domingo, 25 de janeiro de 2015

Ferro embotado

"Se o ferro está embotado e não se lhe afia o corte, é preciso redobrar a força; mas a sabedoria resolve com bom exito." (Eclesiastes 10:10).
Não costumo interpretar trechos dando significados espirituais a objetos e outras coisas, mas quando leio esse versículo, associo-o com: autoridade e ousadia; com aquilo que chamamos de "unção" e com a lei da semeadura e colheita - numa mensagem inspirada.
Há alguns dias, orando, falava com Deus: "Dá-me um ministério frutífero, um campo regado com oração, adoração e com o evangelho genuíno..."
Sementes são lançadas à terra; espera-se que elas germinem, brotem, cresçam!... Parece que isso não está acontecendo; pelo menos não está acontecendo na forma como queremos (e mais ainda; na forma como Deus quer!)
Queremos um ministério vencedor.
Quanta luta! e o emprego de força dobrada e redobrada!
Hoje, um pastor, para manter aberta a porta de seu pequeno salão, precisa fazer muitas manobras.
O que vamos chamar de "ferro"?
Tem sido uma ferramenta de corte, cega e enferrujada, o instrumento que move nossos cultos?
De um tempo para cá tenho me perguntado se está dando certo aquilo que chamamos de "visão do ministério", aquela visão que temos que levar até o fim, sem mudarmos.
Será que a nossa visão e missão estão de acordo com o coração de Deus?
É mais fácil admitir que estamos agindo em "paralelo" e não em "unidade" com Ele, pois fica mais fácil explicar tantos bancos vazios ou tantas igrejas cheias de pessoas, no entanto, vazias de espiritualidade.  (dá até para pensar que somos mais concorrentes do que colaboradores)

Um bairro populoso chega a ter umas quinze igrejas evangélicas; algumas ruas tem duas ou mais! Mas, há alguma obstrução no ciclo normal de: Semeadura, Germinação, Crescimento, Florescimento e Frutificação.
Onde perdemos o foco? As igrejas estão aí... as pessoas famintas, dentro e fora delas!  Estamos trabalhando com uma ferramenta sem corte, por isso trabalhamos tanto e nos cansamos, colocando mais força do que é necessário.
Estamos com medo:  Medo das reações! Medo de "chocar" o ouvinte! Medo de atrair perseguição! Medo de passar uma mensagem "ultrapassada"! (seria ultrapassada aquela mensagem que fala do pecador e do redentor?; da cruz e do crucificado?; da morte e da ressurreição?; do caminho que ao homem parece ser bom?. (Provérbios 14:12)).

Para nos ajudar, chamamos de volta os "cambistas e os vendedores" que Jesus expulsou; e a casa que abrimos para ser a Casa de Oração (casa de Deus) novamente se transforma num...(leia Mateus 21:12-13).  Esses "novos ajudantes" (readmitidos por nós aos antigos postos) não agem mais de forma tão exposta como naqueles dias;  eles se esconderam nas nossas "pregações atuais"; mas os tais não tem outras coisas a oferecer, senão dor, fracasso e sofrimento.

Façamos um chicote para expulsá-los (mais uma vez), juntamente com as "aves" que estão à beira do caminho comendo a semente; e que estão também dentro da igreja, roubando o pouco da verdade que emana dos nossos púlpitos. Tiremos os "espinhos e os pedregulhos" que fazem com que nossas pequenas "plantas" cresçam tão fracas e sem expectativa de longevidade espiritual.

Por falar em ferramenta de corte.. talvez uma foice para ceifar a armazenar no Bom Celeiro de Deus...

"O milagre do avivamento é bem semelhante ao de uma colheita de trigo.  Ele desce do céu quando crentes heroicos entram na batalha decididos a vencer ou morrer -- e, se necessário, vencer e morrer.
                                                                                                                                        C.G.Finney