de nossos pais; apressem-se ao nosso
encontro as tuas misericórdias...” O salmista parece estar dizendo que a ira de
Deus está vindo ao encontro dos descendentes do iniquo, portanto clama – que a
misericórdia de Deus seja mais rápida e chegue antes do juízo.
Salmos 103:10 “Não nos trata segundo os nossos pecados, nem
nos retribui consoante as nossas iniquidades”. Aqui Davi evoca a graça de Deus.
Que Deus não considere retribuir conforme as iniquidades.
Salmos 130:3 “Se observares, Senhor, iniquidades, quem, Senhor, subsistirá?” O salmista fala de iniquidade no plural. Pensemos: Cada iniquidade é um pecado continuado... mantido. Várias iniquidades são vários pecados mantidos e não confessados.
Assim começam se abrir nossos olhos do entendimento a respeito da:
Graça de Deus e da ira de Deus.